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Lan Zhan está na ilha da cozinha, dedos tamborilando um ritmo contra a superfície de quartzo, observando enquanto sua família faz os preparativos finais antes de sua partida para Charlotte.

— Telefone e carteira? — Lan Huan pergunta a Mingjue, que assente. — Ótimo. Por que você e o tio não vão na frente para a garagem? Eu já vou, só preciso pegar alguma coisa.

— Tudo bem.

— Adeus, A-Zhan. — Tio diz em um tom que não é bem acusatório, então sai. Mingjue o segue.

Lan Huan se vira para Lan Zhan e diz, com um sorriso benigno firmemente no lugar.

— Divirta-se, A-Zhan. Se você precisar sair, as chaves extras estão penduradas no banheiro. Lençóis limpos estão no armário de roupa de cama.

Lan Zhan sente todo o seu rosto e peito corarem ao mesmo tempo e ainda assim, de alguma forma, ele consegue continuar olhando seu irmão nos olhos.

— Você sabe onde fica a lavanderia.

— Sim... — Ele limpa a garganta. — Divirta-se na cidade.

— Obrigado, A-Zhan! — O sorriso de Lan Huan cresce e então ele está se virando e desaparecendo no corredor que leva ao banheiro, que leva à garagem.

Lan Zhan cai até que ambos os antebraços estejam apoiados na ilha e abaixa a cabeça. Isso foi... excruciante, mas valeu a pena pela recompensa de finalmente conseguir ficar com Wei Ying sozinho em um lugar que não é o gramado de alguém ou um carro.

Lan Zhan entra em seu quarto e olha ao redor. É arrumado, mas ele supõe que não importaria se não fosse. Wei Ying já viu esta sala. Lan Zhan já fez a cama de cor, então ele puxa as cobertas para baixo em um ataque de otimismo. Encolhendo-se por dentro, ele sai para o corredor e olha no guarda-roupa onde, de fato, encontra lençóis extras.

Em seguida, ele pega o telefone, para o caso de de alguma forma ter perdido uma mensagem de Wei Ying. Ele não tinha.

São nove e meia, e ele não espera Wei Ying por mais meia hora, pelo menos. Ele sai para a varanda e se acomoda em uma das espreguiçadeiras. Ele percebe com um sobressalto que esta é a primeira vez que ele está realmente sozinho em quase uma semana. Ele tenta não pensar no amanhã.

Dez minutos depois, seu telefone apita com um alerta de mensagem.

— Estou aqui!! Espero não ter chegado muito cedo!!

Lan Zhan percebe que está sorrindo enquanto pula da espreguiçadeira e vai até a porta da frente para deixar Wei Ying entrar. Ele está parado no sol com um sorriso brilhante, óculos escuros sobre o cabelo e dois copos de café na mão.

— Bom dia, senti sua falta! — Ele diz isso tão facilmente, tão simplesmente. Eles não se veem há um dia, e ainda assim Lan Zhan também sentiu falta dele. Ele diz isso a ele enquanto convida Wei Ying para entrar, então fecha a porta atrás dele. — Oi. Eu trouxe café para você. — Wei Ying diz desnecessariamente, seus olhos duas meias-luas em seu rosto.

— Obrigado. — diz Lan Zhan, e por um momento, eles apenas ficam parados, olhando um para o outro, imóveis. Então Wei Ying se inclina um pouco desajeitadamente e lhe dá um beijo nos lábios.

— Onde devo colocar isso? Você quer agora?

— Por favor. — diz Lan Zhan, embora o café não seja o que ele estava esperando, e ele já tomou uma xícara. É cedo ainda, no entanto, e ele tem permissão para entrar.

Wei Ying lhe entrega seu copo de papel, então tira os sapatos e avança para a sala, segurando seu próprio café.

— Então todo mundo se foi?

— Eles foram. — confirma Lan Zhan. Ele observa enquanto Wei Ying caminha até as janelas da sala e olha para o lago.

— Você está... está tudo bem que você não esteja com sua família? Você está bem com isso?

Lan Zhan acena com a cabeça.

— Estou. Não tinha muita vontade de ver a cidade.

— Ah. — Wei Ying fica quieto por um momento. — Aposto que você nunca se cansa da vista. — ele diz sonhador um momento depois, tomando um gole. — Você acha que você poderia?

Lan Zhan se junta a ele, tomando um gole.

— Eu não poderia. — diz ele honestamente. — Talvez você se acostume com isso, no entanto.

— Sim, talvez. — Wei Ying diz duvidosamente, então se vira para Lan Zhan, que o espelha. — Então o que deveríamos fazer?

Para seu constrangimento, o único plano de Lan Zhan era deixar Wei Ying nu e ir para a cama. Ele não tinha percebido que, talvez, Wei Ying quisesse fazer outra coisa. Ele limpa a garganta.

— O que você gostaria de fazer?

— Por quanto tempo eles se foram?

— Várias horas. Acredito que o plano deles é almoçar em Charlotte.

O sorriso de Wei Ying se torna astuto e ele se aproxima de Lan Zhan, olhando para algum lugar próximo ao seu pescoço.

— Horas, hein?

— Mn.

Com a mão livre, Wei Ying toca a frente de Lan Zhan levemente, deslizando os dedos para cima até que estejam descansando no oco de sua garganta.

— Poderíamos fazer muitas coisas nesse tempo.

— Mn. — Lan Zhan não confia em si mesmo para falar em palavras agora. Ele já pode sentir que está ficando duro, apenas com aquele toque e sugestão sozinho.

— Talvez pudéssemos descer ao cais? — Wei Ying sugere, sem fazer nenhum movimento. — Colocar nossos pés na água...

— Mn.

— Oooou, poderíamos sentar naquela varanda agradável e conversar. — O toque fica mais firme, uma marca quente contra a pele exposta de Lan Zhan.

— Claro... — Lan Zhan consegue dizer.

— Ou... — E aqui, a voz de Wei Ying fica ainda mais baixa e ele sobe mais um degrau até que está quase nivelado com Lan Zhan, segurando sua xícara de café longe de seus corpos. — Nós poderíamos foder. Tipo. Na sua cama...

Lan Zhan solta um suspiro de alívio. Eles estão na mesma página.

— Sim. Podemos... podemos fazer todas essas coisas... — diz ele. — Talvez em uma ordem diferente.

O sorriso de Wei Ying é brilhante.

Eles deixam seus cafés esfriarem na ilha da cozinha e Lan Zhan pega a mão de Wei Ying. Ele o leva pelo corredor até seu quarto, depois fecha a porta, só por precaução. Quem sabe, talvez sua família possa voltar mais cedo por qualquer motivo. Ele não está se arriscando.

Ele espera que eles não voltem cedo.

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