Kakashi
A vida pode não ter começado fácil para mim. Assim como é para vários ninjas. Só o fato de ser um shinobi nos deixa vulneráveis a perdas. É assim que os ninjas são criados, para lutar e morrer. Eu aprendi isso com aqueles que perdi. Mas com aqueles que estão vivos, eu aprendi o quanto a vida pode ser valiosa.
Assim que acordei, vi os cabelos rosas e agora longos de Sakura, espalhados pela nossa cama. Abracei seu corpo pequeno e beijei sua cabeça cheirosa.
— Bom dia, gatinha.
Ela sorriu e se espreguiçou, virando de frente para mim.
— Não sei se tenho mais idade pra ser chamada assim, gatinho.
— Bom, se você não tem, imagine eu.
— Okaasan! Otousan!
Nosso quarto foi invadido por nossos filhos de — agora — seis anos, Sakumo era o que tinha gritado, mas Sayuri vinha logo atrás. O menino tinha os cabelos rosas da mãe e os olhos da cor dos meus e a pequena cabelos cinzas e os olhos verdes da mãe. Eles pularam na cama e foram recebidos com abraços.
— Feliz aniversário, crianças! — dissemos juntos.
— E a nossa festa? — Sayuri perguntou curiosa.
— É só mais tarde, querida. — Ela deu um beijo na bochecha da gêmea que nasceu primeiro. — Vamos descer que a mamãe vai fazer um café da manhã delicioso pra gente.
Sayuri foi puxando a mãe pelas escadas e Sakumo subiu nas minhas costas. Agora que o posto de Hokage está com Naruto e eu apenas cumpro algumas missões de vez em quando, tenho mais tempo para passar assim, com a minha família. E quando passo muito tempo fora, é uma agonia, porque a saudade que sinto deles é enorme. O mesmo acontece quando eventualmente Sakura é necessária em alguma missão fora da Vila.
— Tudo bem, eu deixo você bater os ovos — Sakura falou para Sayuri que insistia em ajudá-la na cozinha.
— Eu também quero fazer alguma coisa! — Sakumo reclamou.
— Kakashi... — minha mulher pediu por ajuda.
— Vamos, Sakumo, vamos arrumar a mesa enquanto as garotas trabalham. — Empurrei o menino para fora da cozinha, levando-o para a sala de jantar, onde fazíamos todas as refeições.
Os dois viviam competindo em tudo, era engraçado de se ver.
Depois de um tempo, estávamos todos sentados na mesa, comendo, conversando e rindo. As crianças falavam sobre a academia ninja, que achavam as tarefas muito fáceis.
— Talvez vocês possam mostrar pra gente o que aprenderam, vamos ver se é tão fácil assim — Sakura piscou para mim. — Aí você poderá sair em missão com seu pai, Sakumo.
— Eu também vou! — Sayuri não tardou em dizer.
— Claro, se puderem derrotar o papai... — Sakura pigarreou. — E a mamãe.
— O senhor vai fazer o teste do sino com a gente? — perguntou Sayuri, batendo palminhas.
— Ainda vai demorar pra isso acontecer, querida — disse Sakura. — Mas você com certeza vai passar sem dificuldades, que nem sua mãe.
— Sem dificuldades, hum?
Ela apenas deu de ombros e falou:
— Com os pés nas costas.
(...)
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Quando a gente menos espera (Concluída)
Roman d'amourSakura passou anos de sua vida apaixonada pela mesma pessoa. Ela se agarrou a pequena chama de esperança que ficou acesa quando ele lhe disse que haveria uma próxima vez. Mas, o tempo e a distância fizeram essa chama se apagar, para que ela finalmen...