Capítulo #14: Aquele com as primeiras tentativas (reais oficiais)

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Sugestão de música: Deixa Rolar - Day Limns e Carol Biazin

Este é o famoso momento de dar uma pausa, respirar fundo, lembrar de todas as certezas que eu já tinha descoberto sobre mim mesmo e, bem, jogar grande parte delas fora, pois aqui começa uma nova confusão mental (do tipo que se tornaria uma bola de neve e me acompanharia durante muitos, muitos anos).

Durante um recesso da faculdade, voltei para o interior e me reaproximei de Eduardo. Claro, já tínhamos voltado a conversar havia alguns meses, mas ainda não nos víramos muitas vezes pessoalmente. Com nossa (re)conexão, eu me interessava cada dia mais pela companhia daquele rapaz. Todas as partes ruins dos nossos fracassos pareciam ter desaparecido, e estávamos em uma vibe tão gostosa, uma coisa tranquilinha para se viver, sabe? Tínhamos nos tornado uma dupla incrível.

Estando assim, comecei a sentir como se fôssemos realmente feitos um para o outro, bem coisa de romance adolescente, éramos como almas gêmeas, com uma conexão incrível que eu nem sei explicar. Eduardo me entendia tão bem, às vezes era até melhor do que eu mesmo tentando me entender. E eu era estranhamente apaixonado por esses detalhes que faziam de nós... nós. Apesar disso, eu ainda não sentia a menor atração sexual ou romântica por ele.

Até o dia (ou a noite) em que tudo isso mudou.

Naquele sábado, seria o aniversário dele, e eu realmente gostaria que fosse uma data bacana para Eduardo. Gostaria que ele se lembrasse com carinho daquele dia, mesmo que de um jeito simples e tranquilo. Por algum motivo que não me lembro, minhas companhias da igreja e eu tínhamos combinado de irmos em uma pizzaria comemorar alguma coisa (às vezes, era só a vida mesmo. Também é bacana celebrarmos nossa existência, certo?), mas eu também gostaria de tornar a noite de Eduardo legal, então decidi tentar convidá-lo para ir comigo naquela noite de pizza com meus amigos.

Como poderia acabar ficando tarde, pedi ao meu pai que deixasse Eduardo dormir em nossa casa, então nós aproveitaríamos para ver um filme pelo qual eu ansiava havia dias. O problema era a falta de coragem de assisti-lo sozinho mesmo (no fim, foi uma decepção, já que Midsommar só tem uma sinopse muito interessante, mas é um filme super sem sentido e sem muita coisa interessante), e essa foi a desculpa perfeita para convencer meu genitor.

Meio a contragosto e pedindo que dormíssemos em quartos separados, já mostrando quão contrário àquela ideia ele era, meu pai acabou deixando que Eduardo viesse para passar a noite. Por algum milagre divino, meu amigo aceitou o convite de conhecer meu ciclo de amizades da igreja e aproveitamos incrivelmente bem a noite de rodízio.

Já em casa, durante aquele filme chatíssimo e em um pique de tesão que às vezes aparece em corpos jovens, eu senti uma vontade imensa de tentar beijá-lo. Todo o desprezo que sempre tive por esses atos pareceram sumir naquele tempo. Devido ao nosso histórico traumático desse tipo de tentativas, demorei diversos dias para falar a verdade para Eduardo: eu sentira uma real atração sexual por ele, e sabia que era forte, muito mais intensa do que eu imaginava ser possível. Na verdade, demorei muitos dias para entender o que era aquilo tudo.

A partir do momento em que me abri para ele, eu descobri o que verdadeiramente significava atração sexual.

Depois de umas duas semanas, totalmente tomado por um desejo sexual que eu não conhecia tempos antes, nós demos nosso primeiro beijo oficial. E, por mais que não tenha sido incrível, como sempre ouvi falar, ele era... estranho, mas não tão ruim. Bom? Às vezes, mas nem sempre. Eu logo disse a ele que só queria experimentar para conhecer essas coisas, e ele disse estar tudo bem com isso.

Por algumas semanas, realmente foi tudo bem. Foi nesse período que perdi parte da minha virgindade (parte, pois nunca gostei da penetração e ele, felizmente, sempre foi totalmente respeitoso comigo em relação a isso), e eu tentei me soltar mais. Alguns dias eram melhores, enquanto outros eram verdadeiros sacrifícios para mim.

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