❧ Capítulo XIV

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Ai, eu tô escrevendo o capítulo 47 e ele tá TÃO FOFINHOOOOOOOO. Não vejo a hora de vocês lerem, sério. Dax apaixonadinho é tudo pra mim 🥺🤧😍

Capítulo extra (vamos fingir que eu não tô postando todo dia kakaka) pelas 400 - quase 500 já - leituras, obrigada ❤

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D A X T O N

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"Eu ouvi que tinha alguém, mas eu sei que ele não te merece
Se você fosse minha, eu nunca deixaria ninguém te machucar"

Can I Be Him – James Arthur

Eu sei que não valho muita coisa.

Sei que sou um vira-lata sem rumo, um canalha. Um cretino da pior espécie. Minha mãe não mentiu nos adjetivos que usou para me descrever. Eu sou um miserável insensível e tenho plena consciência disso.

Mas, tudo tem um limite. Até mesmo a canalhice tem um ponto onde deixa de ser sobre você e passa a ser só sobre o outro. Um ponto onde passa a machucar para valer e pode deixar cicatrizes dolorosas. Uma coisa é ser canalha, a outra é ser alguém ruim. E isso é inaceitável. Se você não for Deus, então, você não tem o direito de fazer alguém passar por uma provação, de fazer um inferno em sua vida.

Eu estava em meu quarto desde a pequena discussão com Adelaide. Ela tinha razão em não querer estranhos em sua casa, mas seu jeitinho de certinha irritava até o último fio do meu cabelo. O que ela queria que eu fizesse com o número da tal Karen? Que eu ligasse e a chamasse para sair? Por que eu faria isso se, no fim, não daria em nada? Eu não queria namorar. Não queria uma garota no meu pé, torrando minha paciência e sendo um alguém a mais para me preocupar. Já tinha problemas demais e não precisava agravá-los com um relacionamento sem futuro. As coisas são naturalmente tão fáceis: sexo e tchau, siga sua vida. Por que Adelaide tinha que complicar com seu discursinho barato de "mínimo de consideração"?

Bufei, afastando aquela menina chata dos meus pensamentos para que não me estrasse ainda mais. No lugar disso, foquei minha atenção na máquina portátil de fazer tatuagem que estava sendo guiada pela minha mão, desenhando uma aranha aleatória na região do meu abdômen. Um cigarro aceso se prendia em meus lábios e Arctic Monkeys ecoava do meu celular jogado na escrivaninha ao meu lado, me regozijando com suas músicas incríveis.

Pensar neles me fez lembrar do meu disco de vinil de AM que esqueci em Sacramento e isso me deixou mais mal-humorado ainda. Em pensar que, numa hora daquelas, eu poderia estar em alguma praia da Califórnia, curtindo com Allie e alguns dos caras que do colégio que ainda mantinha contato.

Mas, não. Eu estava preso em Burnely. A cidade com nome de furão.

Não sei dizer o porquê, mas subitamente senti vontade de fumar perto da janela. Foi algo que brotou na minha mente e ficou martelando nela, insistindo para que eu fizesse isso. Chegou a um ponto em que não consegui me concentrar na tatuagem que fazia de tão incômodo que estava a sensação de que eu precisava ir até aquela maldita janela. Derrotado, desliguei a máquina e a deixei sobre o tampo de madeira, me pondo de pé e indo até a janela aberta. Meu quarto tinha visão da parte da frente da casa, o que não era grande coisa. Boa parte era coberta pelo telhado da varanda, me deixando apenas com uma ponta do jardim e a rua. Eu me apoiei no batente e puxei o cigarro com os dedos, soltando a fumaça que vinha guardando em mim, observando a vista pacata. Nada acontecia ali e isso era entediante.

Addie & Dax │✔│Onde histórias criam vida. Descubra agora