08 - Doação de órgãos

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            A doação de órgãos é um gesto de amor, praticado por todo aquele que assim procede. Podemos mesmo inferir que seria uma forma incontestável de caridade, já que, esse ato consiste em doar algo, literalmente de si próprio, em benefício de outrem. É um gesto que denota a compreensão do doador, com relação ao seu dever de auxiliar o próximo e, além disso, reflete o seu total desprendimento em relação às coisas do plano material.

            Todo aquele que assim age, com toda certeza será merecedor de enorme reconhecimento, não só por parte do receptor, amigos e familiares do mesmo, como também da espiritualidade superior, pois, é da lei que boas ações atraiam boas ações.

            O doador de órgãos possui a consciência de que, no que se refere a doação pós-morte, não irá mais necessitar de seu órgãos, nem tão pouco de seu corpo, enquanto que, aquele que fica, e necessita continuar sua jornada evolutiva no plano físico, carece desse gesto de benevolência de quem doa.

            O transplante de órgãos em nosso país ainda carece de muitos esclarecimentos, por parte dos órgãos públicos responsáveis, que precisa investir mais nos meios de divulgação, para que a população possa adquirir a confiança no processo da doação, que ainda está fortemente influenciado por misticismos e folclores absurdos, e também para que a sociedade possa habituar-se a salvar outras vidas.

            Infelizmente, muitos doadores em potencial não efetivam a doação de seus órgãos, graças à desinformação reinante sobre o assunto, e também por causa dos enormes preconceitos, totalmente descabidos, que ainda existe por parte dos familiares do possível doador.

            Para que o leitor possa conhecer o processo sobre a doação de órgãos, e, consequentemente, sobre os transplantes, de acordo com a nossa realidade atual, transcreveremos aqui um resumo de todo esse processo, elaborado por Vera Lúcia Silva de Sena, em artigo publicado no site www.saude.mt.gov.br. Eis o que ela nos informa sobre o assunto:

"A doação de órgãos é regulamentada pela Legislação  dos Transplantes no Brasil desde 1997. Muitas pessoas saíram da chamada "Fila da Morte" graças aos transplantes. A desproporção entre o número de notificações de potenciais doadores e sua efetivação se deve a diversas variáveis. Esta pesquisa buscou analisar as causas da não efetivação da doação de órgãos de potenciais doadores notificados a Central de Transplantes de Mato Grosso no período de 2005 a 2009. Trata-se de um estudo de revisão de literatura, com busca bibliográfica em bases de dados da bireme (lilacs, medline, e bdenf). As variáveis analisadas neste estudo foram: contraindicação médica; morte encefálica não confirmada; não autorização familiar; parada cardiorrespiratória e infraestrutura inadequada ou insuficiente (logística) e outros. Constatou-se que em Mato Grosso, o número de notificações foram decrescendo gradativamente nos anos de 2006 a 2008, sinalizando a retomada do crescimento em 2009. A contra indicação médica foi predominante para a não efetivação da doação no período, apenas em 2007 tivemos a não autorização familiar como causa principal. Quando se analisa os números a nível nacional, os dois últimos anos a negativa familiar predominou para a não efetivação da doação. Em Mato Grosso, porém a contra indicação médica predominou como fator principal da não efetivação de potenciais doadores notificados. Isto significa  que os trabalhos de capacitação, sensibilização e campanhas junto à população do estado voltada para a importância da doação de órgãos tem surtido efeitos positivos, uma vez que para a retirada de órgãos, tecidos, células ou  partes do corpo para transplantes, é necessário que o potencial doador seja submetido a diversos exames visando atender normas de segurança para o receptor.". 

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IVOnde histórias criam vida. Descubra agora