Perdas no Meio do Mar

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" Escreva nas linhas do corpo "

Há dois navios no mar,
Há uma guerra no mar.

Bolas de canhão
São atiradas com precisão.

Por minutos isso perdura,
É uma grande luta.

Em um momento rápido,
Tão rápido quase como um raio.

Os navios se entrelaçam
Um escorado no outro.

Há guerra ainda,
Há ódio ainda,
Há queixas e há disposição,
Bravura e força de vontade
Para continuarem a guerrear.

As espadas tinindo
E os gritos sem sentido.
Nos convés dos navios
O sangue está marcando
A madeira úmida e velha.

Cada vez mais.
Enquanto as ondas e o vento batem,
Enquanto as brisas invadem,
Os navios vão cedendo
À ventania e a intercalação do mar.

Ouvi-se um ruído grande
E como num piscar de olhos,
Estremecem-se os homens.

Mas continuam a guerrear,
Continuam a se matar.

" Morrerei lutando nas águas do mar "

Perdidos estão os navios
No fundo do mar.

Mas ainda há destroços,
Barris de pólvora,
Pedaços das madeiras
Que um dia foram belas.

Corpos dos mortos.

Fica à vista de um náufrago.
A bravura dos guerreiros,
O medo do desejo
E um tesouro aberto.

Do qual matou todos que o queriam.

" Lutei por meu desejo
Morri por meu desejo " .

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