One short
Gatilhos
22:43
Sentada no sofá da sala, assistindo qualquer coisa que esteja na televisão, estou longe demais em meus pensamentos para me importar com isso.
Mais uma noite acordada até tarde o esperando. Já não aguento tudo isso, é óbvio que ele está me traindo, mas sempre desvia desse assunto.
Seu expediente acaba antes do meu, mas sou sempre quem chega primeiro em casa.
Faz toda nossa vida juntos, e nosso casamento, parecer um teatro mal feito.
— porcaria de amor, o caralho — digo tomando mais um gole de vinho.
Escuto o barulho da chave na fechadura. Nem olho mais, simplesmente espero que seja algum ladrão, pena que não é.
Coloco a taça na mesa de centro, e me forço a olhá-lo. O vejo entrando, o mesmo anda de forma letárgica.
— está bêbado?! — pergunto furiosamente, mesmo sabendo a resposta.
— cala a boca. Vadia louca — fala me olhando com ódio.
Aparentemente, meio sóbrio. Como eu queria não ter desperdiçado minha vida com ele.
— tá irritado por quê? Sua puta terminou com você? Foi mais rápida do que eu. — proferi pegando a garrafa e a taça que estavam na mesa de centro, e levando a cozinha.
Todavia não consegui chegar ao meu destino. Escutei correr até mim, virei e tão rápido com um tiro, senti seu tapa em meu rosto.
A taça juntamente com a garrafa, caiu.
Somente a garrafa se quebrou.Ainda estava processando a situação quando o mesmo pegou um dos cacos de vidro e apontou para mim.
— eu já lhe mandei calar a PORRA DA BOCA EMILLY! como se não tivesse sido suficiente eu ter te aguentado todos esses anos, só porque a porcaria da princesinha do papai não sabia se comportar. — o mesmo esbravejou, jogando o pedaço da garrafa de vidro no chão.
O vidro se despedaçou e um pedaço acabou atingindo minha perna, superficial apenas.
— VAI A MERDA FILHOTE DE CÃO! acha que queria estar aqui? Com um inútil como você? Foi sua família que veio pedir ajuda para o meu pai, FOI VOCÊ QUE VEIO COMO CACHORRINHO ATRÁS DE MIM!! — gritei firme e forte demais para ser sentido de novo. Não vou aguentar calada.
O vejo novamente levantar sua mão, dessa vez eu segurei. E antes que ele pudesse reagir, acertei-lhe um tapa com toda a minha força.
— não se esqueça! Eu não sou a porcaria da sua puta!! — o vejo virar seu rosto para mim, seus olhos tinham ódio.
Rapidamente me agarrou pelo pescoço com brutalidade.
— cachorra vira-lata, morra! Morra! MORRA!!! — ele apertava cada vez mais meu pescoço.
Eu tentava de todas as formas desestabiliza-lo, arranhei seus braços ele acabou por me largar no chão, senti um caco de vidro entrar em minha mão.
— sua vadia desgraçada!!!! — falou e antes que pudesse ver, chutou minha barriga.
Quando fez que iria me chutar novamente, a porta foi arrombada e polícias invadiram a sala apontando suas armas para Richard.
Me arrastei lentamente para longe e me escorei na parede. Vi os polícias renderem Richard, e na porta pude ver Anny, minha vizinha.
Richard me xingava de tudo que podia.
— irei matar você e essa outra vadia, me aguarde Emilly!! — esbravejou.
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