Capítulo #11: Aquele com o início de um rótulo

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Sugestão de música: High Hopes - Panic! at the Disco

Durante aquele tempo em que aguardava para o início das aulas na faculdade, comecei a realizar pesquisas mais aprofundadas sobre a assexualidade (considerando que tudo o que eu sabia, até aquele momento, era o que Murilo me contara anos antes). Depois do terrível incidente (e consequente trauma) do meu primeiro beijo, novas dúvidas – e algumas certezas – começaram a surgir em minha mente. Era tudo muito confuso, mas, ao mesmo tempo, eu sentia que estava no caminho certo para a descoberta de quem eu realmente era.

Lembro-me muito bem da noite em que meu pai e minha madrasta assistiam à televisão e eu passei por eles para ir à cozinha. No programa da noite, estava passando uma reportagem sobre a assexualidade no Fantástico. O único pensamento que me veio naquele momento foi "olha só, eu acho que estou me identificando com esse negócio" e continuei a fazer buscas tentando me entender melhor. No início, eu sentia me encaixar em tudo o que era dito sobre a assexualidade e era péssimo em tentar filtrar as informações, mas, aos poucos, começou a fazer mais sentido e eu realmente percebia que começava a me encaixar em algo.

Por alguns meses, o rótulo de assexual foi o suficiente para me sentir mais uma vez em uma nova zona de conforto, mas é claro que essa paz voltou a ser abalada depois de um tempo, quando comecei a descobrir outras atrações existentes nessa vida (e são MUITAS, fiquei surpreso com a quantidade de nomes).

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