Lutadora

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Tento abrir os meus olhos, mas eles parecem tão pesados e é tão difícil, a claridade incomoda e eu escuto Sori, chorar baixinho em algum lugar mas nem que eu quisesse conseguiria abrir os meus olhos.

Respiro fundo e percebo o meu corpo encostado em algo, como se fosse uma grande coluna e eu sinto algo quente escorrer pelo meu rosto, uma dor insuportável na minha cabeça, eu me lembro de Laiza batendo na minha cabeça quando eu tentei atacar ela assim que saímos do carro, na primeira vez eu ainda continuei acordada, mas depois da quinta ficou tão difícil deixar os meus olhos abertos, tão difícil como agora.

Abro os olhos devagar e sinto uma mãozinha pequena agarrar a minha, Sori, balanço a cabeça para o lado e vejo Sori me olhando assustada, mas eu não consigo enxergar direito por conta de todo o sangue.

- Day? você tá dodói - ela fala e eu sorrio com a doçura em sua voz.

- A Day vai ficar bem, eu prometo minha pequena - digo e levanto o rosto olhando em volta e vendo algumas lanchas e atrás de uma delas vejo Laiza mexendo desesperada em seus celular.

- Ela disse que tá cheio de policia lá em casa - fala Sori e eu percebo que estamos amarradas contra a coluna, mas que o lado de Sori está frouxo demais para o seu corpo franzino - Ela falou com o Oppa, eu acho que ele tava chorando eu não quero que o Oppa chore, eu achei que você tinha me deixado.

- Eu nunca vou te deixar - sussurro sentindo o meu corpo mole, mas o lanço para frente, puxando a corda um pouco mais, tentando a afrouxar só um pouco mais, olho para Laiza mas ela continua distraída - Quando a corda afrouxar você vai sair correndo daqui, por onde a gente veio...

- Eu não posso, eu não quero deixar você Unnie - meu corpo dói quando lanço meu corpo para frente outra vez.

- Você não vai me deixar, vai buscar ajudar e vai me salvar - digo continuando o meu processo - Como uma super heroína

Laiza parece ter usado alguma coisa pois não para de repetir coisas sem sentido desde que eu entrei no seu quarto, ela me pinta como se eu tivesse estragando tudo e a obrigasse a fazer isso, quando ela não queria fazer nada, disse várias e várias vezes que o Taehyung amava ela e que ele sempre iria atrás dela.

Depois que eu sai do carro eu tentei atacar ela mas não deu muito certo e eu tinha quase certeza que eu não ia sair daqui por conta dos machucados na cabeça, mas isso não importava se a Sori conseguisse, Taehyung não viveria sem a irmã, ele não aguentaria perder mais um irmão.

E Sori merecia mais do que eu viver e conhecer a vida incrível que ela pode ter, continuo me lançando contras as cordas até ficar ofegante e sentir o meu estômago doer pela pressão, eu estou tão cansada, se eu fechar o olha por um instante...

Abro eles assustada com o meu quase apagão e olho para o lado, vendo Laiza falando com alguém no celular e depois olho para Sori que está bem mais solta das cordas.

- Você tem que deslizar pelo chão até a corda sair, mas tem que fazer isso em silêncio - sussurro abaixando o meu rosto para perto dela, ela concorda com o rostinho cheio de lágrimas.

Ela começa a empurrar o corpo magrinho pelas cordas e eu observo enquanto ela sai aos pouquinhos, cada minuto um pouco mais e eu sinto lágrimas inundando os meus olhos enquanto eu sorrio a incentivando, olho sempre para me certificar que Laiza está distraída.

Quando Sori consegue sair ela segura o meu rosto entre suas pequenas mãozinhas.

- Eu vou tirar você daí tá bom - ela sussurra e dá a volta na coluna, fazendo algo as minhas costas, continuo olhando para Laiza, rezando para que ela não se vire quando sinto a corda afrouxar - Ela chama isso de nó?

Os Astros se atraem 2 - Solstício de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora