Trouble [Paper Girls - Fanfic KajeMac]

14. Mad KJ, Parte 2.

#AVISO: Não irei detalhar muito as partidas, nem as jogadas, porque para quem não entende do esporte hóquei de grama, se tornaria confuso. Deixarei do jeito mais simples possível para compreensão de todos. Boa leitura!

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28 de outubro de 2022. Sexta-feira.

[Karina Brandman's Point Of View]:

Nos primeiros 9 minutos, veio o primeiro ponto. Delas.

Não consegui evitar soltar um suspiro de frustração. 

O apito do juiz informava o final do 1º tempo. 

1 à 0 para Hawkins. 

Eu não poderia estar mais irritada. A defesa delas era quase impenetrável. A torcida delas gritavam tão alto que eu mal podia ouvir os meus pensamentos. 

Corri até o estande do nosso time para beber um pouco de água. O lugar parecia o inferno de tão quente!

- Meninas - A treinadora chamou nossa atenção para que nos juntássemos - As tentativas de ataque estão boas, o problema é a defesa. Vamos tentar diferente dessa vez.

A treinadora Watson explicava rapidamente a nova estratégia, em uma tentativa de reverter aquela situação. Perder no primeiro tempo, já desestabilizava a confiança de qualquer equipe.

Nos reposicionamos. Dessa vez a bola começaria com elas.

No segundo tempo, o placar deu 1x0, a nosso favor. Olivia, uma de nossas atacantes, marcou o ponto. O que pareceu despertar uma chama de esperança em nossa torcida. Elas batiam aqueles bastões de plástico com força. Fazia um barulho do caralho!

No terceiro tempo, o placar finalizou em 0x0. 

Tudo estava empatado. 1 para elas, 1 para nós. O que significava que: ou decidiríamos tudo no 4º tempo, ou iríamos para os acréscimos.

Eu gritava de um lado para o outro, tentando incentivar as garotas, o tempo inteiro. Não podíamos desistir tão fácil.  

Então, fiz a única coisa que poderia me motivar naquele momento: canalizar a minha raiva. Eu só precisava lembrar de tudo em Mackenzie Coyle que eu odiava.

Eu odiava o aquele maldito sorriso sarcástico, seus olhos absurdamente azuis, suas provocações infantis, o jeito que suas piadas idiotas me faziam rir, odiava o jeito que ela me olhava, odiava a maneira como mexia comigo. Odiava ela ter me beijado e agir como se não tivesse significado nada. Odiava o jeito que ela estava me ignorando. E, principalmente, odiava não conseguir odiar ela. Nem um pouco, nem mesmo por um segundo. Nem mesmo agora, nem mesmo só por odiar.

E eu odiava Sadie, porque agora ela beijava os lábios que eu tanto desejava. Apertei meu taco ainda mais forte, temia que a qualquer pudesse quebrá-lo.

[...]

Virei rápido suficiente para ver Maria Eduarda, a brasileira, perdendo a cabeça e derrubando uma das jogadoras do time adversário com seu taco. 

Cartão vermelho. Expulsa do restante do jogo. Ou seja, jogaríamos com uma a menos.

Como Eduarda é uma das nossas defensoras e cometeu falta grave dentro da área de tiro, era pênalti para elas. Eu sentia como se pudesse ter um colapso nervoso a qualquer minuto. 

Elas eram intimidadoras, era fácil cair em suas provocações, precisaria ter muito psicológico estável naquele momento. Ainda mais agora que jogaríamos com uma a menos, durante o restante da partida e marcar em 5 minutos era quase impossível. Se Hawkins pontuasse com o pênalti, iria me desestabilizar, sem dúvidas.