❧ Capítulo LXV

1.8K 214 50
                                    

Minha Lexie ❤😭

︵‿︵‿୨♡୧‿︵‿︵

A D E L A I D E

︵‿︵‿୨♡୧‿︵‿︵

"Quando aquele garoto sorri
Quero abraçá-lo
Talvez eu só cante sobre isso"

Breathe (2AM) - Anna Nalick

O relógio marcava bem mais de uma da manhã quando saí do meu quarto com o intuito de descer até a cozinha para fazer um lanchinho da madrugada. Tomando cuidado até mesmo para respirar, já que, aparentemente, os sons soam duas vezes mais alto quando você não pode fazer barulho algum, eu avancei os degraus até alcançar o primeiro andar. Graças ao álcool e a meia tonelada de açúcar, mamãe e Sylvia estavam dormindo como dois ursos em período de hibernação. Fechei a porta da sala de tevê outra vez, as deixando em seu sono profundo, e fui para a cozinha na ponta dos pés, quase tropeçando ao passar perto das banquetas da ilha. Todas as luzes estavam apagadas e a única fonte de iluminação vinha da débil lua por entre as janelas, o que não ajudava muito.

Abri a geladeira em busca de algo que me despertasse vontade, já que não sabia ao certo o que queria comer. Encontrei um pote de Nutella pela metade, alguns bombons de cereja de uma caixa que alguém ganhara, um bolo de chocolate, restos da pizza radioativa e um pote com macarrão do jantar de uns três dias atrás, senão mais. Eu nem me arrisquei a ver se aquilo ainda estava prestando.

— Vejamos... Nutella com bolo? — falei comigo mesma, ponderando aquela opção e vendo se animava minhas lombrigas — Ou Nutella com bombom? Nutella com bolo e bombom? Será que isso me daria uma overdose de açúcar? Com certeza. Sinto meu pâncreas se retorcer só de pensar nisso. Acho que tem algumas bolachas salgadas no armário para equilibrar e...

— Falando sozinha, Adelaide?

Eu dei um sobressalto, deixando que um gritinho fino e um tanto quanto vergonhoso escapulisse. Dax estava parado ao meu lado igual a um fantasma. O cabelo bagunçado e o rosto parcialmente iluminado pela luz interna da geladeira contribuíam com seu visual sombrio.

— Quer me matar do coração?!

— Pergunto o mesmo. Sabe o quão assustador é vir atrás de comida no meio da noite e encontrar uma garota falando sozinha?

Ele tinha um bom ponto, tenho de confessar.

Por via das dúvidas, peguei a Nutella, o bombom e o bolo e os deixei em cima da ilha. Já que iria afundar o pé na jaca, que ao menos fizesse bem feito. Fui até o armário atrás da bolacha para usá-la como o toque salgado, na minha cabeça, me livraria da diabetes. Assim que eu abri a portinhola de madeira e olhei lá dentro, encontrei meu pacote abandonado na última prateleira. Aquela lá no alto que fora mal projetada e que ninguém — além do meu pai — usava por ser alta demais.

— Quem foi o energúmeno desalmado que colocou a bolacha na última prateleira? — rosnei, sabendo exatamente quem havia sido.

Senti o calor familiar do corpo de Dax alcançar o meu quando ele se aproximou das minhas costas, esticando um braço, pegando o pacote de bolachas e o colocando sobre o balcão.

— O único que consegue alcançar lá — ele riu, dando um beijo na minha bochecha antes de se afastar e se sentar em uma banqueta, passando no escorredor de louças e fisgando duas colheres — Sinto muito, às vezes me esqueço de que moro em uma comunidade de anãos.

Addie & Dax │✔│Onde histórias criam vida. Descubra agora