O Retorno

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Aredhel e Elbereth mantinham as espadas a frente do corpo, uma contra a outra, no jardim da árvore branca do Palácio de Gondor.

- Vamos Beth, tem que se esforçar mais. Está usando poucos os pés. - disse Aredhel dando o primeiro passo, atacando a irmã, que defendeu -se sem pestanejar.

- Já disse que prefiro minhas flechas. - disse Elbereth, irritada, e atacando a irmã. - Como consegue ser tão boa? A espada é maior que você!

Aredhel rodopiou em seu próprio eixo e foi mais rápida que os olhos de Elbereth, disparando uma sequência de golpes e finalmente, deixou Elbereth sem a espada. A princesa olhou para sua espada lançada à alguns metros e depois para a irmã, um pouco surpresa.

- Mamãe disse que cada um tem sua habilidade, a de Eldarion... bem, era mexer com coisas erradas. - disse a caçula, desviando o olhar pra cima. - A de Elanor, em conquistar corações, eu diria. - disse ela, provocando um riso em Elbereth.- O seu são suas flechas, assim como Legolas e eu, herdei as habilidades políticas de Aragorn, e de manejar uma boa espada. - disse a pequena princesa, com orgulho.

- Exibida. - disse Elbereth, desdenhando da irmã.

Então ouviu-se um soar das trombetas de Gondor, alto e claro, como se o céu gritasse com voz forte, ecoando em toda a cidade. Elbereth e Aredhel se entreolharam e foram para a beirada dos balaústres, tendo a visão frontal da cidade abaixo e das campinas defronte ao portão principal. Elbereth estreitou o olhar, e viu que chegava um único cavalo, no qual Legolas guiava-o por seu cabresto e montado no cavalo, uma jovem de cabelos negros esvoaçantes, coberta por uma capa cinzenta.

- Pelos Valar! Ele encontrou a Elanor!- disse Elbereth.

Aredhel ainda estava boquiaberta, quando Arwen e Aragorn percorreram o jardim e se aproximaram das meninas. Elbereth olhou para os pais e repetiu:

- Legolas encontrou a Elanor.

- Graças aos Valar. - disse Arwen com lágrimas nos olhos e observando que Elanor adentra a os portões.

- Aredhel, mandem preparar comida e um banho quente, e chame os meistres... sua irmã precisará de cuidados depois de tanto tempo. - disse Aragorn, ser um meistre naquele tempo era similar a curandeiro cientista, eles dominavam a ciência de tudo.

Aredhel não fez careta ou bufou, estava animada demais para rever a irmã e correu para dentro do Palácio.

Há alguns bons metros abaixo, sobre o chão e montada no corcel de Legolas, a garota segurava na cela com força ao encarar a cidade da qual nascera. Elanor não sabia se estava feliz de voltar ou se ficaria triste pois não sabia o que o povo reagiria ao retorno da princesa. Afinal, ela matara o herdeiro de Gondor, o único filho homem de Aragorn. Ela ouviu o som da trombeta quando se aproximava do portão e depois, os portões foram abertos por guardas. Legolas guiava o cavalo a frente e sempre sorrindo, pelo menos ele estava confiante na volta.
Os guardas a encaravam, assim como todo o povo que parou para ver a chegada dos dois. Elanor sentia os olhos nela, sua respiração começava a acelerar e seu coração a bater acima de seu pescoço, alguns a encaravam, outros cochichavam entre si, e em sua mente pensava se fora uma boa ideia retornar.

- Elanor.- disse Legolas, a acordando de seus pensamentos. Ela encarou o rosto dele do lado esquerdo do cavalo, estendendo uma das mãos para ela. Ele sorriu e disse:- Venha.

Ela deslizou seus dedos nos dele, o que o fez afirmar com a cabeça e sorrir, lhe dando confiança de segui-lo, então Elanor passou uma das pernas para o lado e sentiu seu quadril deslizar pra baixo, enquanto as mãos de Legolas seguravam sua cintura para que ela não caísse. Assim que seus pés tocaram o chão, ela segurou mais firme nos braços dele e tremeu um pouco, olhando ao redor e virando-se para Legolas, o olhou nos olhos. Ele lia seus pensamentos, via o olhar penetrante e cheio de incertezas, sentia que o fato dela se agarrar a ele significava que Elanor não se sentia segura, sua confiança estava inteiramente nele.

Meu Querido Legolas: Uma história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora