Sugestão de música: High Hopes - Panic! at the Disco
Durante aquele tempo em que aguardava para o início das aulas na faculdade, comecei a realizar pesquisas mais aprofundadas sobre a assexualidade (considerando que tudo o que eu sabia, até aquele momento, era o que Murilo me contara anos antes). Depois do terrível incidente (e consequente trauma) do meu primeiro beijo, novas dúvidas – e algumas certezas – começaram a surgir em minha mente. Era tudo muito confuso, mas, ao mesmo tempo, eu sentia que estava no caminho certo para a descoberta de quem eu realmente era.
Lembro-me muito bem da noite em que meu pai e minha madrasta assistiam à televisão e eu passei por eles para ir à cozinha. No programa da noite, estava passando uma reportagem sobre a assexualidade no Fantástico. O único pensamento que me veio naquele momento foi "olha só, eu acho que estou me identificando com esse negócio" e continuei a fazer buscas tentando me entender melhor. No início, eu sentia me encaixar em tudo o que era dito sobre a assexualidade e era péssimo em tentar filtrar as informações, mas, aos poucos, começou a fazer mais sentido e eu realmente percebia que começava a me encaixar em algo.
Por alguns meses, o rótulo de assexual foi o suficiente para me sentir mais uma vez em uma nova zona de conforto, mas é claro que essa paz voltou a ser abalada depois de um tempo, quando comecei a descobrir outras atrações existentes nessa vida (e são MUITAS, fiquei surpreso com a quantidade de nomes).
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Ás de Espadas
General Fiction"Talvez você ainda não saiba quem eu sou, mas poderia me ver como um garoto esquisito que às vezes tem ansiedade em situações corriqueiras da vida, como uma simples fila de vacinação. Não sou a melhor pessoa do mundo contando histórias, mas falar se...