BÁRBARA
No dia seguinte acordei sentindo beijos sendo depositados por todo o meu rosto, logo notei Miguel sorridente para mim enquanto me beijava.
— Bom dia, bela adormecida.
Não demorei a notar que havia uma bandeja com o café da manhã ao lado da cama, olhei para o meu namorado com um enorme sorriso nos lábios.
— Eu não sabia que você fazia o tipo romântico. —declarei curiosa.
Ele deu de ombros.
— Não sou, mas estou tentando.
Apenas sorri, mas franzi a testa ao perceber que ele estava arrumado para sair.
— Por quê já está arrumado?
— Já são quase nove horas, ontem consegui o número da Andréia ela me pediu que estivesse lá antes das dez. —explicou ficando sério.
Eu sabia que o assunto da sua irmã era muito delicado.
— Por quê não avisou? —questionei me levantando apressada da cama. — Vou me arrumar e vou com você.
— Você não precisa ir se não quiser, você pode ficar aqui.
Me aproximei dele e segurei a sua mão.
— Miguel, estamos juntos nessa. —sorri para ele e me afastei. — Agora vou tomar banho, prometo que não demoro.
— E o seu café da manhã?
— Não se preocupe, a sua intenção já foi o suficiente para me conquistar. —pisquei para ele e fui tomar banho.
Como eu havia prometido não demorei muito para me arrumar, logo nós dois estávamos dentro do carro à caminho da casa da Andréia.
Eu podia perceber que o meu namorado estava absolutamente nervoso, também não era para menos. Iríamos descobrir quem matou a sua irmã.
Mas por quê será que a Andréia ficou calada por tanto tempo?
Eram tantas perguntas sem respostas, mas agora todo esse mistério estava prestes a ser revelado.
Pousei uma das minhas mãos na perna do meu namorado tentando lhe passar conforto. Ele forçou um sorriso para mim, e voltou a se concentrar na estrada.
Depois de quase uma eternidade Miguel parou em frente a uma casa azul, ele suspirou fundo antes de descer do carro.
— Lembre-se, eu estou do seu lado. —avisei assim que saímos do carro.
Ele assentiu e juntos fomos até a porta, as suas mãos estavam um pouco trêmulas enquanto ele tocava a campainha.
Não demorou para que uma mulher de aparentemente uns trinta anos abrisse a porta.
— Você deve ser o Miguel certo? —perguntou ela de maneira amigável, mas assim que os seus olhos pousaram em mim ela ficou pálida. — O que você está fazendo aqui?
— Você me conhece? —perguntei sem entender.
— Você não, mas eu sei muito bem o sangue que você carrega. —falou parecendo irritada, e olhou para Miguel outra vez. — Você não deveria ter trazido ela.
— Do que você está falando? —Miguel perguntou sem entender. — Ela é a minha namorada.
Logo a mulher ficou ainda séria com a confissão de Miguel.
— Olha só, eu não sei o que está acontecendo aqui, mas o que acha de entrarmos e esclarecermos as coisas? —sugeri.
Ela ficou em silêncio parecendo pensar, e mesmo hesitante permitiu a nossa entrada.
Andréia nos conduziu até o sofá, ela logo se sentou de frente para nós.
— Você realmente sabe quem matou a minha irmã? —o meu namorado perguntou encarando-a com seriedade.
— Sei, e sinto muito por não ter procurado a polícia acontece que eu tive medo de acabar tendo o mesmo final da Amanda. —explicou enquanto suspirava fundo. — Eu tenho uma filha para criar, não podia colocar em risco as nossas vidas.
De certa maneira eu conseguia compreender a sua situação.
— Você pode nos contar o que realmente aconteceu? —perguntei anciosa.
— A Amanda era uma grande amiga minha, trabalhavamos juntas, tudo estava bem até que ela resolveu investigar uma pessoa e isso custou a vida dela. Ela me contou quem estava investigando e me mostrou as provas que incriminavam essa pessoa, e justamente no dia em que ela foi entregar essas provas para a polícia ela foi assassinada com um tiro na cabeça.
— Então nos diga, que matou a minha irmã?
Andréia olhou para mim no mesmo instante.
— Dan González. —respondeu olhando-me com desdém. — Foi ele quem a Amanda estava investigando, e foi ele quem à matou.
No mesmo instante empalideci, o meu tio... Foi o meu tio quem matou a Amanda.
Senti as lágrimas quentes abandonarem os meus olhos enquanto a minha respiração acelerou.
Aquilo não poderia ser verdade, tinha que ser um pesadelo.
— Bárbara, você está bem? —Miguel me olhou preocupado.
Meu Deus, como eu iria conseguir encará-lo de agora em diante sabendo que o homem que matou a sua irmã é na verdade o meu tio, como irei dizê-lo que carrego o mesmo sangue do assassino da sua irmã?
— Claro que ela não está bem, afinal, o tio dela é o assassino. —disse Andréia fazendo com que Miguel arregalasse os olhos. — Vai me dizer que você não sábia que ela é a sobrinha do prefeito?
— Isso é verdade, Bárbara? —ele perguntou olhando em meus olhos.
Não tive coragem de respondê-lo, apenas sequei as minhas lágrimas e voltei a encarar a Andréia.
— O quê a Amanda descobriu sobre ele? —perguntei com a voz trêmula, eu podia sentir o olhar de Miguel ainda sobre mim.
Mas eu ainda não estava preparada para falar com ele sobre isso, tenho certeza que ele a partir de agora irá me odiar.
— A Amanda acabou descobrindo que o prefeito além de corrupto é um narcotraficante, ela contrabandeia drogas. Ela conseguiu algumas fotos dele contrabandeando drogas, essas eram as provas que ela tinha. Mas de alguma maneira ele descobriu, tenho certeza que foi ele quem à matou, e deu um jeito de fazer parecer que foi um suicidiu.
Aquilo era demais para mim, convivi com um monstro durante anos e anos.
Sem aguentar a realidade me levantei do sofá e saí daquela casa o mais apressada possível, como dizem por aí a verdade dói e está me doendo demais da conta.
De repente sinto uma mão segurar com firmeza em meu braço me fazendo parar no meio da rua, sinto as lágrimas descendo frenéticamente pelo o meu rosto.
Logo percebo Miguel me olhando com um rosto indecifrável.
— Eu sei que você me odeia, me desculpa por favor me desculpa... —implorei em meio as lágrimas.
Mas para a minha surpresa ele me puxou para os seus braços, o meu rosto estava sobre o seu peito molhando a camisa dele com as minhas lágrimas.
Ele me apertou em seus braços abraçando-me com firmeza.
— Eu nunca vou odiar a mulher que eu amo. —confessou beijando a minha cabeça. — Você não tem culpa de nada, o único culpado é aquele desgraçado, e pode ter certeza que ele irá pagar por tudo o que ele fez.
Naquele momento intensifiquei o nosso abraço, eu não posso perder o Miguel, ele é a única pessoa que eu tenho.
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Um Encontro Com O Destino [COMPLETO]
RomanceBárbara González Chavez mora com os tios desde a trágica morte dos seus pais, durante anos foi humilhada pela a sua própria família, cansada de tudo aquilo ela resolve então sair de casa para tentar um recomeço, mas o destino pretendia surpreendê-la...