Manwë

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"[...] Manwë tem a maior estima de Ilúvatar e compreende com mais clareza seus objetivos. Ele foi designado para ser, na plenitude do tempo, o primeiro de todos os Reis: senhor do reino de Arda e governante de todos os que o habitam. Em Arda, seu prazer está nos ventos e nas nuvens, e em todas as regiões do ar, das alturas às profundezas, dos limites mais remotos do Véu de Arda às brisas que sopram nos prados. Súlimo é seu sobrenome, Senhor do Alento de Arda. Ele ama todas as aves velozes, de asas fortes; e elas vão e vêm atendendo às suas ordens."

      Arwen olhava para Elanor procurando em sua mente alguma palavra de consolo para a filha, que sentada no banco de pedra, cutucava a cutícula solta no dedão, ato que ela fazia desde pequena quando estava nervosa por algo. Não havia palavras para dizer, o ato do incesto provocado pela magia de Eldarion gerava uma criança dentro de Elanor, da qual não tinha nenhum apreço pelo irmão e agora, noiva do príncipe élfico, teria que expor a delicada situação. 

      - Legolas é um bom elfo, o mais nobre que já conheci... ele vai entender. - disse Arwen se ajoelhando perante Elanor e pegando em suas mãos, encarou os olhos molhados e vermelhos da filha.

      Elanor negou com a cabeça e escondeu o rosto com as mãos, chorando ainda mais.

      - Falaremos juntas para ele. - disse Arwen, abraçando a filha.

       Estavam Thranduil, Elrond, Faramir, Legolas e Aragorn sentados na mesa de pedra, olhando o mapa de Gondor e com pequenos cavalos de madeira exemplificando onde estava agrupado os seus exércitos, planejavam um contra-ataque à Eldarion, que parecia ter recuado as forças.

       - Precisamos atacá-lo agora que recuou, Eldarion não ressitirá às forças de Rohan e do Reino da Floresta. - disse Faramir decidido.

      - É necessário sermos cautelosos com ele, Faramir. Não se esqueça de quem está com ele. - disse Elrond,encarando o Rei de Rohan.

     - Sauron já foi derrotado mais de uma vez, não será difícil derrubá-lo agora. - disse Legolas, confiante.

     - Não se esqueça que agora ele tem um peão mais forte, Eldarion é da linhagem dos Dunedáin, existe força nele. - disse Thranduil, olhando para Aragorn, que encarava o mapa perdido em pensamentos.

       Todos olharam para Aragorn, esperando um pronuciamento dele.

     - Ele não é mais meu filho, se é o que vocês querem ouvir. - disse Aragorn com olhos marejados. - O homem que ele se tornou não tem nada do meu povo.

      - Ah, mas isso me dói o coração de ouvir, meu querido pai... - disse uma voz sombria.

     Todos se viraram para a porta leste da sala, e parado ali como uma penumbra em formato de homem, Eldarion sorria para eles com as mãos para trás. Legolas sacou o arco e atirou uma flecha que atravessou a sombra de Eldarion, e os outros se levantaram sacando suas espadas. 

     - É um feitiço. - disse Elrond, abaixando sua espada.

     - Mas é claro que é, meu caro vovô. Acha mesmo que eu viria até vocês sozinho? - disse ele dando um passo à frente. - Apesar de ter a certeza de que eu sou forte, não sou estúpido o bastante para entrar nessa fortaleza. - disse ele, e seus olhos voltaram-se ao redor.

     - O que você quer? - disse Legolas, irritado.

     - Lhe dar um pequeno e importante recado, Legolas Greenleaf. - disse Eldarion sorrindo maléficamente. - Sua pequena e doce Elanor, a qual você a roubou de meus domínios... não é tão pura quanto pensa.

Meu Querido Legolas: Uma história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora