BÁRBARA
Hoje seria um dia diferente, o dia em que a senhora Lorena me pediu para trazer as crianças para o colégio, deixei ela na floricultura e ela me emprestou o seu carro.
Durante o caminho nos divertimos bastante, cantamos algumas músicas essas crianças são de fato especiais.
— Cadê o meu beijo? —perguntei as crianças assim que descemos do carro.
Laura foi a primeira a beijar a minha bochecha, logo após vieram Thomás e Rafael me presenteando com outros beijos.
— Boa aula e se comportem.
Todos assentiram e entraram no colégio, assim que me virei acabei colidindo com alguém com o impacto quase caí mas a pessoa foi mais rápida e me segurou.
— Cuidado. —uma voz grave preencheu os meus ouvidos.
Ergui o meu olhar para cima dando de cara com um belo homem com lindos olhos esverdeados. O seu cabelo castanho quase loiro estava caído sobre a testa, enquanto o mesmo sorria de lado para mim.
Era um homem encantador, isso eu admito.
— Desculpa, eu deveria prestar mais atenção. —falei sem graça.
Ele soltou a minha cintura enquanto o seu sorriso aumentou mostrando a covinha na sua bochecha.
— Não se preocupe, a culpa também foi minha. —disse gentilmente. — Nunca te vi por aqui antes você é mãe de algum dos alunos?
— Não. —neguei soltando uma risadinha. — É uma história complicada.
— Bom... —ele começou a falar mas fez uma pausa para olhar o relógio no pulso. — No momento estou sem tempo para ouvir a história complicada porque tenho que dar aula, mas que tal qualquer dia desses?
Estreitei os meus olhos para ele e não evitei de sorrir pelo o seu descaradamento.
— Você acabou de me chamar para sair na cara dura?
Novamente ele sorriu deixando evidente outra vez as covinhas.
— Se você aceitar, então sim acabei de te chamar para sair. —deu de ombros despreocupado. — Então, o que me diz?
Recapitulando os fatos, percebi que aquilo era uma loucura. Primeiro porque nem conheço esse homem, segundo o meu coração infelizmente bate um pouco mais forte por um certo alguém.
— Não acho que isso seja uma boa idéia, nem nos conhecemos.
— Juro que sou um cara decente, qualquer um aqui nesta escola me conhece posso lhe garantir que comigo não há perigo algum. —gabou-se me fazendo gargalhar. — E a propósito o meu nome é Tadeu, muito prazer bela moça.
Ele estendeu a mão para mim à apertei em cumprimento e logo soltei.
— Ainda bem que não é casada. —confessou enquanto olhava para as minhas mãos. — Posso ao menos saber o seu nome senhorita?
— Bárbara.
— Um belo nome para uma bela mulher.
— Pelo o que vejo você sabe muito bem seduzir uma mulher.
Ele gargalhou.
— E está funcionando com você?
— Definitivamente não. —respondi com um sorriso divertido. — Agora preciso ir, tenha um bom dia.
— Você não respondeu a minha pergunta sobre o convite? —perguntou erguendo um sobrancelha.
Dei de ombros e sorri para ele.
— Nos esbarramos por aí professor.
— Vou considerar isso como um sim.
Não lhe respondi apenas virei de costas e fui embora com um sorriso bobo nos lábios. Voltei para a floricultura encontrando a senhora Lorena atendendo alguns clientes, logo tomei o meu posto.
Havia se passado algumas semanas desde a conversa que tive com o Miguel sobre o beijo, desde então não nos falamos muito apenas o básico.
Tento não me sentir afetada por isso mas o meu coração é um traidor que mal pode vê-lo que já começa a disparar.
Do que adianta o coração ser meu se não posso mandar nele? Parece que ele gosta de sofrer por alguém que não merece.
Já era final do dia quando Miguel chegou na floricultura para me buscar, fomos juntos até o seu carro sem trocarmos nenhuma palavra.
Durante o caminho parecíamos dois mudos, nenhum falava absolutamente nada. Pensei em falar alguma coisa pois esse silêncio estava começando a me incomodar, até que ele abriu a boca para falar.
— Fique calma, acho que tem um carro nos seguindo. —avisou me deixando em alerta.
Por impulso olhei para trás e notei um carro prata logo atrás de nós, o meu coração acelerou pelo o medo.
— Quem você acha que é? —perguntei tentando manter a calma.
— Não faço idéia, segura firme.
Imediatamente ele acelerou o carro, por mais que tentasse controlar o meu medo era mais forte do que eu. Nos filmes sempre quando alguém é perseguido nunca acaba bem para uma das partes.
— Eu não quero morrer, mas se eu morrer quero que você saiba que eu te acho um idiota por ignorar o sentimento que sinto por você. —falei de uma vez.
— Ninguém aqui vai morrer. —asseverou convicto. — E sim, eu sei que eu sou um idiota.
Era a mais pura verdade, o tempo que convivi com este homem pude notar que mesmo estando machucado ele tinha um coração bondoso, e ajuda o próximo sempre que pode.
O meu caso é um grande exemplo, eu era apenas uma estranha que ele resgatou no meio de uma estrada e levou para a sua própria casa, Miguel fez por mim o que quase ninguém faria.
E o beijo que demos serviu também para mostrar que sinto algo a mais do que apenas gratidão, o jeito simples e modesto deste homem conquistou aos poucos o meu coração.
De repente soltei um grito assustada quando o outro carro começou a bater no nosso. Seja lá quem estiver dirigindo o seu único objetivo é acabar conosco.
O celular de Miguel então começou a tocar.
— Atende. —ele pediu entregando-me o celular.
Peguei com as minhas mãos trêmulas era de um número desconhecido, atendi e coloquei no viva voz.
— Vocês acharam o que? Que iriam se intrometer na minha vida e ficaria por isso mesmo? —reconheci a voz de Alessandro imediatamente. — Vocês vão pagar com a vida!
— Você vai acabar sendo preso com essa idéia maluca de nos machucar. —rebateu Miguel enquanto se concentrava na estrada. — Te aconselho a parar enquanto há tempo.
Novamente ele bate com o seu carro no nosso quase nos tirando da estrada.
Ele soltou uma gargalhada pelo o telefone e em seguida desliga a chamada. Eu estava prestes a enlouquecer quando finalmente ouvi o som da sirene da polícia.
Suspirei aliviada, mas o meu alívio durou pouco quando outra vez o carro bateu no nosso dessa vez conseguiu nos tirar da estrada fazendo com que o carro virasse sobre um barranco.
O meu corpo foi arremessado de um lado para outro enquanto o carro virava me causando uma dor horrível, senti quando sangue desceu sobre a minha testa.
Quando o carro finalmente parou eu estava de cabeça para baixo, a minha visão estava um pouco embaçada.
— Bárbara! —ouvi a voz desesperada de Miguel ao meu lado que estava tentando soltar o seu cinto. — Bárbara!
Eu queria lhe responder mas eu não conseguia, eu quase nem conseguia abrir os meus olhos. Eu estava em pânico me perguntando como iremos sair daquela situação.
Por mais que eu me esforçasse para manter os olhos abertos infelizmente não consegui e logo fui tomada pela escuridão, mas antes de perder de vez a consciência torci para que saíssemos bem daquela situação.
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Um Encontro Com O Destino [COMPLETO]
RomanceBárbara González Chavez mora com os tios desde a trágica morte dos seus pais, durante anos foi humilhada pela a sua própria família, cansada de tudo aquilo ela resolve então sair de casa para tentar um recomeço, mas o destino pretendia surpreendê-la...