Não temos aqui a pretensão de padronizar ou estabelecer regras para os inumeráveis problemas que afligem a cada um de nós, Espíritos enfermos que ainda somos. Cada ser humano é possuidor de uma individualidade espiritual, donde se conclui que cada problema, mesmo os que se assemelham, nem sempre apontam, em sua origem, para uma mesma situação, e consequentemente para uma mesma solução. No entanto, temos a certeza de que, seja qual for o tipo de problema pelo qual estejamos a passar, a questão espiritual, ou seja, da própria individualidade imortal(que é o conjunto de personalidades vivenciadas nas inúmeras jornadas reencarnatórias), será sempre o principal fator para a compreensão da referida problemática. Nesse caso, a realização de um tratamento espiritual, capaz de identificar e tratar o indivíduo, de forma eficaz, e de acordo com o seu merecimento, será sempre de bom alvitre.
Ainda sobre a questão dos problemas que nos afligem, jamais poderemos deixar de considerar a influência espiritual(obsessões), que também se deve incluir na relação das causas das dores e sofrimentos pelas quais cada um de nós esteja a passar.
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O problema das alienações mentais é uma das questões que requer muito cuidado e atenção para ser estudado, e aqui daremos, apenas, as explicações à luz do Espiritismo.
Este é um assunto demais delicado para ser compreendido sem um conhecimento profundo e completo do que vem a ser o homem.
O ser humano está ligado a fatores físicos e espirituais, sendo que, este último - graças ao processo reencarnatório, e pelos impositivos da lei de causa e efeito -, é o que principia as enfermidades da mente, além de tantos outros quadros patológicos que afligem o indivíduo.
As patologias de qualquer espécie, originária do perispírito enfermo, começam a se refletir na organização física desde o momento da encarnação, mas que pode eclodir no decorrer da nossa existência.
Muitos especialistas, que insistem em não admitir a realidade do Espírito, atribuem a existência dessas patologias como obra do "acaso", ou seja, fruto de deficiências da estrutura genética do ser.
Léon Denis, na obra: No Invisível, assim se pronuncia a respeito da complexidade que é a mente humana:
"Uma coisa evidente para o psicólogo refletido é que muito pouco nos conhecemos ainda. Há em nós profundezas cheias de mistério, que às vezes se entreabrem e cuja visão nos perturba. Um mundo inteiro aí reside, mundo de intuições, de aspirações, de sensações, cuja origem nos é desconhecida, e que parece provirem de um passado distante; mescla de aquisições pessoais, de hereditariedades psíquicas e atavismos étnicos, vestígios das existências percorridas na sucessão dos tempos, tudo isso está gravado nos refolhos abscônditos do 'eu'".
Já Bezerra de Menezes, em obra intitulada: A Loucura Sob Novo Prisma, na sua introdução, nos informa o seguinte, a respeito das alienações mentais:
"Levados pelo princípio que julgam ser uma lei natural, de que toda a perturbação do estado fisiológico do ser humano procede invariavelmente de uma lesão orgânica, os homens da ciência têm, até hoje, como verdade incontroversa, que a alienação mental, conhecida pelo nome de loucura, é efeito de um estado patológico do cérebro, órgão do pensamento para uns, glândula secretora do pensamento, para outros.
Nem os primeiros nem os segundos explicam sua maneira de compreender a ação do cérebro, quer em relação à função, em geral, quer em relação à sua perturbação, no caso da loucura.
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Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IV
Non-FictionTodos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da...