"Nem todos os crápulas têm a sorte de realmente não sentir nada..."Sentir depois... Não é opcional, é?
Sorrir e chorar
Devem ser opostos
Sempre e sem errar?Tudo vem
Em uma espessa nuvem,
Em uma chuva
nos recantos do ontem,
Por sentidos como do tato...
Da visão e do ofato.São pesos seus
ao meu redor,
Cheiros seus
que empregam no meu corpo,
Trazendo memórias
que não me pertencem mais.Visões, memórias
Que dão esperança algoz.Minhas memórias têm cheiro simples,
Cheiros úmidos e reconfortantes.
Minhas memórias têm jeitos leves
Bem me lembram de um passado distante.Não é saudade
é falta?É saudade,
Saudades...
Dolorosas e sem falta.Ah sim, me lembrei depois,
Senti depois...
Depois que tudo já havia se cessado.Senti beijos que não me pertencem,
Olhares que não me despem,
Sorrisos que hoje me entristecem,
Senti abraço que me esquecem.
Toques simples,
Seja de sua mão na minha
Ou de... Nada mais que me pertença.Depois,
é sempre um péssimo momento para sentir,
Quem dera eu poder escolher.Querer sentir
Antes de todo o desfalecer,
Sofrer quando
Realmente é meu dever.Eu não chorei...
Mas teria sido mais fácil
Do que todo este "sentir"
Gritar, talvez,
Realmente presenciar,
Dramatizar como uma criança
Pela perda que corta.Eu não quero sentir
O que devo sentir
Já passou o tempo de sentir
Não quero lembrar o que vivi.Quero rasgar as cartas
que me escreveu,
Queimar as flores
que me deu,
Arrancar meus olhos
para não ver os seus,
Arranhar minha pele
até não sentir os toques que deu.Pior de tudo.
Quero jogar fora os ciúmes meus.Odeio o necessário e a razão neste momento.