A Verdade

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Lúthien sentia sua visão turvar-se e seus dedos tremerem ao reler as palavras do pergaminho, ao qual continha um segredo que ela mesmo não queria ter descoberto, em sua mente as palavras vagavam e faziam sentido. Por isso sua mãe sempre foi tão rígida com ela, Amarië sempre foi boa e agora sabia o porquê era protegida por Elanor. A ira subiu em sua cabeça, ela amassou o pergaminho e decidida saiu pela porta, com a certeza de que teria que escancarar o segredo que há tanto tempo foi guardado.

Amarië estava diante de Drogo, enquanto ele tocava nos fios soltos de sua longa franja e tentava lhe falar palavras de conforto, quando as portas do salão foram escancaradas e a multidão colocava os olhos nos vitrôs das janelas, e surgindo Lúthien com uma face irritada, com seu vestido esvoaçante, focou seus olhos em Amarië e foi ao seu encontro. No caminho até ela, Amarië notou que a rainha Aredhel e Elbereth vieram logo atrás, com feições preocupadas e assustadas.

- Você sabia?? - exclamou Lúthien. E entrando Drogo na frente de Amarië, protegeu a princesa da própria irmã. Lúthien franziu as sobrancelhas e olhando para cima, o encarou: - Está olhando o quê, seu mutante orc? Saí da minha frente!! - disse ela empurrando o príncipe Khal Drogo, que não se moveu.

- Lúthien! O que está fazendo? - disse Aredhel, puxando a menina, mas Lúthien se esquivou da própria tia e a encarou.

- Você também sabia! Todos vocês sabiam! - disse ela, olhando para Elbereth. - Todos vocês sabiam que eu sou a filha de um usurpador, que todos vocês fingiam me amar para que eu não me tornassem como meu pai... como Eldarion, o irmão louco que se apaixonou pela irmã mais nova!

- Lúthien... - disse Legolas, enquanto descia as escadas do jardim, ajudando Elanor, que encarava a filha.- Que confusão é essa?!

- Ah, meu querido pai. - disse com désdem. - Que bom que estejamos todos aqui, assim poderemos colocar os pingos nos "ís". - disse Lúthien jogando os pergaminhos nos pés de Legolas e Elanor, quando chegaram mais perto.

- Lúthien, vamos manter a calma e conversar em outro lugar? - disse Aredhel, pegando na mão de Lúthien, que se esquivou e gritou.

- NÃO! - e gritando ela, seu dragão, Nymeria, surgiu no pátio, cravando as patas na encosta da montanha acima do castelo e abrindo as asas, rugindo. Aredhel e Elbereth deram um passo para trás e Khal Drogo sacou a espada em sua cintura e continuou a proteger Amarië, olhando para o dragão. - Cansei de vocês me trarem como uma criança! Vocês não percebem o quanto são hipócritas? - disse ela olhando para Aredhel, Elbereth, Elanor e Legolas. - Vocês nos julgam crianças demais para saber disso. - disse apontam para o pergaminho. - Mas nos acham com a idade ideal para nos entregarem em casamento. - disse apontando para Amarië, que não saía de trás de Khal, que encarava o dragão e Lúthien, com a espada na mão.

- Minha filha... -disse Elanor, com voz trêmula.

- NÃO! - exclamou Lúthien, olhando para Elanor, com lágrimas nos olhos. - Você me enganou, minha mãe. Eu sou um fruto que nem mesmo você queria gerar... tem noção disso? Isso explica muita coisa...

- Lúthien não fale assim com sua mãe! - disse Legolas dando um passo à frente, irritado.

Nymeria deu um rugido para Legolas e inclinou o corpo, sua cabeça tocava a ponta mais alta da árvore de Gondor. O dragão mostrou os dentes para o Rei élfico, que encarou o dragão, sem medo.

- Legolas, não... - disse Elanor, puxando o esposo para perto.

- E o pior de tudo... - disse Lúthien, virando-se para Amarië. - É que de todos eu esperava uma traição, menos de você, minha irmã. Como pôde?

Meu Querido Legolas: Uma história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora