Las flores

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Prepara o coração °

Lançava olhares vagos a todos os cantos daquela pequena e retrógrada cidade. Dos pilares de mármore branco antigo aos ladrilhos das ruas da praça.

Belas dedicatórias de amor escondidas nos detalhes da construção gótica de um antigo casario, que hoje se é a prefeitura.

Havia esta manhã caminhado nas trilhas do parque e no vasto e colorido jardim que nele há. Os campos dos vales próximos a reservas naturais estavam inundados de um dourado tênue, como as cores do trigo.

Apenas acentuava mais a estação em que nos encontramos. Do caminho de volta a cidade, as ruas estavam tomadas de um tom alaranjado tônico, devido as folhas das árvores que caiam conforme a maestria do vento.

Voltei a minha divagação nas ruas do centro da cidade. A pequena e pomposa floricultura lembrava-me dos tempos de amores com alguém que se perdeu dos ares da vida.

Os Lírios brancos se destacavam, apesar da estação.

– e por falar em saudade,
Onde anda você?... – cantarolava baixo o pouco que sabia de uma de suas músicas favoritas.

Eram muitas, eram lindas.

Andava disperso, me encanto cada vez que olho para esta cidade.

Ao longe vejo uma das poucas confeitaria da cidade, apressei o passo e entrei.

— boa tarde sr. Lanyerri — ditou Helena da bancada.

— muito boa tarde minha cara Helena, algo a me sugerir hoje? — perguntei me aproximando do balcão.

— talvez um café com leite e canela, e as broas de maisena. Saíram da fornada hoje com um aroma delicado — falou enquanto levantava uma bandeja de cupcakes que estava no balcão para limpar com o pano.

— perfeitas para mim, não? Duas broas por favor. — sorri e sentei em uma mesa perto ao balcão.

Poucos minutos depois Helena volta com o café e as broas já embaladas.

— como sei que você nunca come aqui, me adiantei. — simpática me entregou, logo paguei.

— muito obrigado minha cara. — me despedi, por vez indo embora.

Na praça, sentado apreciando a brisa e o ar limpo. Comi novamente lembrando dela, tudo me lembra a ela.

Ai de mim sem minha amada.

Lembro dos nossos passeios aos vales que levam a um lago sublime. Das saídas a caçada, enquanto eu tentava caçar ela desenhava. De quando chegávamos tarde daquelas caminhadas e passávamos na confeitaria e viamos à praça relembrar o dia e roubar os doces um dos outros.

Deixou-me.

Volto a mim. Levanto e jogo o copo e a pequena embalagem que estava com as broas em um lixo próximo.

Vejo uma pequena comoção ao centro da praça em que me encontrava. Andando em direção a mesma, começo a escutar uma música alegre.

Várias pessoas ao redor de um grupo de jovens que estavam caracterizados com roupas apropriadas para dançar flamengo.

Envolvidos no ritmo da música, alguns que estavam assistindo dançavam divertidamente. Estava me aproximando para ver melhor quando uma jovem me estende a mão para que à acompanhe na dança.

— cavalheiro. — disse e acompanhei a mesma.

— senhorita — e em meio toda aquela comoção dançavamos, alternando de companheiros.

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