❧ Capítulo LXXV

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Penúltimo capítulo😢

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D A X T O N

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"Se é real, e se é verdade
E se o nosso amor é errado
Então eu nunca quero estar certo"

If Our Love Is Wrong – Calum Scott

Eu acordei num sobressalto, assustado e com a sensação de que meu coração estouraria meu peito, tamanha era sua taquicardia. Olhei em volta, tentando me localizar. Ainda estava no quarto do hospital e parecia ter anoitecido, a janela escura e o tom quieto do corredor além da porta entreaberta me diziam isso.

— Bom dia, dorminhoco.

Eu reconheci aquela voz feminina na mesma hora. Girei meu pescoço, sabendo ser impossível que ela estivesse ali. Eu levei quase um minuto para compreender que Allie estava sentada na poltrona ao lado da cama, com o celular iluminando a parte baixa de seu rosto, a deixando igualzinho a uma assombração.

— A-allie? — balbuciei, crente que ainda estava sonhando. Talvez, por causa do dia estressante que tive, eu estava alucinando.

Ela deixou o celular de lado e se levantou, esticando as costas com alguns estalos altos e barulhentos que me faziam questionar como ela ainda não estava tetraplégica.

— Oi — sorriu, envolvendo minha mão na sua depois de um abraço rápido. Ela estava quente e com cheiro fresco de praia, como se houvesse acabado de dar um mergulho em El Matador ou Redondo Beach.

— Q-que horas...?

— São duas e trinta e cinco da manhã, bad boy. Segundo a Blake, que, diga-se de passagem, é uma morena muito linda, você está dormindo desde as nove da noite. Pelos meus cálculos, isso dá umas cinco horas e pouco, o que é razoável. Melhor do que os velhos tempos, em que atravessávamos a madrugada bebendo e na manhã seguinte íamos mergulhar sem ter pregado o olho.

— C-como...? Quando... quando você chegou? — gaguejei, ainda digerindo o fato de que Alice Herrera estava parada na minha frente. Em Indiana. Em carne e osso.

— Eu estranhei que você começou a digitar e, de repente, sumiu e não respondeu mais as minhas mensagens nem atendeu as cinco zilhões de ligações, aí falei com a sua mãe para ver se estava tudo bem por aqui... — sua voz morreu e ela engoliu em seco, comprimindo os lábios grandes numa desenxabida linha — Eu peguei o primeiro avião que tinha conexão direta entre Los Angeles e Indianapolis, o que me custou um rim e mais um pedaço generoso do fígado, mas tudo bem. Precisava te ver e sabia que valeria a pena.

Eu conhecia Allie desde os nove ou dez anos e ela fora uma das únicas pessoas que continuou mantendo contato comigo mesmo depois que fui preso e reprovei no colégio. Quando falei que ela não precisava agir como se me devesse algo só por eu ter esfolado seu ex idiota, tudo o que recebi foi um "eu não sou sua amiga porque me sinto na obrigação de ser. Eu sou sua amiga porque te amo, idiota. Agora, cala a boca e para de encher o meu saco.". Ela era uma das melhores pessoas que eu já havia conhecido na vida.

— Obrigada — falei enquanto caía na cama outra vez, sentindo não só a mão direita, mas o corpo inteiro latejar como se houvesse um tambor gigantesco retumbando no interior das minhas veias — Eu... eu nem sei por onde começar a te falar...

— Eu já fui posta a par das notícias pelos seus amigos, Dax, não precisamos conversar sobre isso — ela retrucou num tom gentil, me soltando e voltando a se jogar na cadeira — Inclusive, eles são legais. Gostei deles. Bons amigos. Fico feliz que tenha feito amizade aqui, cara.

Addie & Dax │✔│Onde histórias criam vida. Descubra agora