Estufas

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"Aquele branco e preto que só ela entende"

Enquanto a chuva cai
Escuto a dama cantarolar
E sinto a umidade se intensificar.

O ar entrando por minhas narinas
E contra minha pele
Se contrastando a brisa fria.

As vozes dos grandes estranhos
À lutarem em alto e bom som
Com suas lindas e vagarosas palavras.

Não há um dentre esses homens
Que não esteja lutando por seus próprios interesses...
Não há sinceridade,
Não lutam por seus povos,
Não lutam pelos direitos,
Lutam por seus desejos.

Tanto se foi feito para nada.
Hoje te prendem em suas garras,
Hoje desmentem suas próprias falas,
Hoje amas aquela flor amarga.

Quem ontem te amou
Hoje não olhará em tua cara.

Os caminhos intitulados de amor
Não passam de extensões das correntes da dor.

Fraco ou forte,
Bonito ou feio,
Independente de si mesmos
Aquele que não conhecer
O coração de sua amada
Jamais conhecerá seu real amor.

As grandes vagas do céu
Protegem as estrelas
E o brilho da lua
Consola quem a deseja.

Vejo ao longe nas folhas das árvores,
No chão e em tudo que agora enxergo no meu campo de visão; 
Elas, as gotículas de água,
Algumas ainda caem do céu
Outras são como algo intangível.

Até os animais estão à refletir neste frio.

O som que a chuva faz
Quando as gotas caem bruscamente nos telhados das casas,
São como calmantes.

Lembra-me os amantes,
Lembra-me dos pássaros cantantes e
Aquele sol radiante.

Viva as flores e as rosas vermelhas,
Que me distraem com suas belezas.

Viva a saudade que não existe mais
Ao amado e o tanto faz,
As boas memórias que aquele cheiro doce traz.

Viva a inspiração repentina
E ao duro coração de menina
Que como antes, não bate mais.

Viva as razões daqueles preto, branco e vermelho que mancham meu coração.

As falsas lágrimas no papel
Ao vazio esquecido até então.
Aos medos que nos prendem as ilusões.

Que viva ao amor mentiroso
Ao amado medroso,
Ao lírio enganoso
E ao cravo venenoso.

E ainda as vozes que lutam
E desbravaram com engenho,
Propostas, agora, enganosas.

As folhas outrora, brancas e puras
São sujas agora,
Com o azul da minha amargura.

"Melinyës criatura
Melinyës junto a sua sepultura"






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