Addie & Dax │✔│

❧ Capítulo XXIX

O clipe não é da música do capítulo, mas sim da que a Addie canta nele. Fecha o olho e escuta com atenção que tu vai entender o que o Dax sentiu, sério 🥺💕

︵‿︵‿୨♡୧‿︵‿︵

D A X T O N

︵‿︵‿୨♡୧‿︵‿︵

"Porque uma luz se acendeu quando ouvi aquela música
E eu quero que você a cante de novo"

Can I Be Him – James Arthur

Eu sempre tive um fraco por músicas antigas.

Por mais que minha banda favorita seja uma filha do século vinte e um, eu sou um verdadeiro amante das melodias criadas no precioso, e um tanto quanto revolucionário, vácuo de tempo entre o fim dos anos sessenta até final dos noventa. A música que nossa geração apelida carinhosamente de "música de velho". Allie diz que tenho o gosto de um vovozinho fumante e ranzinza que nunca foi correspondido no amor, mas eu prefiro dizer apenas que sei apreciar uma boa letra e reconhecer um clássico quando o ouço.

De qualquer forma, eu sou totalmente rendido quando uma voz bonita se encontra a uma letra bonita. É quase como se uma parte de mim, a parte que é viciada em músicas e se alimenta de escutá-las, se entregasse àquela combinação e desejasse viver nela para sempre. E foi exatamente isso que aconteceu quando Adelaide começou entoar, com a doce e perigosa calmaria de um dia sem vento, a letra de Forever Young, da banda Alphaville. Eu sentia as notas que se externavam de sua boca virem até mim e me enlaçarem numa sutil armadilha, amarrando meus ouvidos inebriados naqueles quase quatro minutos de algo que me lembrou o canto de uma sereia.

E talvez fosse mesmo um. E eu tinha caído nele.

Mantive meus olhos fixos na garota, me encantando com os movimentos delicados e precisos que suas mãos faziam contra o piano. Seus olhos estavam fechados e ela estava totalmente concentrada em cantar a música, parecia tirar a letra do lugar mais profundo e sentimental de seu âmago, pondo energia e emoção a cada sílaba. Pessoas filmavam, tiravam foto e alguns até se remexiam para lá e para cá, mas tudo o que eu conseguia fazer era repetir para mim mesmo como Adelaide estava linda naquele lugar. Incrivelmente linda e com uma aura mágica a recobrindo, quase como se fosse um anjo.

— Lindo, não é? — Gabriel murmurou ao meu lado quando ela finalizou a última estrofe, se alongando um pouco mais nas notas antes de cessar o som de uma vez. Quando o recinto foi ocupado por uma breve quietude, desejei que ela cantasse outra vez.

Eu concordei com um aceno vago, me juntando as pessoas que bateram palmas e assoviaram para a menina, que agora parecia envergonhada. As bochechas estavam tão vermelhas que se misturavam ao cabelo. Ela deu um sorrisinho grato, fazendo uma ligeira reverência antes de sair do palco.

— Ei, vou atrás da Blake, ok? Preciso falar um negócio com ela — Gabriel falou sem olhar direto para mim, procurando por algo na multidão enquanto se afastava, me deixando sozinho na mesa.

— Muito bem — a diretora falou, retomando o poder do microfone e causando um lamurio generalizado. Aquela mulher parecia uma maritaca com um rádio entalado na garganta — Agora eu só queria dar uma palavrinha...

— Não vai falar coisa nenhuma, ninguém aguenta mais te ouvir por hoje, Sonia. Vai passear, vai — o dj cortou o som da mulher, a calando — Obrigada, Addie, pela música e pela sua voz abençoada. Se estiver solteira, dá uma passadinha aqui em cima depois — ele lançou uma piscadinha para ninguém em específico, causando mais palmas, assovios e algumas risadinhas — Agora, nós vamos é curtir! Está na hora de animar isso aí, galera!