One short
" Morto vivo ? "
Em um final de tarde, 18 h e 25 min , lá estava uma linda estudante, debruçada sobre seu livro da história mitológica nórdica. Às controvérsias existentes em sua vida, nos levam a este momento. Se não tivesse dormido em plena aula de história, talvez não precisasse estar aqui na biblioteca, por um motivo tão chato.
— moça... moça — disse o jovem que trabalhava na biblioteca, no intuito de me acordar.
Com a cara amassada, os olhos quase fechados e a dignidade elevada à zero. Acordo tendo enfim a noção do tempo.
— ah, sinto muito. Boa noite — falei me retirando rapidamente, antes que a vergonha me consumisse mais.
— haja coração. Desde quando os bibliotecários ficaram tão bonitos? — indago aleatoriamente.
Caminhando de volta para casa, percebo que não há tanta agitação quanto normalmente. Vejo algo fino e tênue cair à minha frente, no mesmo instante, sinto as gostas de chuvas em minha pele.
— prova de que nem toda previsão do tempo é certa — proferi diminuindo a velocidade em que estava andando, para aproveitar mais a chuva.
Já perto do bairro que moro, vejo ao longe uma luz estranha, um tanto quanto colorida, passar rapidamente. Pude sentir o impacto, de seja lá oque caiu aqui.
— bateu uma vontade de ir lá e ver oque caiu igual jaca madura do céu. — olho rapidamente para a rua de onde o barulho tinha saído.
Começo a andar, com um receio em meu coração.
— essa história de ir ver o que aconteceu, nunca deu certo nos filmes — em menos de 4 minutos, chego em casa.
Subo para o meu quarto, tomo um banho, visto meu pijama de vaquinha, calço minhas pantufas de coelho, e desço para maratonar um dos únicos entre filmes, séries e animes que realmente valem apena assistir na netflex, One Piece.
— um Zoro desse na minha vida, será que é pedir muito? — ando em direção a cozinha, procurando algo pra comer.
Abro a geladeira e fico pensando sobre a vida, pego minha garrafa de água, me viro caminhando rumo a sala...
— beba água, água é bom, água é saudável...
Volto, percebendo que pensei demais. Abro a geladeira, pego um pedaço de bolo, que minha mãe trouxe ontem, e ando em direção ao meu sofasinho querido.
Quando estava prestes a sentar no sofá, escuto alguém bater na minha portar.
— sete e pouco da noite, em plenas férias — me apressei pensando ser o carinha do correio, com as minhas compras da shein.
Estava marcado pra vir uma semana atrás, mas eu perdoou. Abro a porta esperando ver um senhor com o oniforme do Sedex, entretanto tenho a visão de um ser com uma roupa chique demais pra ser uma pessoa qualquer, caído em frente a minha casa...
— oh dó — por mais que sua situação seja crítica, minha casa não é pronto socorro. Pode ser um psicopata, um serial Killer, Caio muito.
faço menção de fechar a porta, porém o ser que aparentava estar morto, segura com uma mão a ponta de baixo da minha porta.
— nossa, está vivo. Certo jovem, com sua licença — tiro sua mão com meu pé, fechando a porta.
Procuro meu celular, tenho que ligar pra ambulância, e a polícia. Vejo o ser que outrora estava caído na minha porta, aparecendo em meu campo de visão, quase instantaneamente.