❧ Capítulo XXV

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D A X T O N

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"Algo sobre você
É como um vício
Me acerte com o seu melhor tiro, querida"

Certain Things - James Arthur ft. Chasing Grace


Ela é o fruto proibido.

Ela é o fruto proibido.

Ela é o fruto proibido.

Eu repeti essa frase tantas vezes em minha cabeça que já sentia as letras se embaralhando em minha fronte, me confundindo e me deixando atordoado. Deveria estar alucinando. Mas, não ligava de enlouquecer, desde que isso me mantivesse longe de Adelaide e do seu jeitinho doce que me atingia de um jeito cruel e irracional.

Levei minhas mãos ao cabelo, o puxando para trás enquanto soltava um suspiro demorado, rezando para que ele levasse consigo as memórias arrependidas da noite passada. Mas, ele não o fez. O fato de que eu fiquei a um passo de beijar Adelaide Prescott permanecia em minha cabeça, me atormentando como um fantasma.

Céus, minha mãe não poderia nem sonhar com aquilo. E não era nem pelo lance de me arrancar de seu testamente e seja lá qual foi a outra ameaça que me fez, era mais por uma questão de que eu não queria decepcioná-la. Daquela vez, eu iria fazer da forma que mamãe queria, e essa forma deixava bem claro que Adelaide era O FRUTO PROIBIDO!

Ali, longe daquela demônia revestida de garota boazinha, era muito fácil falar e acreditar em minhas próprias palavras. Mas, quando estávamos sentados naquele quintal escuro, lastreados pela maliciosa luz da lua, com seu rosto delicado tão cuidadosamente encaixado em minhas mãos, suas pupilas amareladas se agarrando as minhas e nossas respirações se encontrando nos centímetros que nos separavam, eu não posso negar que senti a última coisa que pensei ser capaz de sentir: eu desejei beijar Adelaide, desejei tocar aqueles lábios pequenos e receosos. E, por meio desesperador segundo, eu quase fiz isso. Cheguei a me inclinar em sua direção e puxá-la, mas, meu anjo da guarda enviou uma buzina divina para estourar nossos ouvidos e me fazer acordar daquele transe maluco.

Ah, Deus. Eu precisava fumar. Fumar sempre me ajudava a manter as coisas sob controle.

— Dax? Dax, alôôô — Gabriel falou, estalando a mão em frente ao meu rosto e me fazendo abrir os olhos — Cara, você está aéreo para caramba hoje, está se sentindo bem?

— Estou — resmunguei, me afastando dele e me apoiando na caixa registradora — Dormi mal — menti.

— Percebi, não escutou nada do que eu te falei nos últimos minutos.

Ergui meu rosto aturdido em sua direção.

— Você falou nos últimos minutos?

Ele estava prestes a dizer algo quando a porta da cafeteria se abriu com brutalidade, fazendo um barulho esganiçado no sininho e atraindo nossos olhares. Blake passou por ela como se estivesse desfilando numa passarela, seguida por Adelaide, que mais parecia uma mosquinha minúscula. Naquele dia, ela tinha feito uma trança e a amarrado com um laço vermelho. Não importava o que estivesse usando, aquela menina sempre daria um jeito de enfiar um laço na cabeça e eu estava começando a me acostumar com isso. Ela combinava com laços, flores e coisas fofas. Realçava sua beleza.

Não. Nada de realçar beleza.

— Addie! — Gabriel cantarolou, abrindo um sorrisinho arteiro — Como você está?

Addie & Dax │✔│Onde histórias criam vida. Descubra agora