Uma magia de açúcar

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Em Elaila era proibido o uso de magia, qualquer ser que possuísse dons mágicos, eram perseguidos e massacrados, essa era uma lei comum e totalmente aceita por cada um da população, ou melhor dizendo, cada um da população que possuísse de fato a ausência desta magia.
Quem afinal imaginaria que uma cidade tão bela seria o abrigo de tamanha inquisição?

Não pensem que Elaila é uma cidade totalmente medieval, pois seria mentira, porém também não era de sua completa ciência e tecnologia.
Haviam trens, carros, ônibus, todos movidos a base de orgânicos sendo reaproveitados, pois era uma cidade que por mais que fosse ruim de um ponto, ela apoiava o ambiente limpo e preservado.

Além dos meios de locomoção, haviam lojas, casas, prédios comércio livre contando que fosse devidamente higienizado e aceitasse diariamente investigação da Providência Anônima Representativa de Resgate Onisciente, ou PORRA como queiram chamar.

Mas o que raios era a PORRA ? Podemos dizer que são parte de um grupo de pessoas anônimas, que se juntam em duplas ou trios, entram nas lojas como se fossem clientes e investigam de forma totalmente secreta se há algo ilegal dentro daquele comércio e com isso, estamos deixando claro que bruxaria está entre os assuntos ilegais.

A cidade limpa, perfeita a primeira vista, grande e bela, cercada de mar pela bahia e floresta pelo interior, era um habitat perfeito aos humanos, mas um foco de pavor aos bruxos.
Entre bruxos, temos várias formas de os diferenciar, por isso existe a PORRA tomando conta de tudo a todo momento.

Por exemplo, não podemos nos guiar por bruxos apenas se usam preto, se tem gato preto ou se usam capa e chapéu pontudo, isso é até comum em eventos de cosplay ou Halloween quando ocorre na cidade, então a polícia ou a PORRA quase leva a brincadeira se vê alguém vestido assim.
Tudo isso pois eles sabem muito bem como de fato é uma bruxa nessa cidade.

Bruxa, isso mesmo! Pois a PORRA ainda não faz idéia de que também há Bruxos, graças a isso a quantidade de mulheres presas por bruxaria é maior do que a de homens, pois não há homens presos por bruxaria e isso foi óbvio de mais para dizer e não sei a razão que vou falar isso aqui... Enfim, continuando.

Entre os bruxos, temos bruxas elemental, como as Bruxas Tempestuosas, aonde controlam Vento, Água ou ambos. A Agência Anônima as reconhecem após anos a perseguindo e observando em completa camuflagem, até em um deslize, verem ela comandando algo aos ventos e a chuva para misteriosamente. Uma vez seria normal, talvez apenas coincidência, agora... Sempre? Já é demasiado suspeito.

Ainda nas elementais, há as Bruxas Terrenas, aonde controlam Fogo, Terra ou ambos. Ao contrário das Tempestuosas, as Bruxas Terrenas possuem a facilidade tremenda de serem pegas pois geralmente trabalham com a própria terra ou na cozinha, uma plantação que cresce fértil demais e rápido demais, como uma abóbora crescendo em dois dias, seria extremamente suspeito, assim como um bolo pronto em dois minutos no fogão a lenha.

Pulando das elementais, temos Bruxas Cotidianas, as mais difíceis de serem pegas, particularmente dizendo.
Temos as Bruxas Belas, pois sua magia é voltada a beleza, mudança de cores de roupas e até mesmo facilidade de se maquiar em segundos com um movimento único de mãos.

Ainda com as Bruxas Cotidianas, vemos as Bruxas Arrumadeiras, aonde elas ao pé da letra estão entre Magia de Limpeza ou algo a ver com Madeira.
Podemos ver vassouras varrendo sozinhas, louças se limpando sem ninguém as tocando ou talvez uma escada quebrada se concertando sem sequer a pessoa se mover.

Por fim, há as Bruxas Lendas, aonde não há formas de as denominar ainda, pois há inúmeras posições e inúmeras variedades de poderes.
Entre tantas e tantas, temos um pequeno menino nascido de um casal especial.

Os olhos grandes rosas brilhantes observando as estrelas, sentindo a energia das belas bolinhas brilhantes entrando em sua pele e queimando suavemente em suas inúmeras belas sardas, iluminando o interior da floresta que para diversos seria algo assustador e sombrio.

O sorriso radiante lembraria o sol iluminando diversas fronteiras, se não fosse um filho de Luna, a Bruxa das estrelas.
A beleza deslumbrante lembraria Afrodite, se não fosse filho do mais doce padeiro, Sam, o Bruxo Confeiteiro.

Lee Yongbok era um bruxo de sorte, buscando a energia da noite, as amarzenando em suas sardas e lentamente as usava ao longo dos dias, cozinhando os mais belos doces com seu pai na sua padaria.

A alegria do rapaz sentindo tanta magia fluir seria algo de se marcar como uma foto ao ser eternizada, porém nesta cidade, em Elaila, não poderia ser algo visto, não deveria ser algo apreciado, pois de saísse contando aos quatro ventos, ele seria um homem odiado.

Entre arbustos, galhos, escuridão e árvores, os olhos negros curiosos observava o menino brilhante, os fios curtos castanhos estavam flutuando diante ao vento criado com tanto acúmulo de magia do rapaz loiro.
O garotinho curioso o encarava como se um fã visse seu ídolo.

O rapazinho gargalhou baixinho empolgado, quando a varinha surgiu entre os dedos do Lee e apontou para o céu, resultando na lua tomada pela coloração rosada e uma estrela cadente voando para o além entre dimensões.

– Eu desejo um dia ser um bruxo como ele... – sussurrou o rapazinho animado, fechando os olhinhos e juntando as pequenas mãos como um católico em reza, suspirando com o cheiro de rosquinhas doces pelo ar.

Para os dois, aquilo seria apenas um momento em que uma criança de 8 anos veria pela primeira e última vez um bruxinho lançando sua magia.
Porém aquilo não pararia por ali.
Depois desse momento, o pequeno rapaz havia crescido, toda noite corria até a floresta, porém independente do tempo que observasse na penumbra da noite, nunca mais havia visto aquele homem e a padaria da família Lee havia desaparecido como um toque de mágica.

Era de se esperar, que a família de bruxos seriam caçados e presos em Elaila, a cidade mágica aos humanos e o pesadelo da magia.

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora