capítulo 12

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Entrei no restaurante e logo avistei minha linda namorada. Ela me lançou um breve olhar e voltou a fazer o que estava fazendo antes de eu chegar.

No trabalho ela sempre me tratava meio que indiferente, eu entendia afinal ela estava ali pra servir e não para ficar de papo com o namorado.

Mas eu fazia questão de passar a maior parte do meu tempo livre lá, olhando minha loirinha trabalhar, admirando o quanto ela é incrível e lembrando como ela é boa na cama.

Ela sempre dava um jeito de vir falar comigo independente de quão movimentado estivesse o lugar. Mas hoje ela estava me ignorando, ou pelo menos era o que parecia.

Fiquei lá por mais de duas horas e a única coisa que ela me deu foi um pequeno sorriso.

Sai de lá e fui pro meu quarto.

- Ué? Você aqui essa hora? - Alex se assustou com a minha presença.

Ele estava sentado na mesa, vários livros abertos a sua frente. Então acupei a minha cama mesmo, precisava estudar.

- Sim, porque não pode? - falei seco.

Eu estava de mau humor pela forma com que Mel havia me tratado, ou não havia tratado.

- Nossa, foi mau a brincadeira. - ele falou com as mãos pra cima.

- Desculpa cara, tô abafado, vamos estudar.

Tentei me concentrar na matéria, mas eu sabia que tinha algo errado, só não sabia o que.

A noite fui buscar ela no trabalho, mas quando cheguei ela já tinha ido embora.

Ela não tinha me ligado, nem mandado mensagem, nós nos víamos todas as noites no beco, mas hoje ela me deu o bolo, pela primeira vez.

Voltei pro quarto puto de raiva, tentei ligar algumas vezes pra ela, mas ela não atendeu.

- O que tá acontecendo? - Alex me olhou sério.

- A Mel, ela tava estranha hoje no restaurante, e agora ela não me atende.

Eu andava de um lado para o outro. A gente nunca brigou, sempre resolvemos as coisas conversando, ela sumir assim não fazia sentido.

- Cara, só dorme, amanhã tudo vai estar normal de novo. - ele falou tranquilo.

- Vou tentar.

- Se precisar conversar eu tô aqui. - ele não era muito de contato físico, então me deu um tapinha nas costas.

- Valeu irmão.

Tomei um banho bem demorado e fui dormir.

No outro dia quando fui ao restaurante de manhã ela fez a mesma coisa, nem me olhava.

Fiz todas as minha aulas e fiquei plantado esperando ela sair do trabalho.

Ela se assustou ao me ver, mas tentou seguir em frente sem nem mesmo falar comigo, mas antes que ela pusesse passar por mim peguei seu braço.

- O que tá acontecendo Mel? - perguntei.

- Nada, eu só cansei. - ela disse quase sem força.

- Cansou de mim? - eu não podia acreditar.

- Não João, eu só tô cansada. - lágrimas brotavam em seus olhos.

Ela piscou rápido contendo, o nariz ficando vermelho, me dava vontade de beijar.

- Mel, o que eu fiz de errado? - eu precisava saber.

- Ah João, - ela começou a chorar- não podemos ficar juntos.

- Eu preciso de um motivo.

Vendo que ela não ia responder, eu a beijei, ela não correspondeu.

- Você simplicidade decidiu que não me queria mais? - comecei a chorar junto dela.

- Desculpa João, eu não tô bem. - ela limpou o rosto com as costas das mãos.

- Eu não tô entendendo,  eu não quero ficar sem você gatinha. - acariciei a lateral do seu rosto.

- Não faz isso ficar mais difícil, por favor. Nós só não podemos ficar juntos mais.

Ela disse e foi embora, eu não tinha forças pra ir atrás dela.

Eu não entendia o que tinha acabado de acontecer. Tentando ficar firme, sequei o rosto e fui para o quarto.

Para a minha sorte Alex não estava lá, fui poupado do questionário que ele sem dúvidas irá fazer a mim.

Tomei um banho rápido, deixando as lágrimas caírem debaixo do chuveiro. Depois fui me deitar. O sol tinha acabado de se pôr, eu nunca dormia aquela hora, mas a minha cama parecia o lugar perfeito pra mim nesse momento.

Dormi tão profundo que nem mesmo vi quando Alex voltou. Sonhei várias coisas e todas elas incluíam Mel ou vestida de branco vindo em minha direção ou nua em cima de mim.

Quando acordei no outro dia Alex estava me chamando pra aula, mas ao perceber a minha cara ele parou.

- O que aconteceu? - perguntou assustado.

- Nada. - falei engolindo as lágrimas.

- Porra, então você tá doente, seu olho tá muito inchado.

Corri para o banheiro e era real, meu olho tava tão inchado que era quase impossível de abrir.

- Deve ser conjuntivite. - Alex falou.

- Sim, deve ser. - respondi do banheiro.

Era uma desculpa perfeita para eu poder ficar de molho por uma semana sem ser incomodado. E melhor ainda, eu ia poder chorar sem que ninguém desconfiasse.

- Você tem que ir no oftalmologista urgente. - ponderou meu amigo.

- Vou só me trocar e vou.

- Não vai dirigindo, chama um taxi. - ele não gostava de dirigir, eu não pediria a ele pra fazer isso.

- Vou chamar. Boa aula.

Ele saiu do quarto e eu realmente fui ao médico, que me disse que era uma irritação nos olhos, mas não conjuntivite, o que eu já sabia. Mas me passou repouso com um atestado de sete dias e um colirio para pingar.

Passei na farmácia e comprei os remédios, aproveitei para abastecer a gaveta de camisinhas do banheiro, comprei também algumas garrafas de destilados diferentes, eu poderia precisar.

Voltei pro quarto e me enfiei novamente na cama, peguei um calmante natural que comprei na farmácia e enfiei uns cinco goela abaixo, empurrando com uma dose de vodica. Precisava dormir até esquecer o corpo gostoso, a voz suave, o rosto corado de uma certa loirinha.

Eu nunca sofri por mulher nenhuma, mas também nunca tinha feito planos a tão longo prazo quanto fiz com Mel.

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João e MelanieOnde histórias criam vida. Descubra agora