23. MÃES DE ALUGUEL

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Todos nós sabemos que o progresso da ciência na Terra ocorre graças a misericórdia Divina. É através do avanço da ciência que o homem descobre, cada vez mais, técnicas que auxiliam a humanidade a melhorar sua qualidade de vida.

Dentre várias dessas descobertas tecnológicas, principalmente no campo da medicina, existe a que oferece aos casais, impossibilitados de gerarem diretamente os próprios filhos - normalmente por questões de provas e expiações -, a oportunidade de poderem realizar esse sonho, e assim, um determinado casal fornece um embrião para que seja implantado no útero de outra mulher. Daí então, podemos inferir que os termos: mães de aluguel, barriga de aluguel, mãe hospedeira, útero de aluguel, mãe substituta, entre outros, aplicam-se à mulher fértil que se dispõe a carregar o embrião dentro de seu útero, durante o período de gestação.

Algumas mulheres que não podem engravidar em virtude de possuírem um útero deficiente, ou por não possuírem condições médicas favoráveis a uma gravidez - o que acarretaria maiores danos à sua saúde ou até mesmo à sua vida -, podem se utilizar desse meio de gestação de aluguel.

Existem também os casos de pessoas que querem viver solteiras, sejam elas homem ou mulher, mas que desejam ter filhos biológicos, e assim podem se utilizar desse recurso.

Ainda podemos acrescentar os casos em que, determinadas mulheres, por questão de extrema vaidade, e que são possuidoras de muitos recursos financeiros, queiram se utilizar de mães de aluguel para não terem que afetar a beleza de seus corpos físicos.

Como podemos perceber, este é mais um assunto deveras delicado, e que precisa ser tratado com muita prudência.

Na literatura espírita não temos nada específico sobre o tema em questão, a não ser alguns artigos publicados aqui e acolá, mas que já nos trazem uma rica contribuição. Assim, para que possamos esclarecer o nosso leitor sobre isso, iremos sempre nos valer daquilo que é uma das características sempre marcantes no Espiritismo: o uso do bom senso.

O Espiritismo não tem como prática "condenar" qualquer coisa que o homem realize, por saber que todos somos Espíritos imperfeitos ainda, e com grande possibilidades de incorrermos em erros. O que ele faz é esclarecer para que não voltemos a repetir os mesmos erros e, conseguintemente, não nos comprometamos ainda mais perante às leis Divinas.

Os Espíritos superiores, através da Codificação e de outras obras complementares, nos ensinam que a reencarnação é um processo pelo qual o Espírito volta a formar um novo corpo físico para dar continuidade, no mundo material, a sua jornada evolutiva. Dependendo do seu grau de conhecimento, ou de "maturidade" espiritual, normalmente ele participa, junto aos seus orientadores espirituais, da programação de sua nova existência, inclusive das elaborações das provas e/ou expiações de que necessita para progredir. Como parte integrante dessa programação, fator primordial é a ligação que terá com os Espíritos que lhes servirão de pais no novo empreendimento. O processo se desencadeia de forma que, todos eles, pai, mãe, filho e irmãos, possam assumir o compromisso entre eles próprios, e acima de tudo diante de Deus, para que alcancem assim o objetivo traçado.

Apesar de saber que o reencarnante terá suas experiências e compromissos perante as leis de Deus, os membros da família, cada um também com sua cota de débitos para com essas mesmas leis, estarão também envolvidos com determinadas provas ou expiações do reencarnante, pois, com toda certeza, também participaram de algum ou de vários atos falhos cometido por aquele, seja direta ou indiretamente.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IVOnde histórias criam vida. Descubra agora