Tsunade
Senti a mão travessa de Jiraya passeando pelo meu corpo. Tinha acabado de acordar, com uma leve dor de cabeça por conta do saquê da noite passada. Acho que estou ficando mais do que velha.
Estiquei o corpo, me espreguiçando e ele se aconchegou mais em mim.
— Bom dia, esposa.
— Bom dia, pervertido. Você tem que parar de acordar assim todos os dias.
— Eu tenho? — sussurrou no meu ouvido. — Pensei que gostasse, Tsuna.
A mão dele começou a apalpar meu seio esquerdo, sabia o que ele queria.
— Eu gosto. — Segurei sua mão, a afastei e me levantei. — Mas você está esquecendo que tem compromissos na academia hoje, querido.
— Crianças — ele resmungou. — Não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei isso.
— É só uma aula, seu velho rabugento. E você gostava de ensinar o Naruto, não é?
— É uma situação totalmente diferente.
— Ah, quem sabe você não encontra outro pupilo em potencial? Ou até um time inteiro?
— Acho que estou um pouco velho pra isso.
— Tem razão. Está velho mesmo.
— Mas você gosta, né? Além disso, não vai achando que tá novinha, tudo isso aí é graças ao Byakugou.
— Tudo bem, tudo bem... Nosso diálogo diário de terceira idade pode esperar até de noite. Também tenho coisas pra fazer.
(...)
Cheguei em frente ao apartamento da mulher e bati insistentemente na porta, esperando que ela abrisse, enquanto minha paciência já se esvaia do corpo. Shizune teve sorte em abrir antes que eu tomasse a decisão de derrubar a porta no chão.
Assim que coloquei os olhos nela percebi o tamanho do problema. Ela estava acabada, como se não visse a luz do Sol há dias. Deu espaço para que eu entrasse e visse o estado deplorável de seu apartamento. Roupas jogadas por toda parte, comida na mesa e no chão, sujeira em locais que eu nem imaginava ser possível.
O rosto dela com olheiras mais profundas que as minhas depois que acordo, a pele pálida, sem vida nenhuma. Os cabelos espetados para todos os lados.
Ela estava no fundo do poço. Precisava ser resgatada dali.
— Shizune... o que diabos aconteceu com você? Tem faltado no hospital há dias. E esse apartamento, sujo, fedendo.
— Ótimo, um sermão é tudo que eu preciso agora — ela falou em tom debochado.
Shizune caminhou para a cozinha, abriu a geladeira, tirou uma garrafa de vinho e se jogou no sofá, sem dar a mínima para a minha presença. Ela ligou a TV e virou a garrafa na boca.
Senti meu sangue ferver, ela só podia estar louca para me tratar desse jeito.
Fui até ela e puxei a garrafa de sua mão, chamando sua atenção.
— Shizune! — gritei. E não tive uma de suas reações típicas de sobressaltar assustada. — Diga o que está acontecendo. Não posso acreditar que você está se afundando na lama desse jeito. Você sempre foi uma mulher tão forte, determinada, leal... Eu não consigo entender suas últimas decisões. Foi você que sempre teve que me colocar nos eixos quando eu agia por impulso. E agora está nessa situação, onde eu preciso fazer isso por você.
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Quando a gente menos espera (Concluída)
RomanceSakura passou anos de sua vida apaixonada pela mesma pessoa. Ela se agarrou a pequena chama de esperança que ficou acesa quando ele lhe disse que haveria uma próxima vez. Mas, o tempo e a distância fizeram essa chama se apagar, para que ela finalmen...