Capítulo 22

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BÁRBARA

No dia seguinte acordei sentindo beijos sendo depositados por todo o meu rosto, logo notei Miguel sorridente para mim enquanto me beijava.

— Bom dia, bela adormecida.

Não demorei a notar que havia uma bandeja com o café da manhã ao lado da cama, olhei para o meu namorado com um enorme sorriso nos lábios.

— Eu não sabia que você fazia o tipo romântico. —declarei curiosa.

Ele deu de ombros.

— Não sou, mas estou tentando.

Apenas sorri, mas franzi a testa ao perceber que ele estava arrumado para sair.

— Por quê já está arrumado?

— Já são quase nove horas, ontem consegui o número da Andréia ela me pediu que estivesse lá antes das dez. —explicou ficando sério.

Eu sabia que o assunto da sua irmã era muito delicado.

— Por quê não avisou? —questionei me levantando apressada da cama. — Vou me arrumar e vou com você.

— Você não precisa ir se não quiser, você pode ficar aqui.

Me aproximei dele e segurei a sua mão.

— Miguel, estamos juntos nessa. —sorri para ele e me afastei. — Agora vou tomar banho, prometo que não demoro.

— E o seu café da manhã?

— Não se preocupe, a sua intenção já foi o suficiente para me conquistar. —pisquei para ele e fui tomar banho.

Como eu havia prometido não demorei muito para me arrumar, logo nós dois estávamos dentro do carro à caminho da casa da Andréia.

Eu podia perceber que o meu namorado estava absolutamente nervoso, também não era para menos. Iríamos descobrir quem matou a sua irmã.

Mas por quê será que a Andréia ficou calada por tanto tempo?

Eram tantas perguntas sem respostas, mas agora todo esse mistério estava prestes a ser revelado.

Pousei uma das minhas mãos na perna do meu namorado tentando lhe passar conforto. Ele forçou um sorriso para mim, e voltou a se concentrar na estrada.

Depois de quase uma eternidade Miguel parou em frente a uma casa azul, ele suspirou fundo antes de descer do carro.

— Lembre-se, eu estou do seu lado. —avisei assim que saímos do carro.

Ele assentiu e juntos fomos até a porta, as suas mãos estavam um pouco trêmulas enquanto ele tocava a campainha.

Não demorou para que uma mulher de aparentemente uns trinta anos abrisse a porta.

— Você deve ser o Miguel certo? —perguntou ela de maneira amigável, mas assim que os seus olhos pousaram em mim ela ficou pálida. — O que você está fazendo aqui?

— Você me conhece? —perguntei sem entender.

— Você não, mas eu sei muito bem o sangue que você carrega. —falou parecendo irritada, e olhou para Miguel outra vez. — Você não deveria ter trazido ela.

— Do que você está falando? —Miguel perguntou sem entender. — Ela é a minha namorada.

Logo a mulher ficou ainda séria com a confissão de Miguel.

— Olha só, eu não sei o que está acontecendo aqui, mas o que acha de entrarmos e esclarecermos as coisas? —sugeri.

Ela ficou em silêncio parecendo pensar, e mesmo hesitante permitiu a nossa entrada.

Andréia nos conduziu até o sofá, ela logo se sentou de frente para nós.

— Você realmente sabe quem matou a minha irmã? —o meu namorado perguntou encarando-a com seriedade.

— Sei, e sinto muito por não ter procurado a polícia acontece que eu tive medo de acabar tendo o mesmo final da Amanda. —explicou enquanto suspirava fundo. — Eu tenho uma filha para criar, não podia colocar em risco as nossas vidas.

De certa maneira eu conseguia compreender a sua situação.

— Você pode nos contar o que realmente aconteceu? —perguntei anciosa.

— A Amanda era uma grande amiga minha, trabalhavamos juntas, tudo estava bem até que ela resolveu investigar uma pessoa e isso custou a vida dela. Ela me contou quem estava investigando e me mostrou as provas que incriminavam essa pessoa, e justamente no dia em que ela foi entregar essas provas para a polícia ela foi assassinada com um tiro na cabeça.

— Então nos diga, que matou a minha irmã?

Andréia olhou para mim no mesmo instante.

— Dan González. —respondeu olhando-me com desdém. — Foi ele quem a Amanda estava investigando, e foi ele quem à matou.

No mesmo instante empalideci, o meu tio... Foi o meu tio quem matou a Amanda.

Senti as lágrimas quentes abandonarem os meus olhos enquanto a minha respiração acelerou.

Aquilo não poderia ser verdade, tinha que ser um pesadelo.

— Bárbara, você está bem? —Miguel me olhou preocupado.

Meu Deus, como eu iria conseguir encará-lo de agora em diante sabendo que o homem que matou a sua irmã é na verdade o meu tio, como irei dizê-lo que carrego o mesmo sangue do assassino da sua irmã?

— Claro que ela não está bem, afinal, o tio dela é o assassino. —disse Andréia fazendo com que Miguel arregalasse os olhos. — Vai me dizer que você não sábia que ela é a sobrinha do prefeito?

— Isso é verdade, Bárbara? —ele perguntou olhando em meus olhos.

Não tive coragem de respondê-lo, apenas sequei as minhas lágrimas e  voltei a encarar a Andréia.

— O quê a Amanda descobriu sobre ele? —perguntei com a voz trêmula, eu podia sentir o olhar de Miguel ainda sobre mim.

Mas eu ainda não estava preparada para falar com ele sobre isso, tenho certeza que ele a partir de agora irá me odiar.

— A Amanda acabou descobrindo que o prefeito além de corrupto é um narcotraficante, ela contrabandeia drogas. Ela conseguiu algumas fotos dele contrabandeando drogas, essas eram as provas que ela tinha. Mas de alguma maneira ele descobriu, tenho certeza que foi ele quem à matou, e deu um jeito de fazer parecer que foi um suicidiu.

Aquilo era demais para mim, convivi com um monstro durante anos e anos.

Sem aguentar a realidade me levantei do sofá e saí daquela casa o mais apressada possível, como dizem por aí a verdade dói e está me doendo demais da conta.

De repente sinto uma mão segurar com firmeza em meu braço me fazendo parar no meio da rua, sinto as lágrimas descendo frenéticamente pelo o meu rosto.

Logo percebo Miguel me olhando com um rosto indecifrável.

— Eu sei que você me odeia, me desculpa por favor me desculpa... —implorei em meio as lágrimas.

Mas para a minha surpresa ele me puxou para os seus braços, o meu rosto estava sobre o seu peito molhando a camisa dele com as minhas lágrimas.

Ele me apertou em seus braços abraçando-me com firmeza.

— Eu nunca vou odiar a mulher que eu amo. —confessou beijando a minha cabeça. — Você não tem culpa de nada, o único culpado é aquele desgraçado, e pode ter certeza que ele irá pagar por tudo o que ele fez.

Naquele momento intensifiquei o nosso abraço, eu não posso perder o Miguel, ele é a única pessoa que eu tenho.

Um Encontro Com O Destino [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora