Episódio 24

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Dias depois...

Abri meus olhos que deram vista para a cortina imensa que tinha em meu quarto, tentei levantar minha cabeça e eu estava toda nua.

Já entendi que a cena se repetiu!

Não aguento mais e por mim já estaria morta, a esperança que eu tinha de sair daqui já não tenho mais! Pra mim nem importa mais nada, oque eu dava todo valor do mundo foi exposto a força para quem eu menos imaginei.

Juntei minhas forças e puxei a cortina que deu espaço para uma pequena brecha, dava para ver o céu e um pouquinho do mar.

O céu estava lindo! As estrelas brilhavam como nunca e mesmo a janelas fechadas o mar fazia um barulho imenso... ele aparentava estar com as ondas fortes.

Eu: É meu Deus, você consegue ser perfeito em tudo que faz - sorri de canto. - mãe pra mim você é como as estrelas, que nasceu para brilhar no céu... e eu novamente aqui, mas dessa vez o meu pedido é simples. Me leva com você! Por favor.

Respirei fundo e fechei os olhos lentamente.

Com a mente vazia e meu corpo doendo como nunca, era como se um caminhão tivesse passado por cima de mim.

Sorri de canto ao lembrar da fala da vitória.

Eu: Tudo passa, nem que seja um caminhão por cima de você - falei continuando com os olhos fechados.

A porta se bateu e abri meus olhos se assustando, não demorou muito pra mim sentir meu cabelo ser puxado com maior força para cima, encarei o Cláudio que estava fora de si bem mais que os outros dias! Sua aparência já não era a mesma.

Cláudio: Levanta! - encarei sem dizer nada. - vai faz oque voce sabe fazer de melhor.

Ele soltou meu cabelo e se sentou na ponta da cama tirando seu cinto, logo abriu sua calça fazendo seu pau saltar pra fora.

Eu virei meu rosto novamente para janela fechando os olhos, comecei a orar pai nosso devagar.

Não quero passar por isso! Eu já estou destruída, tanto mentalmente como fisicamente, isso seria o básico do que ele tem feito comigo por esses dias... chega nem perto das coisas que ele fez, ao mesmo tempo que quero sair dessa de uma forma vitóriosa, também quero morrer e sair como a derrotada como já estou.

Uma pancada tomou conta dos meus ouvidos fazendo os mesmo doerem e me virei rápido abrindo os olhos, Cláudio tinha caído e estava se debatendo com o chão.

Me arrastei até a cama e fui tentando levantar ao poucos, encarei o Cláudio vendo sua boca sair uma espuma branca, seus olhos estavam totalmente branco.

Respirei fundo sentindo uma dor imensa, fui me apoiando na cama para caminhar até a porta que estava aberta, passei por ele e aos poucos fui até a porta.

Assim que me desencostei da cama meu corpo ficou pesada e cai sentindo uma puta dor! Respirei fundo e meus olhos começaram a ficar muitos pesados indicando que iriam fechar.

Eu: Não... - forcei para que eles abrissem. - por favor Bruna, seja forte.

Falei comigo mesma e juntei forças para me arrastar até seu quarto, eu tenho que tentar nem que seja pela última vez! Só preciso achar meu celular e espero que esteja no quarto dele.

Passa um braço de cada vez me apoiando nós mesmos para ir pra frente e aos poucos fui ficando cadê vez mais perto da porta do seu quarto que também estava aberta.

Passei pela porta e me arrastei até sua cama, fui tentando me levantar com auxílio dos pés da cama, quando consegui ficar em pé análisei o quarto e a distância da cama pra o seu closet.

Eu não tinha forças para ir até lá, creio que o celular esteja lá, mas não consigo! Mal consigo ficar em pé.

Me apoiando na cama fui até uma mesinha que tinha ao lado da sua cama e me sentei na cama próxima dela, abri a gaveta e nada! Respirei fundo e abri a segunda que era a última... dei um sorriso fraco ao ver meu celular ali e peguei desbloqueando o mesmo.

Entrei rápido no contato da vitória e liguei, chamou uma vez e escutei barulho fora do quarto.

Me joguei no chão e no mesmo instante senti meu corpo doer muito, mesmo assim fui me arrastando até a porta do seu banheiro enquanto o número apenas chamava.

Entrei afastei a porta me sentando atrás dela e tranquei, me encolhi ali e coloquei o celular no ouvido esperando ela me atender, mas só chamava.

O chão estava gelado, meus machucados pareciam queimar.

Eu: Atende vitória, por favor! - falei baixinho e o celular caiu ao meu lado.

Meus olhos ficaram novamente pesados, logo foram se fechando e abrindo aos poucos.

Vih: Alô? Bruna?! - escutei sua voz na linha, estava super baixa por eu estar distante. - Bruna?!

Eu: Vih me ajuda por favor, ele já não é mais meu herói - falei baixo com as únicas forças que eu tinha.

Vih: Fui ai, ele me tratou como lixo porque você não queria me ver mais! Porque não teve a coragem de falar na minha cara? Real não conhecia esse seu lado - sua voz foi ficando cada vez mais distante e abafada. - bruna?! Novamente.

Eu: Não desliga - forcei abrir os olhos. - só me tira daqui, eu não sei oque você tá...

Vih: Que voz é essa? Bruna?! - engoli seco. - te tirar da onde?!

Eu: Da minha casa, me ajuda - não conseguia soltar nenhuma palavra mais e não conseguia abrir meus olhos.

Vih: Bruna?! Não desliga tá?! Fala comigo - tentei mas foi falho. - não sei oque está acontecendo, oque eu faço?!

Eu: Só me ajuda...

Escutei ela correr muito, o vento batia forte no celular que dava pra escutar perfeitamente desse lado da linha.

Não conseguia falar e nem me mexer, mas dava para escutar tudo que ela falava...

Ali eu sentia que iria sair dessa, mas por que logo agora? Depois de tudo, não faz sentindo eu insistir em sobreviver a isso tudo...

Minha Brisa - [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora