Capítulo 9.1 - Amor que vive nas lembranças

24 10 84
                                    

Alba teve vontade de perguntar o nome do tal amante, mas acabou mudando de ideia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Alba teve vontade de perguntar o nome do tal amante, mas acabou mudando de ideia. Tim era esperto, apesar de todos os seus problemas, jamais lhe diria e, além disso, poderia se aborrecer com tantas perguntas.

Pouco depois, chegaram ao porto de segundário de Saramago. Ágil como um gato, apesar de seu tamanho enorme, ele pulou da lancha e apressou-se em ajudá-la a descer. Ela aceitou a ajuda, sentindo a pele grossa e áspera da palma de sua mão e subiu os degraus molhados do cais. O ar estava úmido, o que acentuava o cheiro de peixe do local. Haviam várias barraquinhas espalhadas pela calçada, onde as mulheres faziam compras e conversavam entre si.

A cidade foi fundada por mercadores e ciganos vindo de todos os cantos do mundo. Uma mistura de povos com sangue quente e de uma beleza exuberante.

Alba levantou a gola de sua jaqueta, desejando ter escolhido um casaco mais quente. Estava muito frio.

— Quero falar com o senhor Saramago agora mesmo, Tim. Você me leva até ele?

— É claro que levo. O senhor Diogo está no "lugar secreto dos seus antigos ancestrais". Antigamente era uma taberna onde o rei dos piratas ia para se divertir.

— Está falando do Zein Rodolfo Saramago?

— Exatamente senhorita. Don Adrian comprou o lugar e transformou em um pequeno hotel aqui perto, mas você não vai saber chegar ali sozinha. O caminho é meio complicado, sabe? Antigamente era um reduto que dava medo assim contam os mais antigos, até os homens do rei se mantinham afastados, apesar dele ser um Corsário do rei da Espanha.

"Então era verdade, Zein Rodolfo Saramago servia a coroa da Espanha afinal." Pensou Alba cada vez mais curiosa sobre a história dos Saramago.

Por fim Alba respirou aliviada. Seu plano dera certo. O cigano iria mesmo levá-la ate Diogo Saramago. E o simples pensamento de se encontrar com ele lhe deu arrepios de ansiedade.

— É, eu jamais conseguiria chegar ali sozinha. Vamos indo?

— Vamos senhorita.

Ele disparou rua abaixo e ela teve de sair correndo para alcançá-lo. A chuva estava começando a apertar e, ao entrarem no edifício de estilo antigo dos fins do século 19 que era o "Sereia Azul", Alba estava com os cabelos encharcados e a respiração ofegante.

Atravessaram o hall e subiram uma escada forrada com um carpete desbotado, cujos degraus de carvalho rangiam de tão velhos. O local tinha uma atmosfera de tristeza e de abandono. Mas percebeu que Adrian restaurou o local e manteve o mesmo estilo dos tempos de seu ancestral.

Tim Maldonado atravessou o corredor até o fim, seu corpo pesado causando tantos estalos nas tábuas do chão, que Alba teve medo que ele despencasse lá de cima.

Chegaram a uma porta onde havia uma placa pendurada, pedindo para que ninguém incomodasse. Ela não podia entender por que um homem famoso como Diogo Saramago estivesse escondido num lugar daqueles, sozinho com suas dolorosas lembranças.

Intenções Perigosas - Série Pecados Capitais - LIvro IOnde histórias criam vida. Descubra agora