Capítulo 23

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MIGUEL

Eu mentiria se dissesse que não fiquei surpreso ao saber que Bárbara é sobrinha do assassino da minha irmã, mas eu não seria idiota o suficiente para culpá-la de algo que ela não tem culpa.

Depois de também descobrir o que o seu tio havia feito a minha namorada ficou transtornada, após voltarmos para o hotel Bárbara me contou sobre como ela era tratada em sua casa.

Ela então contou-me que sempre foi tratada com indiferença e sempre que possível era humilhada constantemente pelo o tio.

Mas na sua história o que mais me surpreendeu foi o fato de que ela me confidenciou que a casa que era dos seus pais foi deixada para o seu tio.

Que tipo de pais seriam esses que deixou a casa para outras pessoas ao invés da própria filha?

Algo me dizia que havia alguma coisa de muito estranho nessa história, e pretende descobrir o que é.

Mas antes de qualquer coisa, eu preciso fazer aquele homem pagar por todo o mal que ele causou a minha família. Se depender de mim ele irá apodrecer na cadeia.

— Tenho certeza que a sua mãe irá me odiar. —virei a minha cabeça para o lado ao ouvir a voz da minha namorada.

Estavamos sentados lado à lado na beirada da cama, assim que olhei para ela notei que a mesma estava cabisbaixa. Aquilo me partia o coração, Bárbara é uma pessoa maravilhosa me sinto um idiota por ter resistido a essa mulher por tanto tempo.

— Ei... —sussurrei segurando em seu rosto à fazendo me encarar. — A minha mãe te ama, você é como se fosse uma filha para ela. Você não tem culpa de nada.

— Mas... —ela fez uma pausa ao respirar fundo. — Eu sou sobrinha do homem que tirou dela a sua filha, como ela não irá me odiar?

Beijei rapidamente a testa da minha namorada, eu conseguia perceber de longe toda a dor e preocupação que passava pelos os seus olhos.

— Me escuta bem, você é parte da nossa família agora.

Ela sorriu fraco e me puxou para um abraço rápido, assim que se afastou ela me beijou com ternura.

— Eu te amo. —confessou olhando em meus olhos com sinceridade.

— Por mais que eu tenha demorado a perceber, eu também te amo. —sorri para ela unindo as nossas testas. — No início eu enxergava você como um obstáculo no meio do caminho, mas agora eu vejo que você além de ser uma grande aliada é uma grande parceira também.

Bárbara finalmente pareceu entender que apesar de tudo eu ainda à amaria.

Agora mais calmos resolvemos elaborar um plano para conseguir provas contra o Dan González.

— Não acho isso uma boa idéia. —comentei, enquanto passava as mãos pelos os meus cabelos e ando de um lado para o outro no quarto.

— Claro que é uma ótima ideia, eu posso muito bem conseguir falar com ele, só o que preciso fazer é fazê-lo confessar para mim e gravar tudo.

Suspirei fundo.

— Não acho que aquele desgraçado irá confessar.

— Não custa tentar, certo? —insistiu erguendo-se da cama e vindo até mim ficando na minha frente.

A verdade era que o plano não era tão ruim assim, mas eu temia pela segurança da minha namorada. Estamos lidando com um assassino, tenho certeza que ele não terá nenhuma consideração pela Bárbara por ser a sua sobrinha.

E isso era o que mais me preocupava, eu já perdi uma pessoa que eu amava e até hoje sofro com essa perda, não suportaria perdê-la também.

— Eu vou ficar bem está bem? —avisou como se tivesse acabado de ler os meus pensamentos. — Eu sinto que devo isso a sua irmã.

— Eu só não quero que aconteça nada com você. —confessei segurando o seu rosto com ambas as minhas mãos.

— Prometo que vou me cuidar. —ela sorriu beijando suavemente o meu rosto. — Vamos logo, não temos mais tempo a perder. Está mais do que na hora de resolvemos esse assunto.

E ela estava certa, durante meses me torturei tentando descobrir quem era o culpado da morte da minha irmã, mas agora havia finalmente chegado a hora do acerto de contas.

Sem perder mais nenhum segundo, saímos outra vez do hotel era por volta das uma da tarde quando estacionei o carro um pouco distante de uma bela casa branca.

Olhei para a minha namorada que parecia nervosa, segurei em sua mão tentando passar conforto.

— Vou ligar para a polícia, qualquer coisa você grita. —avisei preocupado.

— Tudo bem. —assentiu enquanto colocava o celular no bolso com a gravação ligada. — Eu te amo.

— Também amo você, boa sorte e obrigado por me ajudar.

Ela sorriu assim que desceu do carro.

— Somos uma dupla, senhor advogado.

Bárbara piscou para mim e me deu as costas enquanto seguia até a casa, fiquei dentro do carro e observei quando ela tocou a campainha.

Não demorou para que a porta fosse aberta por um homem de cabelos grisalhos, fechei as minhas mãos em punho sentindo o ódio me invadir.

E lá estava o homem que havia destruído a minha família.

Esse deve ser o tal do Dan González.

A minha vontade nesse momento é de sair desse carro e acabar com esse monstro com as minhas próprias mãos, mas então eu me tornaria tão monstro quanto ele, por isso me contive.

Eu voltei a encarar a Bárbara que parecia estar trocando algumas palavras com aquele homem, e pouco tempo depois à vejo entrar na casa.

A polícia já deve estar à caminho, enquanto espero decido mandar uma mensagem para a minha mãe explicando a situação pois tenho certeza que ela já deve estar preocupada.

Guardo o meu celular e foco a minha atenção na casa outra vez, mas tudo estava absolutamente silêncioso.

De agora em diante será com ela, espero que tudo dê certo e que finalmente consigamos resolver esse assunto e que possamos seguir em frente e finalmente sermos ainda mais felizes juntos.

Seja como for eu nunca esquecerei tudo que aquela mulher está fazendo por mim, apesar de não merecer tive a sorte grande por tê-la encontrado e agora à quero sempre ao meu lado.

Um Encontro Com O Destino [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora