01 - Alienações Mentais

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           Não temos aqui a pretensão de padronizar ou estabelecer regras para os inumeráveis problemas que afligem a cada um de nós, Espíritos enfermos que ainda somos. Cada ser humano é possuidor de uma individualidade espiritual, donde se conclui que cada problema, mesmo os que se assemelham, nem sempre apontam, em sua origem, para uma mesma situação, e consequentemente para uma mesma solução. No entanto, temos a certeza de que, seja qual for o tipo de problema pelo qual estejamos a passar, a questão espiritual, ou seja, da própria individualidade imortal(que é o conjunto de personalidades vivenciadas nas inúmeras jornadas reencarnatórias), será sempre o principal fator para a compreensão da referida problemática. Nesse caso, a realização de um tratamento espiritual, capaz de identificar e tratar o indivíduo, de forma eficaz, e de acordo com o seu merecimento, será sempre de bom alvitre.

Ainda sobre a questão dos problemas que nos afligem, jamais poderemos deixar de considerar a influência espiritual(obsessões), que também se deve incluir na relação das causas das dores e sofrimentos pelas quais cada um de nós esteja a passar.

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O problema das alienações mentais é uma das questões que requer muito cuidado e atenção para ser estudado, e aqui daremos, apenas, as explicações à luz do Espiritismo.

Este é um assunto demais delicado para ser compreendido sem um conhecimento profundo e completo do que vem a ser o homem.

O ser humano está ligado a fatores físicos e espirituais, sendo que, este último - graças ao processo reencarnatório, e pelos impositivos da lei de causa e efeito -, é o que principia as enfermidades da mente, além de tantos outros quadros patológicos que afligem o indivíduo.

As patologias de qualquer espécie, originária do perispírito enfermo, começam a se refletir na organização física desde o momento da encarnação, mas que pode eclodir no decorrer da nossa existência.

Muitos especialistas, que insistem em não admitir a realidade do Espírito, atribuem a existência dessas patologias como obra do "acaso", ou seja, fruto de deficiências da estrutura genética do ser.

Léon Denis, na obra: No Invisível, assim se pronuncia a respeito da complexidade que é a mente humana:

"Uma coisa evidente para o psicólogo refletido é que muito pouco nos conhecemos ainda. Há em nós profundezas cheias de mistério, que às vezes se entreabrem e cuja visão nos perturba. Um mundo inteiro aí reside, mundo de intuições, de aspirações, de sensações, cuja origem nos é desconhecida, e que parece provirem de um passado distante; mescla de aquisições pessoais, de hereditariedades psíquicas e atavismos étnicos, vestígios das existências percorridas na sucessão dos tempos, tudo isso está gravado nos refolhos abscônditos do 'eu'".

Já Bezerra de Menezes, em obra intitulada: A Loucura Sob Novo Prisma, na sua introdução, nos informa o seguinte, a respeito das alienações mentais:

"Levados pelo princípio que julgam ser uma lei natural, de que toda a perturbação do estado fisiológico do ser humano procede invariavelmente de uma lesão orgânica, os homens da ciência têm, até hoje, como verdade incontroversa, que a alienação mental, conhecida pelo nome de loucura, é efeito de um estado patológico do cérebro, órgão do pensamento para uns, glândula secretora do pensamento, para outros.

Nem os primeiros nem os segundos explicam sua maneira de compreender a ação do cérebro, quer em relação à função, em geral, quer em relação à sua perturbação, no caso da loucura.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IVOnde histórias criam vida. Descubra agora