BÁRBARA
Hoje é um dia especial, o dia em que essa família verá o quanto a vida é preciosa lá fora. E foi pensando nisso, que convidei toda a família para sair para passear nesse belo sábado.
Os mais animados além de mim era as crianças, eles estavam empolgados pelo dia maravilhoso que eu os prometi.
A senhora Lorena de início recusou o meu pedido com a desculpa de que tinha alguns assuntos da floricultura para resolver, claro que não acreditei e por isso insisti até ela aceitar.
Não era justo ela passar um dia tão bonito quanto esse presa dentro de casa.
Miguel era outro que não parecia estar tão animado assim pois até agora não deu nenhum sorriso sequer, mas espero conseguir mudar isso ao longo do dia.
— Somos em seis contando com as crianças. —disse a senhora Lorena assim que nos aproximamos do seu carro. — Não vai caber todos no carro, melhor eu ficar em casa.
— Nem pensar. —adverti estreitando os olhos para ela. — O Miguel também tem carro, e até mesmo uma moto garanto que meios para sairmos não faltará.
Ela suspirou derrotada abaixando os ombros.
Eu tinha que me esforçar para tentar ajudar essa família, afinal, é o mínimo que posso fazer depois de tudo o que fizeram por mim.
— Ela tem razão, mãe. —Miguel concordou parando ao meu lado. — Eu e a Bárbara podemos ir de moto, vocês vão de carro.
— Babi, para onde vamos primeiro? —Laura perguntou curiosa.
Me abaixei ficando na sua altura e sorri para ela.
— Gosta de animais, querida? —indaguei, ela sorriu confirmando com a cabeça. — Ótimo, porque vamos ao zoológico!
— Eba! —gritou Thomás empolgado.
As crianças ficaram eufóricas com a notícia. Dito aquilo, todos se acomodaram no carro da senhora Lorena. Enquanto isso Miguel retirava a moto da garagem.
Ele me entregou um capacete e subi logo depois dele, o agarrando pela cintura. Eu tinha que confessar que dessa parte eu gostava um pouco.
Não que eu fosse uma assediadora ou algo do tipo, mas convenhamos esse homem deixa muito a desejar apesar do jeito meio fera, ele era um cara do bem.
O zoológico não era tão longe assim já que não demoramos muito a chegar, para ser sincera, todos nos divertimos bastante lá. As crianças não paravam de rir de felicidade com cada animal que eles conheciam.
A senhora Lorena também me parecia tão mais feliz, apesar do Miguel se fazer de durão vez ou outra eu o vi admirando os sobrinhos que estavam eufóricos.
Assim que encerremos o tour pelo zoológico, nos reunimos outra vez. Eu tinha mais uma surpresa.
— Para onde vamos agora? —A senhora Lorena perguntou, as crianças olharam anciosas para mim.
— Vamos para o parque, tenho mais uma surpresa para vocês.
Eles entraram no carro outra vez com um imenso sorriso nos lábios.
— Lembro que ontem você me pediu para te mostrar a cidade, e não para explorá-la. —o moreno acusou me fazendo me virar para olhá-lo.
Ele estava encostado na moto, uma visão e tanto eu admito. Ele estava usando uma jaqueta preta, como no dia em que nos conhecemos.
— Eu sei. —dei de ombros e não evitei um sorriso. — Mas acho que todos nós merecemos nos divertir um pouco.
Ele assentiu e logo subimos mais uma vez na moto. Seguimos dessa vez para o parque como combinado.
Assim que chegamos surpreendi a todos quando retirei uma cesta cheia de comida do porta malas do carro, todos olharam surpresos para mim.
— Na verdade hoje eu acordei bem cedo, e tomei a liberdade de comprar todas essas coisas e escondi no porta malas do carro. —expliquei. — Espero que gostem.
A senhora Lorena me olhou emocionada, chegando até a me puxar para um abraço apertado.
— Obrigada, Babi.
— Não precisa agradecer, apenas se divirta.
— Hum... Isso parece delicioso. —Rafael comentou passando a língua nos lábios. — Vamos comer logo!
Todos rimos do desespero do garoto, felizmente eu já conseguia diferenciar os gêmeos.
Joguei uma toalha xadrez sobre a grama que eu também havia comprado hoje mais cedo, e arrumamos a comida sobre ela.
E observando aquela linda paisagem começamos a comer, assim que as crianças terminam se levantam para brincar com a vó.
Fico observando aquela cena me sentindo satisfeita ao vê-los felizes nem que seja por um momento.
— Parece que você planejou tudo muito bem. —comentou o homem ao meu lado.
Virei o meu rosto para encará-lo, ele estava concentrado nas crianças que estavam correndo brincando de pega pega.
— Eu só queria que vocês tivessem um dia perfeito. —confessei ainda o encarando.
Miguel parou de olhar para as crianças e focou os seus olhos em mim.
— Mas por quê você se daria ao trabalho? —questionou franzindo a testa.
Suspirei fundo e continuei a olhá-lo olhos nos olhos.
— Não vou mentir para você, ontem a sua mãe me pediu para tentar de ajudar a sair de tanta amargura. Não fique bravo com ela, ela só está preocupada com você. —confessei e mesmo hesitante tomei a liberdade de segurar as suas mãos o surpreendendo. — Ela já perdeu uma filha, não quer perder você também.
Ficamos em silêncio por alguns segundos até que ele puxou as suas mãos das minhas abaixando a cabeça.
— Você não entende, o culpado pela morte da minha irmã ainda está por aí, você realmente acha justo ele ficar em pune quando a Amanda pagou com a própria vida?
— Não, eu não acho justo. —respondi o fazendo me olhar outra vez. — Mas também não acho justo você colocar a sua vida em risco também. Essa pessoa que fez isso com a sua irmã pode muito bem te fazer mal também, essa sua obsessão por justiça não está te deixando viver em paz.
Ele endureceu o olhar para mim.
— Eu não vou desistir. Perante o túmulo da minha irmã eu prometi que encontraria o culpado, não me importo se morrerei no caminho mas eu não vou desistir.
A determinação que vi no seu olhar me fez ter a certeza que eu poderia arranjar uns mil argumentos para fazê-lo desistir mas de nada iria adiantar.
Mesmo sabendo que seria em vão, eu iria insistir mais um pouco mas fui interrompida quando Laura se aproximou me chamando para brincar junto dela.
Claro que não seria tão fácil assim fazê-lo desistir, mas era óbvio que eu não iria parar por ali. Eu prometi para a sua mãe que eu o ajudaria a seguir em frente e é exatamente isso que irei fazer.
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Um Encontro Com O Destino [COMPLETO]
RomanceBárbara González Chavez mora com os tios desde a trágica morte dos seus pais, durante anos foi humilhada pela a sua própria família, cansada de tudo aquilo ela resolve então sair de casa para tentar um recomeço, mas o destino pretendia surpreendê-la...