Beijo de Judas | Chaesoo

|02| O beijo de Judas

De boas intenções o inferno 

está cheio -Carol Biazin.

A maioria dos dias do ano é comum.

Eles começam e terminam sem nenhuma memória durável nesse tempo. A maioria dos dias não tem impacto no decorrer da vida. Mas existem aqueles que fazem a diferença, e com pequenos acontecimentos mudam as coisas para sempre. E dia 15 de fevereiro de 2012, foi um desses dias diferentes para Jisoo e Chaeyoung.

Jisoo nunca conheceu seu pai, e sua mãe faleceu lhe dando à luz. Por causa disso acabou sendo criada por seus avós. Havia estudado muito para ser aprovada na escola que estudava, sendo essa uma das melhores do país e frequentada pela elite da Coreia. E agora estava indo para uma do mesmo nível, prestes a começar seu ensino médio.

Foi naquela época que a viu pela primeira vez.

A garota se olhava no espelho ajeitando o uniforme e se preparando para mais um início de ano letivo. Seu novo uniforme era cinza, tinha uma gravatinha preta, e ela achava adorável.

— Tá ridículo — Seokjin falou recostado na porta enquanto comia uma tigela de arroz. Aquele era seu irmão tentando irritá-la como fazia todas as manhãs. Jisoo revirou os olhos ignorando o comentário infeliz e seguiu para cozinha encontrando seus avós tomando café.

— Bom dia querida — a idosa disse enquanto colocava uma tigela sobre a mesa. — Que cara é essa? Está desanimada? Esqueceu que hoje é seu primeiro dia na escola nova?

— Por isso mesmo, eu gostava da antiga — Jisoo falou de má vontade sentando na cadeira e começando a comer.

— Eu achei que você ia ficar feliz de Jennie ter conseguido ir pra mesma escola — sua avó falou. As garotas sempre foram muito próximas.

— O que me faz lembrar — Jin apareceu na cozinha enquanto tentava colocar a própria camiseta. — Ela terminou mesmo com o Jongin?

— E o que isso te interessa? — Jisoo perguntou.

— Se ela estiver mesmo solteira, é minha chance de tentar alguma coisa.

— Eu já falei para você esquecer a Jendeukie, você não faz o tipo dela. Além do mais, é mais velho.

— São apenas três anos, Jisoo — ele lembrou emburrado.

— Mesmo assim.

— Eu não acredito que você prefere que sua amiga namore um desconhecido, do que o seu irmão. Que é um cara bonito, trabalhador, e muito gostoso.

— E nem um pouco humilde — Jisoo constatou. A queda que seu irmão tinha por sua melhor amiga era patética. Jennie nunca lhe deu uma mísera esperança, mas ele fazia questão de cortejá-la sempre que a via. — Eu vou indo nessa, vejo vocês na hora do jantar — a garota enunciou se levantando e saindo de casa deixando Seokjin falando alguma coisa que ela não se preocupou em ouvir.