Episódio 28

569 38 12
                                    

Bruna

Confesso que quando eu vi o mosquito ali senti um certo medo, mas lembrei da fala da vitória, mesmo com medo fiquei mais tranquila por ser ele aqui comigo.

Tô destruída emocionalmente que pra mim já estou morta, ele não só me feriu e violou aquilo que eu presava em cuidar... ele me matou por dentro e me destruiu tanto fisicamente, quanto emocionalmente.

Não sei oque pensar, se devo pensar ou se devo deixar as coisas fluírem e entender que estar aqui talvez seja um recomeço...

Não sei aonde ele deve estar agora, mas que esteja bem longe e que eu consiga tirar da minha cabeça  que a qualquer momento ele vai entrar pela aquela porta me forçando a sair daqui.

Só peço forças...

Abri meus olhos e encarei o mosquito capotado na poltrona, estava até babando.

Eu: Visão dos inferno - falei comigo mesma e ele acordou assustado me encarando. - limpa a boca.

Ele fechou a cara passando a mão na mesma e me encarou sério, por algum motivo seu olhar não me deixou com medo ou muito menos com receio... foi indiferente.

Mosquito: Tá acordada tem quanto tempo? - fiz bico sem saber.

Eu: Não sei nem que horas são, inclusive vê pra mim - falei meio sem jeito e senti dor.

Mosquito: Que cara feia, tá com dor? - assenti. - vou chamar a enfermeira.

Ele saiu encostando a porta e fiquei encarando esperando o mesmo voltar, tô com medo de confiar nele e acabar acontecendo tudo novamente.

Mosquito: Ela já acordou - ele abriu a porta entrando junto com a enfermeira e ela veio regulando algo no meu braço.

Ele saiu da sala e logo ela saiu também, fiquei esperando por alguns segundos e removi o acesso me levantando rápido.

Corri abrindo a porta e passei pelos corredores rapidamente, não me importei com quem passava ou estava por ali, meu único objetivo era sair dali o quanto antes.

Foi como se uma chavinha virasse na minha cabeça do nada, só pensava em correr.

Não sei explicar oque estava se passando pela minha cabeça, mas a única coisa que eu sentia ali era que todos ao meu redor iria me machucar e mentir pra mim! O sentimento de não se sentir segura ali estava me consumindo.

Tenho medo dele vim atrás de mim, medo de tudo isso ser apenas para minha recuperação e depois voltar o pesadelo novamente... eu só precisava ver a vitória para realmente me sentir segura e bem ali.

Ela é a única que sinto que posso confiar, minha menina...

Antes de passar pela saída senti meus olhos se fecharem aos poucos, mas ignorei e continuei... quando coloquei o pé para fora senti meu corpo pesar e meus olhos se fecharem.

Mosquito: Ta maluca? - senti suas mãos pesadas me tocarem e ele me pegou no colo me encarando, encarei seu olhar que estava vazio.

E foi como se eu sentisse que pelo menos nele eu poderia confia, pelo menos nesse momento.

Ele tirou seu olhar de mim e me levou para dentro do hospital, senti meu corpo latejar de dor e meus olhos pesarem novamente.

Mosquito: Olha pra mim Bruna, não fecha os olhos, tá suave po - tentei concordar com a cabeça mas foi falho, então murmurei um "hm" e ele assentiu. - ela tentou fugir.

Me colocou em uma marca e logo senti algo em minha perna, meus olhos pesaram e se fecharam aos poucos dando vista para o mosquito que me encarava.

...

Mosquito: Caralho que isso não seja um aviso - permaneci de olhos fechados enquanto escutava sua voz.

Fiquei esperando por alguns segundos, queria saber do que se tratava e provavelmente ele não iria querer me contar, então a solução era escutar.

Ele fez um barulho que me assustou e encarei ele que estava em pé com os olhos em mim.

Mosquito: Foi mal, vitória vai vim ficar com você mais tarde - assenti sem dizer nada. - tá mec?

Eu: Acho que sim - ele ficou sério e fiz o mesmo. - oque era um aviso?

Mosquito: Coé tá escutando os bagulho na miúda agora? - não disse nada e nem mudei minha expressão. - vou começar a achar que você é a x9.

Eu: Soubesse pelo menos oque é isso - falei sem da nenhuma importância e ele sorriu mas logo disfarçou. - ainda não respondeu minha pergunta.

Mosquito: E nem vou, não sabe oque é x9 já basta - virei o rosto para o outro lado.

Minha mente estava vazia e até tentei pensar em algo, mas logo me distrai encarando a luz que vinha do banheiro.

Mosquito: Sonhei um bagulho estranho - me virei de devagar em sua direção. - estava de joelhos próximo a uma parede, parecia aqui no morro, escutei de fundo alguém gritar meu nome e dizer que precisava de mim.

Eu: Repreendeu? - ele negou confuso. - não sei oque é pior, sonhar com um bagulho desse ou não
repreender.

Mosquito: Por que?! É coisa ruim? - assenti o óbvio e ele fez cara feia. - é, já esperava.

Eu: Mas as vezes nem é com você, pode ser com alguém próximo - ele assentiu. - ou era só um pesadelo mesmo.

Mosquito: Prefiro acreditar que é um aviso, as coisas tá muito calma pra ser verdade - assenti sem dizer nada. - mas e você, como tá?

Eu: É, acho que bem - ele assentiu.

Mosquito: Tá ou não?! - assenti sem dizer nada. - você deve estar com a mente a milhão e eu falando aqui.

Eu: Queria estar, minha mente tá vazia - ele me encarou confuso. - não sei te explicar, mas te garanto que a dor que eu tô sentindo fisicamente nem se compara com a que eu estou emocionalmente.

Mosquito: Coé, fala minha língua - sorri sem mostrar os dentes. - cadê aquela mina cheia de luz? porra você é a BRUNA! não é qualquer mina não.

Eu: Não entendi, mas entendi - ele deu maior sorrisão e sorri sem mostrar os dentes. - e o Mendes?

Mosquito: Última vez que escutei ele cantar no rádio foi mais cedo, um tempo depois que você estava lá fora - assenti. - e oque você estava tentando fazer?

Ia falar, mas foi como se eu travasse ali e não conseguisse se quer me mexer.

Minha Brisa - [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora