❧ Capítulo XXXI

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Outro capítulo pra vocês não dormirem sem saber como foi o primeiro beijo do nosso casalzinho🦋😌

Eu acho esse filme é tããão fofo ❤

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A D E L A I D E

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"Beije-me
Sob o crepúsculo enevoado
Conduza-me
Pelo chão enluarado"

Kiss Me – Sixpence None The Richer

Foi instintivo. Reacional. Dax retribuiu no mesmo instante, inclinando levemente a cabeça para que nossos lábios se encaixassem com uma perfeição assustadora. Não era como se fosse a primeira vez que nossas bocas se tocavam, parecia ser um... um reencontro. Era aquela sensação de rever algo depois de muito tempo longe. De matar a saudade, de encontrar o que você perdeu há séculos e desistiu de procurar. E isso era estranho. Mas, um estranho bom.

Sua boca se manteve na minha quando voltei para o chão e eu agradeci por isso. Aquele beijo era prazeroso. Havia resquícios do adocicado do fumo com o sabor característico da fumaça em seu hálito, mas sequer liguei. Eu estava ocupada demais sentindo sua língua se enrolar na minha para me tocar de que eu estava beijando um cara que havia acabado de fumar.

Poderia pensar nisso depois.

A mão em minha bochecha permaneceu ali, me segurando naquele momento vulnerável e, ao mesmo tempo, insano. Meus dedos foram até seu cabelo e se prenderam em seus fios, os puxando com fervor enquanto nosso beijo ganhava energia e constância, entrando num ritmo que incendiava minhas células. Meu estômago gelando como se eu houvesse engolido um bloco de gelo. Nunca pensei que sentiria algo tão bom e tão forte num simples e furtivo beijo. Eu não queria parar com aquilo nunca mais.

Porém, tão rápido como começou, ele terminou. Num instante Dax me beijava de um jeito delicado e decidido, no outro se afastava com rapidez. Os olhos se arregalaram, evidenciando as pupilas de cores diferentes dilatadas e escuras.

— Merda — balbuciou, ofegante. Ele aumentou a nossa distância, se sentando na grama outra vez — Merda, cara, merda! — brigou consigo mesmo, tocando a testa com o punho fechado de um jeito não tão gentil.

Eu continuei ali, sentindo minha boca queimar por aquele beijo tão breve e tão bom, e encarando o céu para não olhar o cara se conjurando por ter me beijado. Conforme o fogo se esvaía, a vergonha tomava lugar. Deus, o que eu tinha feito?

— Dax? — indaguei com cautela, me empertigando ao seu lado. Ele mantinha o olhar fixo num ponto qualquer do rio, evitando contato visual a qualquer custo.

Agradeci mentalmente por isso, também não desejava um tenso contato visual naquela hora. O clima denso já era vergonhoso o suficiente.

— Eu sinto muito por... por isso — murmurou, derrotado.

— Está tudo bem. Foi só um beijo.

— Mas, ainda assim, me desculpe.

— Fui eu que te beijei — lembrei, tentando acalmá-lo — Eu deveria pedir desculpas, não você.

O garoto realmente parecia chateado pelo o que havia acontecido e tentei ao máximo não me decepcionar com aquilo. Eu e Dax não éramos nada, não deveria me importar com o fato de que ele pareceu não gostar nem um pouco de ter me beijado. Além do mais, ainda tinha o Will e...

Não, Addie, sem Will. Esqueça Will.

A volta para casa foi tão silenciosa e deprimente quanto um funeral. Archie, que era o único totalmente sóbrio ali, voltou dirigindo — Blake dispensou seu motorista para que o coitado pudesse ir para casa descansar logo que chegamos no parque — e Lisa foi no banco ao seu lado. Blake e Gabriel ainda estavam bêbados demais para começar a etapa do arrependimento, então, estavam brincalhões e animadinhos demais. Quase pareciam um casal apaixonado de desmiolados com o fogo os corroendo por dentro. Eu e Dax nos sentamos em lados opostos da limusine e, tal qual lá no parque, nos esforçamos para que nossos olhos não se esbarrassem. O fato de que nossos amigos estavam quase arrancando suas roupas ali mesmo não contribuiu muito para atenuar o clima.

Addie & Dax │✔│Onde histórias criam vida. Descubra agora