Capítulo #12: Aquele com as melhores pessoas do mundo

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Sugestão de música: Escolhe qual - MC Naninha

Assim, minha história se segue quando eu já estava na faculdade. Lá, conheci duas garotas que se tornaram minhas melhores amigas por alguns bons meses (e uma delas também me trouxe novas luzes para a mente tão confusa de um jovem que só está tentando se descobrir).

Nos aproximamos em uma festa realizada pela faculdade, e Débora, um ano mais velha, me chamou quando percebeu que eu ainda estava meio perdido naquele lugar. Não demorou a me apresentar para Rebeca, uma amiga que ainda estava no cursinho pré-vestibular, e nós três começamos a nos conhecer durante aquele início de faculdade. Débora era como a mãezona do nosso grupo, sempre disposta a nos cuidar e puxar nossas orelhas quando fazíamos alguma cagada.

Naquele período, já éramos um trio que nunca se desgrudava, apesar de grande parte das nossas interações ainda serem por meio da internet (considerando que cada um tinha sua própria rotina exaustiva de estudos) e eu adorava nossos momentos juntos. Em certa conversa com Débora, ela me contou que gostava muito de alguém da turma dela, mas também não sabia muito como agir em situações assim.

Para Débora, relacionamentos afetivos nunca foram prioridade. Ela se dizia pansexual, mas me contou que nunca tinha, de fato, se apaixonado por alguém. Quando se interessava mais por certa pessoa, quase como uma daquelas "quedas" (ou penhascos, em alguns casos), não demorava a perder o interesse caso a outra também demonstrasse alguma atração mais romântica por ela.

Ela e a pessoa de quem Débora gostava chegaram a sair em alguns encontros e tiveram algumas noites quentes juntas, mas minha amiga pediu um tempo e acabou por dispensar seu interesse nada romântico. Com essas experiências de Débora e seus relatos, comecei a desconfiar da possibilidade de estar, de alguma forma, dentro do espectro arromântico também.

É claro, tínhamos um problema nessa definição: eu ainda estava apaixonado por Murilo, ainda que guardasse tal fato como um segredo a sete chaves em meu coração.

Minha amizade com as meninas se desgastou com o tempo – e o fato de Rebeca e eu termos dedicado uma música com gosto duvidoso para Débora não ajudou muito, ela ficou chateada conosco por vários dias –, principalmente pelo fato de termos nos afastado durante aquelas férias e já termos feito novos amigos quando voltamos daquele período distantes, mas passei momentos deliciosos na companhia das duas.

Rebeca e eu ainda mantivemos o contato por bons anos, e era sempre revigorante ver como alguém que conhecemos tão ao acaso pode ser capaz de torcer tanto por nós, assim como eu também sempre mandei ótimas energias para minha amiga.

Ás de EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora