Episódio 23

630 42 13
                                    

Bruna.

Estava com dificuldade em abrir meus olhos por conta da claridade e eles estavam muito pesados...

Fui tentando abrir os olhos aos poucos me dando vista da minha janela que ficava de frente para a praia, encarei o céu que estava lindo e aparentemente lá fora estava maior calor como de costume.

Já fazem dias ou semanas que eu estou nessa situação, é como se eu estivesse pagando por algo que não fiz.

Eu: Por que comigo mãe? - fui levantando aos poucos sentindo dor por todo o meu corpo, me sentei no chão ao lado da cama e fiquei encarando o céu. - me ajuda a não desistir como você.

As lágrimas se escorreram pelo meu rosto.

Esses dias conseguiu superar o dia que eu tive que mudar porque minha vó não queria ver minha cara mais e pra me ver mais feliz meu pai resolveu mudar pra cá, porque sempre fui apaixonada por praia como ele dizia.

O meu pai que me tratava como uma princesa e dizia que sempre iria cuidar de mim, conseguiu me destruir em tão pouco tempo, com coisas que nunca imaginei vindo dele! Ninguém tem a noção a dor que está sendo tudo isso.

Ele MEU PAI, está me agredindo de todas as formas possíveis... tanto fisicamente, quanto mentalmente! Suas palavras me machucaram tanto, mas ele sempre se supera né, oque está ruim sempre pode piorar.

Me agredir e me humilhar com palavras não foi o suficiente pra ele, ele conseguiu ser nojento ao ponto de ter relação com sua própria filha...

Sabe como eu me sinto?! Como um lixo, me sinto usada e incapaz de sair dessa situação... eu queria ter a oportunidade de conseguir sair disso tudo mesmo que ela não dê certo, mas eu quero tentar! Já pensei de tudo e principalmente em me matar.

Mas eu não quero fazer o mesmo que minha mãe, quero que ela sinta orgulho por eu ter aguentado tudo isso e ter saído dessa! Por mais que seja tão difícil eu estou tentando me confortar com a minha própria mente, as vezes as palavras cercam minha mente sobre coisas ao contrárias, mas mesmo assim tento me sentir "forte".

Eu estou destruída, não consigo nem me olhar no espelho para ver o quanto estou acabada, ele me bate tanto que eu não tenho nem um pedacinho de pele limpa e sem hematomas para encarar.

Queria que isso tudo fosse um pesadelo e eu acordasse com a ligação da vitória para fofocarmos como de costume, ou marcamos de se ver para ir à praia... não sei nem como minha garota esta! E espero que esteja bem, estou pedindo muito para Deus me tirar daqui e eu conseguir abraçá-la forte.

Ou se caso eu for incapaz de conseguir isso, quero pelo menos protegê-la, mas de verdade! Não como isso tudo aqui... pra mim tudo que eu vive com ele foi mentira, ele consegue olhar na minha cara e falar que eu sou a mulher que ele sempre quis ter, que não batalhou atoa para ver eu com outro homem a não ser ele, é o único homem que eu acreditava no amor que ele sentia por mim, o único que eu conseguia ficar em seus braços e me sentir segura! O único que eu deixava me pegar no colo porque sentia que seu amor era real...

É, eu mesma consegui me enganar.

...

A porta bateu e ele entrou fechando a janela, me pegou pelo braço forte tentando me levantar mas eu estava sem forças para isso, meu corpo estava completamente dolorido.

Cláudio: Levanta porra! - me puxou ainda mais forte. - não vai levantar é?!

Me soltou dando um tapa super forte em meu rosto e saiu batendo a porta novamente, as lágrimas tomaram conta da minha visão deixando elas um tanto embaçadas e logo algumas se escorreram pelo meu rosto.

Respirei fundo sentindo meu corpo doer por inteiro e me levantei aos poucos me apoiando na cama, fui até o banheiro com as pequenas forças que eu tinha e retirei o resto de roupa que ainda tinha no corpo.

Tomei cuidado com os cacos do box que tinha sido estourado e liguei o chuveiro entrando na água que estava morna.

Me deu uma sensação de alívio e algumas partes do meu corpo arderam, assim como minha intimidade.

Algumas das vezes que ele fez eu estava inconsciente, só acordava com ele em cima de mim ou muita das vezes abria os olhos assim que ele estava saindo de cima.

Não tem nem palavras para descrever oque eu sinto, ainda mais vindo do meu próprio pai... a dor de ser violada vindo de alguém que cuidou de você é horrível, me sinto um lixo mesmo.

Sai do meu transe ao a porta do banheiro se abrir e o Cláudio vim com tudo para cima de mim, ele ignorou os cacos de vidro, ele me deu um soco no rosto e cai por cima dos vidros que tinha espalhados pelo chão.

Ele me pegou pelo cabelo e me arrastou por cima dos cacos.

Senti um por um arranhar minhas costas e uma parte dos meus seios, e o logo o gelado do chão por cima das feridas fazendo entrar ainda mais.

Gemi ao sentir entrar mais e mais, ele me pegou nos braço e logo me jogou na cama com tudo.

Senti uma pancada na minha cabeça e minhas vistas foram escurecendo aos poucos, senti ele vim por cima e meu corpo doeu por inteiro, logo abri lentamente meus olhos e deu vista para ele que já estava praticamente por cima de mim.

Eu: Por favor... - levantou seu braço fechando a mão e senti uma ardência no meu nariz que fez eu apagar de vez.

Minha Brisa - [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora