Sonho Meu

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Não recomendo.

"Porque essa é sua necessidade"

Noite, a mais iluminada de todas. Era possível ver claramente as estrelas, mais do que o comum. A luz da lua estava incomparavelmente perfeita.

Em meio a uma floresta, esse era o local em que me encontrava. Em uma péssima situação por sinal.

Estava correndo desesperadamente, descalça e vestindo um vestido branco ombro a ombro, com mangas longas e leves. Os cabelos também brancos, soltos, grandes e cacheados.

E atrás de mim, um jovem mascarado e como em uma harmonia estranha, sua máscara era apenas um rosto branco. Cabelos castanhos quase pretos, ele era alto. Digo que 1,77 ou 1,80 de altura. Vestido com uma camisa social branca, calça social preta, seu cinto continha munições, uma arma, uma faca e em suas costas levava uma espada. Botas pretas de cano baixo.

O mesmo corria atrás de mim com um vigor perturbador. Ele queria me matar.

— não corra linda. Vou lhe matar cedo ou tarde — dizia ofegante e de forma ameaçadora.

Eu apenas corria sentindo toda a textura do chão nos meus pés, das folhas úmidas as pequenas pedras que machucavam meus pés. Desviava ao maximo das árvores.

Cada vez mais ele chegava perto, cada vez mais eu não entendia o porquê.

Todos os tipos de pensamentos me assolavam. E eu apenas fugia para mais um lugar desconhecido, entretanto longe desse ser que tanto quer me
matar.

E gritava por meu nome, com uma faca na mão. Em um momento, abruptamente fui puxada pelos cabelos.

Foi um choque e senti meu corpo batendo no seu como batendo contra uma pedra. Caí de joelhos, senti o sangue descer pelo corte na minha perna.

Havia esquecido daquilo, todavia agora escorre quente pela minha pele.

Sua mão segura meus cabelos com força, e puxando minha cabeça para atrás fazendo olhá-lo, ou melhor, me fazendo olhar para sua máscara. Em sua outra mão estava uma faca, que o mesmo pressionava contra o meu pescoço.

Não sei se conseguia ver algo, mas parecia que sim já que ele me encarava.

— você sabe o porquê disto, sabe quem sou também, então por quê ainda tenta fugir? — disse tirando a máscara e me encarando cinicamente.

Sem que o mesmo percebesse, procurei com a mão, algo no chão para o ferir. Acabo achando uma pedra e com força acerto em seu pé.

— ah filha de uma...

Como reflexo ele acaba me soltando, aproveito a oportunidade e volto a correr sem rumo, apenas fugindo do mesmo.

eu vou te pegar Methys! VOLTA AQUI! desgraçada — diz voltando a correr atrás de mim.

Correr agora era mais dificultoso, já que sentia o corte na minha perna e qualquer coisa que pudesse machucar meus pés dificultava mais minha fuga. O sangue manchava o tecido branco do vestido, lindo porém inconveniente.

Ele se aproximava mais novamente. Pude ver ainda longe uma clareira bem iluminada pela luz da lua. Corri mais, o sangue escorria e desesperadamente eu me forçava a correr.

O escutei ao longe gritar meu nome.

A clareira estava mais perto agora, e sua voz também.

Senti quando um galho cortou meu braço esquerdo, e já saindo da floresta corri mais.

O céu estava em azul escuro bem iluminado, as estrelas eram bem visíveis tal como o precipício, um pouco familiar, a minha frente.

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