Capítulo 26 - Conselho

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Kakashi

Tsunade não disse uma palavra desde que entramos na sala de reuniões do conselho. Ela apenas me encarava com uma fúria nos olhos, e eu sentia minhas mãos suando debaixo das luvas. Estava mais apreensivo com o que ela falaria depois do que com o que seria falado pelos conselheiros.

Koharu e Homura entraram na sala e sentaram em seus respectivos lugares. A porta se abriu mais uma vez e Shizune entrou, sem encarar ninguém, nem mesmo Tsunade, ela também tomou um lugar na mesa.

— Podemos começar? — a Godaime perguntou, com impaciência nítida na voz.

— Você nem deveria estar aqui, Tsunade-hime — Koharu respondeu.

— Foi a senhora mesmo que me envolveu nisso tudo, quando veio me questionar sobre um relacionamento pessoal do Hokage.

— Do que se trata isso afinal? — questionei.

— Shizune fez graves alegações sobre você, Rokudaime.

O olhar furioso de Tsunade foi direcionado à amiga de longa data.

— Eu apenas disse que ele está em um relacionamento com uma ex-aluna.

— Não se faça de sonsa, Shizune. — Homura advertiu-a. — Você disse que esse relacionamento nasceu quando a garota era menor de idade.

— Shizune, querida — Tsunade começou, a voz mais tranquila possível, só que todos sabíamos que aquilo era para mascarar a raiva que a mulher estava sentindo por ter que passar por isso. — Agora fale a verdade e nos livre dessa reunião irritante e desnecessária. Todos aqui temos mais o que fazer.

Esperamos que a morena se manifestasse. Ela mexia as mãos nervosamente sobre o colo e pensei que não falaria nada pelo tempo que demorou para abrir a boca.

— Eu menti. É verdade sobre o relacionamento dos dois, mas menti sobre ter começado quando ela era apenas uma menina. Começou recentemente, e eu sei disso pois os dois me falaram.

— Não que seja da conta de ninguém, mas eu e Sakura começamos a nos envolver no dia do casamento de Hinata e Naruto, dia esse em que ela completou 20 anos.

— Por que mentiria sobre algo assim, Shizune? — Koharu insistiu. — Um crime de calúnia contra o Hokage é algo muito grave.

— Estava com raiva da Sakura — ela falou baixo, quase não deu para escutar.

Aquilo era tão vergonhoso para ela. Quase tive pena.

— Shizune... — Tsunade falou.

— E a senhora ficou do lado dela mais uma vez! — A mulher praticamente gritou.

Foi quando a Godaime bateu na mesa com força suficiente para fazer uma rachadura que em poucos segundos quebrou a mesa inteira.

Todos nos levantamos antes que os pedaços de madeira caíssem sobre nós.

— De novo não — lamentou Homura, passando a mão no rosto.

— Então tudo isso é por conta de uma rivalidade? — questionou Koharu.

— Sim, senhora. Eu já posso me retirar? — Shizune perguntou.

— É claro que não! — gritou a velha conselheira. — Você nos fez duvidar da boa índole do Hokage, garota! Alguma punição vai receber.

— E ninguém vai questionar esse relacionamento? — Shizune continuou a tentar me destruir.

— O conselho nunca foi responsável por decidir com quem um Hokage pode ou não se relacionar. Nem nos tempos mais antigos — Homura explicou.

Quando a gente menos espera (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora