Quando a gente menos espera (Concluída)

Capítulo 7 - Perdição

Sakura

Eu realmente não sabia o que fazer, Shizune estava se esquivando de mim de todas as formas possíveis, nem parecia que ela trabalhava nesse hospital. As poucas vezes que nos esbarramos, ela foi embora praticamente correndo.

É fácil entender como ela está se sentindo. Deve ser horrível ver a pessoa que você gosta com outra. Na realidade, não tinha ideia do que falaria, mas acho que preciso me desculpar. Não pelo que fiz, mas por ela ter visto.

No momento meu cérebro está ocupado com dois assuntos bem específicos: Shizune e Kakashi. Quero me desculpar com ela, mas não consigo esquecer dos momentos com Kakashi.

Sabe quando você acabou de conhecer uma pessoa e não pára de pensar nela? Eu estava exatamente assim em relação aos beijos e toques do Hokage. Eu o queria e isso já estava mais do que claro pra mim. Só estou confusa se o quero por um momento ou sinto algo a mais por ele.

É impressionante e surpreendente como nunca conhecemos tão bem as pessoas. Nunca imaginei que Kakashi fosse tão fogoso, só conhecia ele como sensei e amigo, mas como amante... está sendo muito mais interessante. Estou adorando conhecer esse lado dele.

Mas, bom, minha curiosidade por ele terá que esperar um pouco, quero muito me entender com Shizune antes de qualquer coisa.

Já havia se passado dois dias desde a noite no bar. Pedi para Shikamaru avisar ao Hokage que eu não poderia me reunir com ele por causa de alguns problemas na clínica. O que era verdade, mas também foi oportuno porque ainda não queria vê-lo. Seria difícil resistir a tentação. O projeto ficaria para outro dia, ainda tínhamos tempo até Gaara voltar a vila.

Era sábado à tarde e eu voltava pra casa depois de meio expediente no hospital. Estava andando distraída e levei um susto quando Kiba entrou em minha frente, cambaleei para trás e teria caído se ele não tivesse me segurado.

– Não apareça assim na frente das pessoas, elas podem ter um ataque. – Falei com a mão no peito.

– Desculpa, Saky.

– Aconteceu algo?

– Sim. – Pareceu analisar alguma coisa, como se não soubesse o que falaria antes de me parar. – Quero que volte comigo.

O olhei com surpresa e um pouco de confusão. Ele já havia pedido para voltar comigo antes e pensei que tinha ficado claro que não havia chance de isso acontecer.

– Já conversamos sobre isso, Kiba.

– Pois deveríamos conversar de novo, acho que você foi precipitada.

– Foi melhor assim.

– Melhor pra quem? Pra você?

– Pra nós dois.

– Eu não quero aceitar isso. Nós tínhamos algo bom. Você não acha?

– Sim, mas...

– Eu te amo, Sakura.

Abri a boca em surpresa e arregalei os olhos. Seria fácil se eu apenas o amasse também, mas não.

– É por isso que não podemos ficar juntos.

– Eu sei que você não me ama, Sakura. Mas me dê uma chance pra conquistar isso.

– Não posso fazer isso com você. Desculpa, Kiba.

Conseguia ver decepção nos olhos dele.

– Você sempre vai amar aquele idiota né? – Falou olhando para os pés. – Acha que ele vai querer você?