Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IV

05 - Aborto

            “O aborto é sempre lamentável porque, se já estamos na Terra com elementos anticoncepcionais de aplicação suave, compreensível e humanitária, porque é que havemos de criar a matança de crianças indefesas, com absoluta impunidade, entre as paredes de nossas casas?”(...)

            “Isto é um delito muito grave perante a Providência Divina, porque a vida não nos pertence e, sim, ao poder divino. Se as criaturas têm necessidade sexual para revitalização de suas próprias forças, o que achamos muito justo, seria melhor se fizessem sem alarme ou sem lesão espiritual ou psicológica para ninguém. Se o anticoncepcional veio favorecer esta movimentação das criaturas, por que vamos legalizar ou estimular o aborto? Por outro lado, se nossas mães tivessem esse propósito de criar uma lei do aborto no século passado, ou no princípio e meados deste século, nós não estaríamos aqui”. – Chico Xavier, do livro: Mandato de Amor.

O aborto só deve ser praticado quando a gestação puser em risco a vida da mãe. Fora isso, também é outra forma hedionda de ir de encontro às leis de Deus.

O Espiritismo nos ensina que o processo reencarnatório de um espírito é muito mais complexo do que podemos imaginar.

 Os Espíritos nos esclarecem que a preparação para um Espírito reencarnar, segue uma longa e laboriosa programação que possa atender às suas necessidades imediatas.

Nessa preparação reencarnatória, os futuros pais do reencarnante, geralmente Espíritos com ele comprometidos, também são orientados acerca de suas missões, de receber aquele outro como membro da família, e proporcionarem ao mesmo uma nova chance na escola da vida física. Além do que, eles, os futuros pais, também terão a chance de juntos encontrarem o caminho da paz.

Muito antes do processo da fecundação, o reencarnante se encontra em processo de vínculo mental com seus novos pais, principalmente a mãe, pois que a reencarnação propriamente dita não está unicamente restrita aos processos da organização celular.

Com isso, podemos concluir de forma clara, porque o aborto em qualquer período da gestação é um crime contra um ser humano que se encontra em processo reencarnatório, necessitado demais de uma nova oportunidade de aprendizado no mundo físico, para que possa superar as suas próprias dificuldades, e com isso continuar a sua marcha no processo evolutivo.

Muitos Espíritos que são abortados, em virtude de ainda estarem situados na inferioridade moral, incapazes de compreender o motivo de tamanha expiação, passam a perseguir, no plano espiritual, aquelas que por dever e compromisso deveriam recebê-los como mãe, e junto com eles também crescer em direção ao equilíbrio. Assim, graças ao gesto tresloucado daquela que seria sua genitora, passam a odiá-la e persegui-la, causando com isso, verdadeiras vinditas cruéis, desaguando em terríveis obsessões, que perduram, muitas delas, por longos e longos períodos, até que estejam em condições de novamente se prepararem para o recomeço.

Portanto, também nas Casas Espíritas, através de orientações à luz do Evangelho de Jesus, e com a assistência amorosa e amiga dos benfeitores espirituais, aquelas que se encontram com esse tipo de desejo, podem se fortalecer, através dos esclarecimentos Espíritas,  e enfrentar, juntamente com os irmãos reencarnantes a elas vinculados, as etapas de aprendizado e resgates que só a vida física pode proporcionar aos Espíritos endividados uns com os outros.

Na revista O Reformador,  de número 2051, publicada pela FEB, em fevereiro de 2000, durante a campanha,  “Amor à Vida! Aborto, Não”!, podemos obter as seguintes anotações a respeito do aborto, que aqui transcreveremos:

A Doutrina Espírita trata clara e objetivamente a respeito do abortamento, na questão 358 de sua obra básica O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: