Addie & Dax │✔│

❧ Capítulo XXIII

Eu amoooo o toquezinho animado que essa música tem <3

Capítulo extra pelas MIL LEITURAS, obrigada 🥺🤧❤

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A D E L A I D E

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"Tem um amor nos seus olhos
Que me puxa para mais perto
É tão sutil, eu estou em apuros
Mas eu adoraria estar em apuros com você"

Marvin Gaye - Charlie Puth ft. Meghan Trainor

Eu estava me sentindo horrível.

Mesmo depois que mamãe se levantou e saiu atrás de Sylvia, me pedindo para ver como Dax estava, ainda continuei encarando meu prato remexido por uns dez minutos sem fazer nada. Meu olhar se perdia na lasanha pela metade enquanto minha consciência me conjurava pelo o que tinha feito. Minha intenção não era causar uma briga entre ele e sua mãe e deixar o clima estranho, mas sim aporrinhar Dax mais um pouco. Nós meio que havíamos entrado nessa sintonia de espezinhar um ao outro, às vezes de verdade e às vezes de brincadeira.

Pela janela que tinha em cima da pia, eu o vi lá no quintal, encostado na cerca que delimitava o fundo da casa. Parecia estar fumando. Achei melhor lava a louça primeiro e deixá-lo sossegado, deveria estar se corroendo de raiva da minha boca grande e com certeza não iria querer olhar na minha cara naquele momento.

Quando guardei o último prato no armário, vi que não tinha mais nada que pudesse usar como desculpa para enrolar mais um pouco. Ponderei sobre subir para o meu quarto, mas sabia que tinha que ao menos me desculpar com Dax, não queria que ele pensasse que eu havia feito aquilo com a intenção de fazê-lo levar uns esporros da mãe. Sem outra alternativa que não pesasse em minha consciência, me esgueirei pela porta que tinha na área entre a cozinha e a sala de jantar, cobrindo a distância entre mim e Dax com passos receosos e uma vontade de voltar para dentro gritando em meu peito. Ele havia se inclinado sobre a cerca e observava a rua vazia, o cigarro aceso entre os dedos. Eu parei ao seu lado, cruzando meus braços e olhando para frente, sentindo seu olhar de soslaio queimar a lateral do meu rosto.

— Eu sinto muito, não imaginava que daria naquilo — falei num tom baixo, alternando o peso do meu corpo entre meus calcanhares e meus dedos, ansiosa demais para ficar parada.

Ele não me olhou quando respondeu.

— Está tudo bem, Adelaide.

Abaixei minha cabeça, fitando a grama espetada ao redor dos meus pés. A noite silenciosa ocupava os quilômetros que nos separavam, deixando tudo um pouco mais desconfortável e tenso. Me virei, encostando minhas costas na madeira da cerca, e deixei que meu corpo escorregasse em busca do chão.

— Eu só queria encher o seu saco — murmurei, me sentindo uma idiota.

Ouvi Dax dar uma risada anasalada, me olhando de cima.

— Você já faz isso até respirando, garota.

Eu arqueei um lado da boca, dando uma bufada quase nula. Talvez ele não estivesse tão bravo quanto eu estava pensando, o que era bom. Eu e Dax não éramos amigos, mas também não era como se eu o odiasse com todas as minhas forças e quisesse fazer da vida dele um verdadeiro inferno. Ele era um cara legal e havia me ajudado bastante nas últimas duas semanas, principalmente com o lance do Will. Nós éramos... algo entre inimigos e colegas, acho.