Capítulo 14 - Recíproco

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Kakashi

Fazia alguns dias que eu não dormia tão bem. Acordar e sentir o cheiro de Sakura inundando meu quarto, fez um sorriso brotar inconscientemente no meu rosto, mas eu não senti o calor dela próximo ao meu corpo e isso fez meu coração apertar. Lembrei do sonho que tive uns dias atrás, e não queria de maneira alguma que tudo o que aconteceu entre nós durante a noite fosse outro sonho. Passei a mão pela cama na esperança de que ela só estivesse um pouco longe de mim, mas ao abrir os olhos constatei o que eu não queria, ela não estava comigo.

Levantei da cama aturdido, com os olhos ainda entreabertos de sono, olhei para o relógio e vi que ainda eram seis e meia da manhã. De repente ouvi um barulho vindo da cozinha e imaginei que só podia ser ela. O alívio tomou conta do meu peito, não era um sonho. Era real, Sakura estava comigo, e em muito tempo eu não precisava de uma certeza na vida, mas dessa certeza eu preciso, quero ela na minha vida não só hoje, mas todos os dias.

Caminhei em direção a cozinha e me deparei com Sakura ainda usando minha camisa, de ponta de pé para alcançar uma prateleira alta. Podia ver a polpa de sua bunda aparecendo, mas naquele momento não tive os pensamentos impróprios costumeiros. Imaginei uma vida em que essa fosse a minha visão todos os dias, ela na minha cozinha, no meu quarto, no banheiro, na sala, em todos os lugares possíveis, perto de mim principalmente. Não sei se posso mais ficar longe dela, na verdade, não sei se consigo.

Há pouco tempo atrás, nunca imaginei que um dia me apaixonaria por alguém, sempre neguei e afastei esse tipo de sentimento de mim. Namorar? Casar? Isso nunca nem passou pela minha cabeça, e na menor ameaça de um relacionamento sério com alguém, eu me afastava. Como eu cheguei nesse nível com a Sakura? Não tenho a mínima ideia, mas a partir do momento em que dançamos no casamento de Hinata e Naruto, tudo mudou, ela invadiu a minha vida da forma que nenhuma outra sequer chegou perto de conseguir.

– Pode me ajudar? – Ela me presenteou com o doce som de sua voz.

A verdade é que estar apaixonado deixa as pessoas idiotas e rendidas. E eu me identifico totalmente com isso. Na minha visão e no meu pensamento, tudo em Sakura é completamente perfeito, a voz, o cheiro, a pele, o cabelo e principalmente os olhos verdes... Ela é tão linda, e eu me sinto o homem com a maior sorte do mundo, simplesmente porque ela está comigo.

– Claro, o que está procurando?

– Uma frigideira, queria fazer panquecas. – Abri um dos armários e peguei o que ela precisava. – Obrigada e... Bom dia. – Completou com as bochechas coradas, perfeita demais para mim, me pergunto se realmente mereço.

– Bom dia, linda. – Passei um braço pela sua cintura e lhe dei um beijo no ombro. – Dormiu bem?

– Muito bem. – Sorriu e eu me permiti sorrir também.

– Por que levantou tão cedo? – A soltei e ela colocou a frigideira para esquentar.

– Acho que é costume. Ultimamente tenho acordado mais cedo porque meus pais... – Ela parou de falar de repente e colocou a mão na bochecha, me olhando quase em pânico. – Eu esqueci que meus pais voltaram de viagem ontem.

– Isso é muito ruim?

– Talvez...

– Você nunca dormiu fora? – Pensei bem nessas palavras, no fundo não queria saber se ela dormia muito fora de casa, antes, quando não estava comigo, e estava com o Kiba ou com outro. Balancei a cabeça tentando expulsar esses pensamentos, era ruim demais pensar nisso, em Sakura em outros braços que não os meus.

– Geralmente eu aviso, mas ontem saí apressada. De qualquer modo, depois eu resolvo isso. – Despejou a massa da panqueca na frigideira e voltou o olhar pra mim. – Está com fome? – Assenti sorrindo e passando a mão na barriga, realmente estava com fome. – Que bom. Pode arrumar a mesa? Eu também fiz café. – Concordei novamente e peguei as coisas que precisaríamos para tomar café da manhã.

Quando a gente menos espera (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora