❧ Capítulo XXII

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Capítulo extra ❤

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D A X T O N

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"Eu, eu amo isso
Amo o jeito que ela brinca com minha cabeça
Ela me deixa mal
Então me deixa bem
Oh eu não sei porque
Ela é simplesmente o meu tipo"

Just My Type - The Vamps

No fim, eu acabei ficando um pouco mais à vontade com as crianças. Algumas ainda me olhavam de um jeito estranho, como se eu tivesse cinco braços e duas cabeças, mas começaram a me incluir em suas brincadeiras e fizeram até mesmo um desenho para mim. Quando fomos embora, eu ganhei uma folha de papel com meu nome escrito numa letra torta e um homenzinho todo de preto com um olho verde e um azul. Segundo a menininha que me deu, era eu ali. Achei bem parecido.

— Tchau, Senhora Claire — Adelaide acenou para a senhorinha da recepção, que abriu um largo sorriso ao vê-la. Um sorriso que eu não recebi quando cheguei.

— Ah, querida, não sabia que seu nome é Adelaide. Pensava que Addie fosse apelido para Addison, é um nome bem mais jovial. Minha avó se chamava Adelaide, sabia?

A garota deu um sorrisinho amarelo, um tanto quanto envergonhada. Eu segurei minha risada.

— Ah... é, meu nome é Adelaide — ela deu de ombros, sem saber ao certo o que fazer. Porém, assim que alcançamos o lado de fora, me lançou um olhar atravessado – Viu por que não gosto de ser chamada de Adelaide? A Senhora Claire tem uns quinhentos anos e a avó dela deve ter vivido há uns dois mil, no mínimo... ou seja, meu nome é nome de gente velha!

— Você nunca ouviu falar sobre como os nomes antigos eram bem mais bonitos e elegantes? — devolvi a pergunta, encaixando uma das minhas mãos no bolso da calça. A outra segurava o desenho com cuidado. Eu não queria amassá-lo — Já falei que acho seu nome bonito demais para ficar escondido em um apelido tão comum, Adelaide. Não seja resmungona.

Ela se virou para ajeitar as hortênsias ao passarmos por elas, mas consegui captar um sutil arquear de lábios antes de perder seu rosto de vista. Mentalmente, fiquei feliz por fazê-la sorrir. Desde o dia em que a encontrei com os pulsos vermelhos, se entregando às lagrimas na sala de estar, eu passei a reparar um pouco mais em Adelaide e no seu jeitinho doce. Ela era ótima em fingir estar feliz e sorridente para os outros quando, na verdade, parecia a um ponto de chorar.

Acho que Allie estava certa quando disse que a menina deveria estar aturando uma barra sozinha. Ela claramente não compartilhava suas dores com ninguém, até mesmo dos seus amigos me pediu para esconder sobre Will e a saída da escola. Eu só não sabia até que ponto isso era uma coisa saudável.

— É a segunda vez que você diz que meu nome é bonito — Adelaide falou meio por alto, encarando seus pés — Está me cantando é, Daxton?

Eu parei de andar, me virando para ela com os olhos estreitos. Ela estava brincando, não estava?

— Eu só estou sendo gentil, garota. Não estou te cantando — me defendi.

— É uma pena — lamentou, fingindo ter ficado triste ao projetar a boca num bico — Eu tinha um toco na ponta da língua para soltar em você, mas, pelo jeito, vou ter que guardá-lo para mais tarde — e riu, se divertindo — A propósito, obrigada por ter vindo ao orfanato hoje. As crianças gostaram bastante de você.

Addie & Dax │✔│Onde histórias criam vida. Descubra agora