Capítulo 41 - Sua garota

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Terceira Pessoa

Todos notaram as sirenes rodando a cidade, incluindo as próximas do litoral. Como não poderiam arriscar atracar em lugar nenhum, a solução encontrada foi de passarem do lado de um píer e, então, a mascarada pularia. Dito e feito, a alta velocidade fora um risco, mas também impediu que alguma viatura a visse saindo do barco e a seguisse.

No entanto, apenas uma viatura a viu, a de um soldado que felizmente estava sozinho. Ele estava rastreando os barcos, esperando para ver onde parariam e a deixariam como foi ordenado. Quando viu que um dos barcos estava próximo demais da praia, ele entendeu e logo se apressou para chegar lá. Os barcos seguiriam seu caminho, dariam a volta em Piltover e parariam em Zaun, os defensores iriam parar de segui-los assim que percebessem a intenção deles.

A garota, que carregava uma caixa questionável, não sabia o que fazer agora, além de ter que ficar fora de vista. Mas não precisou pensar por muito mais tempo quando a viatura 27 se aproximou de seu local, rapidamente uma adaga foi sacada e logo em seguida guardada quando o homem que saiu da viatura era um rosto conhecido.

— Procurando alguma coisa? — perguntou a mascarada com uma voz abafada enquanto saía de um canto escuro.

— Não mais — se virou para ela e deu uma boa olhada em toda a roupa manchada de sangue —, ela está te esperando há muito tempo, você pode...

— Encontrá-la? Por que deveria?

— Talvez não devesse, mas ela tem informações que você com certeza gostaria, como, por exemplo, os responsáveis por tudo que aconteceu, o incêndio, sua empregada, sua prisão e por aí vai. — A garota semicerrou os olhos com desconfiança, mas também com interesse.

— Está dizendo que tem um maldito responsável pela ruína da minha vida? Que o incêndio foi de propósito e toda a merda que veio depois tem um culpado? — O soldado inevitavelmente respirou fundo, vendo os olhos vermelhos brilharem perigosamente.

— Ela vai te explicar tudo, só a ouça uma última vez. — Suas opções foram ponderadas, talvez ele mesmo tivesse essas respostas e ela poderia forçá-lo a falar ou talvez fosse só mais uma mentira da Jinx. Algo se agitava dentro de si, no momento em que ele disse que ela a estava esperando, sua decisão já havia sido tomada. Ela precisava resolver não só isso, mas tudo se quisesse realmente... Seguir em frente? Descansar? Ter paz? Não, nenhuma dessas coisas aconteceria, era sua única certeza.

— Onde?

— Prédio Amazy, no terraço. — Ela assentiu, conhecia a cidade como a palma da mão, sabia tudo sobre os prédios empresariais e de turismo como esse, um dos mais procurados da cidade.

— Eu vou, mas preciso que entregue isso para mim — entregou-lhe a caixa —, para o capitão Robert diga que é um presente especial da Lâmina Maldita, ele vai entender. — O soldado não pode ver, mas havia um sorriso por debaixo daquela máscara, uma piada cruel que só ela entenderia.

Ele entrou no carro e deixou a caixa no banco do carona, sua curiosidade não o venceria dessa vez. Ela se virou, pronta para encontrar a garota que tanto ocupara sua mente nos últimos tempos, mas parou ao ouvir o soldado falar mais uma vez.

— Não sei se isso importa, mas tudo o que ela sentiu por você foi verdadeiro, e ainda é.

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Tranças azuis balançavam de um lado para o outro enquanto pulava de prédio em prédio, tentando, não só, chegar ao seu destino, mas também fugindo do skatista voador que um dia já fora chamado de amigo. Ela não sabia o motivo da perseguição, talvez fosse um acerto de contas pelo seu último encontro, não importava, a única coisa que importava era encontrar a garota assassina de novo, sua garota assassina.

Estou com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora