36 - Lugar seguro

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🖇 | Boa leitura!

Chegamos ao prédio onde Cole morava e ele insistiu para que eu subisse para conhecer o lugar antes de chamar um motorista

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Chegamos ao prédio onde Cole morava e ele insistiu para que eu subisse para conhecer o lugar antes de chamar um motorista. Eu estava um pouco sob o efeito do álcool, não o suficiente para esquecer ou não estar responsável por minhas ações, mas o bastante para me atrever a estar em determinadas situações que em outro momento eu teria que parar antes de decidir.

Ele abriu a porta para mim e eu entrei. Tudo ali me lembrava a casa dele na Califórnia e essa sensação de familiaridade me trouxe um enorme conforto. Os diplomas e certificados nas paredes, as fotos com a família e amigos, novas fotos em viagens que provavelmente ele fez nos últimos anos e uma estética formal que pertencia somente a ele.

— Como você fez para deixar o lugar parecido com o seu antigo apartamento? — perguntei.

— Eu sou péssimo com decoração, então contratei alguém.

— Se importa o suficiente para pagar alguém para arrumar a sua casa? — arqueei a sobrancelha.

— Dessa vez sim. — riu.

Caminhei pela sala e parei ao ver uma foto dele com a irmã. Peguei o porta-retratos e analisei a imagem. Os dois estavam na Disney diante do castelo da Cinderela. Ambos usavam orelhas do Mickey e estavam abraçados. Louise trazia um sorriso grande no rosto e o Cole tinha a expressão tímida de alguém que não curtia ou não se importava com fotos.

— Incrível como só em uma foto dá pra ver a energia contrária entre vocês dois. — comentei.

— Ainda magoada com ela? — aproximou-se e parou ao meu lado.

— Ela me fez perder um bom tempo, então... — dei de ombros. — E você?

— A última vez que falei com ela nós discutimos por causa do que ela fez. Desde então ela tem me mandado mensagens e tem me ligado, mas eu não respondo. Preciso de tempo.

— Entendo. — coloquei a foto de volta no lugar. — O que é isso? — apontei para uma moldura com uma pulseira artesanal vermelha guardada dentro dela como se fosse algum artefato.

— Era de uma paciente. — foi curto.

— E por que você guarda como se fosse uma raridade?

— Na verdade é. Foi ela quem fez e usava o tempo inteiro. Ela adorava fazer acessórios, fazia parte das atividades terapêuticas para combater a depressão.

A maneira como ele estava falando dela dava a entender que o assunto o deixava triste.
Dedilhei os dizeres na base da moldura enquanto lia a frase.

Seu talento eternizado. Obrigado, Mary.

O que aconteceu com ela? — perguntei.

— Depois de cinco tentativas falhas e mais de dez desistências, a Mary conseguiu se suicidar. Aconteceu três meses depois que você foi embora. Naquele momento eu me culpei muito, achava que tinha me distraído da tarefa de ajudá-la e acreditei que o erro tinha sido meu. Eu a impedi de fazer isso tantas vezes e de repente fui incapaz. — olhou para o chão. — Depois disso eu resolvi fazer uma viagem de cinco meses como um período sabático.

The Best Part Of Me ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora