Prólogo

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Anos atrás...

São quase meia noite quando o carro para e eu saio apressada acenando para meus amigos.

- Vejo vocês amanhã.

Aceno vendo o carro partir e logo volto minha atenção para a casa a minha frente.

Eu estava muito ferrada.

Tiro meus sapatos para evitar fazer barulho e destranco a porta com muito cuidado.

Se eu tiver com sorte minha mãe já vai estar dormindo e eu não vou ter problemas...

- Falei pra chegar as onze.

Me assusto ao ouvir a voz dela

- Foi mal.

- Tem idéia de que horas são?

Pergunta e meus olhos automaticamente correm até o velho relógio de parede.

- Cinco pra meia noite.

- E você acha que isso são horas de uma garota da sua idade estar na rua?

Cruza os braços e bufo achando a atitude dramática demais.

- Mãe ainda é cedo, meus amigos costumam chegar bem depois...

- Seus amigos não são você Naomi! Eu permiti a sua saída com tanto que chegasse no horário e você não cumpriu.

Passos na escada chamam minha atenção e vejo meu pai e Lara descendo.

- Querida...é tarde deixa isso pra amanhã.

Meu pai fala mas parece não adiantar

- Amanhã vamos estar viajando Oliver e não tente proteger a sua filha ela está errada!

Errada? Por atrasar um pouco?

- Mãe...eu não sou mais um bebê! Só me atrasei um pouco não precisa exagerar.

- Exagero? Você estava na rua até este horário e não atendia o celular, eu estava preocupada.

Preocupada? Sei.

- Sabe qual é o problema mãe? É que você vive pegando no meu pé porque se fosse a Lara no meu lugar você nem iria se importar!

Acuso olhando para minha irmã que acompanha tudo calada.

- Sua irmã é mais velha que você sabe muito bem disso, mas ainda sim eu me preocuparia com ela.

- Já tenho quase dezesseis anos mãe! Eu sei me cuidar muito bem.

Largo os sapatos no chão irritada

- Não, você não sabe! É minha filha e minha responsabilidade e dito isso eu digo que agora está proibida de ir para suas festinhas até segunda ordem.

- O quê?!

A encaro sem acreditar

- É isso mesmo! Outra coisa...seu pai e eu sairemos de viagem hoje ainda, sua irmã vai ficar responsável pela casa então quero que ande na linha.

- Não pode me proibir de sair.

Eu odiava que me proibissem das coisas, não gostava de me sentir presa de jeito nenhum.

- Eu posso e vou! Sou sua mãe...

- Você não é a minha mãe!

Grito e na mesma hora me arrependo quando a mesma me da um olhar triste.

VenenosaOnde histórias criam vida. Descubra agora