A lojinha da Senhora Pôpô

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Quando a varinha tocou contra a pedrinha minúscula do tronco, um mortal se fez presente, os três precisaram ser rápidos ao passar pelo mesmo antes que fechasse na cara dos visitantes.
Foi um passo de mágica ao pé da letra!
Em um pé estavam na floresta e no outro viam paredes de madeira e diversas pratileiras com frascos, caixas, vidros e folhas empilhadas.
Parecia uma bagunça, mas era uma bagunça bonita de ser vista.

– Bem vindo a loja de Artigos Místicos da Senhora Pôpô. – Felix disse assim que passou pelo portão, sorrindo orgulhoso com sua magia de portal de teletransporte – Primeiro vamos conhecer a senhora Pôpô e depois eu te levo para buscar o que vai precisar.

Jeongin apenas afirmou com a cabeça.
Os três andaram entre corredores que pareciam infinitos, as lojas não pareciam tão grandes assim, mas essa era maior do que o normal, era gigante, parecia não ter fim.

Andaram tanto, pareciam que estavam voltando todo o caminho até Elaila novamente, porém era apenas corredores infinitos, se fosse no período futurístico aonde existe desenhos animados, poderíamos comparar com o armário da Barbie in the DreamHouse.

– Isso não têm fim? – Jeongin questionou confuso, preocupado com seu estado psicológico e seus pés doloridos.

– Eu pensei a mesma coisa na primeira vez que entrei aqui. – Minho resmungou franzindo a sombrancelha.

– Até hoje não achei o final desse lugar. – Felix reclamou.

Jeongin engoliu seco, então até eles estavam no limite?
O Yang continuou seus passos, não iria desistir, eles já haviam até mesmo passado por Elaila, andaram como condenados, não valia a pena voltar agora.
Não quando já estavam ali.

– Vejo que o vento me trouxe viajantes. – uma voz envelhecida, meiga e presunçosa ecoou entre os corredores, assustando os três presentes – Não precisam ter medo, se aproximem, por favor.

Jeongin engoliu seco, enquanto Felix e Minho tomavam a frente corajosamente.
Conforme se aproximavam do balcão da loja, viam uma silhueta atrás da mesma.
Lentamente era possível notar a aparência da senhora, os fios brancos opacos, os olhos cansados e em um tom banhado a prata, a pele enrrugada negra como a noite e um sorriso nos lábios sorridentes e banguela.

– A quanto tempo, senhora Pôpô! – Minho disse com um sorriso. – a senhora continua radiante como sempre.

– Não pense que me elogiar vai me fazer ignorar o fato de que você abandonou os estudos e agora precisou retornar a viagem mágica, rapazinho! – a senhora disse direta, fazendo o Lee mais velho ficar calado – E você, jovem Felix? Não vai me explicar a razão que até agora não leu os livros de descoberta das magias? Eu te indiquei ele justamente por obter a resposta dos seus problemas!

– Sinto muito, senhora Pôpô. – o Lee mais novo abaixou a cabeça, estava envergonhado e não conseguiria esconder o rubor em suas bochechas. Pela primeira vez, Jeongin viu o Lee envergonhado e Minho sem palavras.

– Pedido de desculpas não vai fazer o livro ser lido. Eu quero é você lendo ele! E você... – a senhora parecia ler toda a mente de Jeongin com uma mera encarada.

A senhorinha sequer piscou, apenas forçou as orbes prateadas até formar um par de risquinhos fofos.
Jeongin temia respirar e levar uma bronca sem nem entender a razão.

– Um humano com grandes potênciais... Creio que sua magia esteja buscando por você a mais tempo do que pensa. – a senhora disse repentinamente, atraindo a atenção dos três curiosos em sua direção conforme caminhava para contornar o balcão, andando entre pratileiras – Preciso achar a varinha certa.

– Varinha... Certa? – Jeongin murmurou, isso parecia frescura – Não pode ser qualquer uma?

– Não seja imbecil. Se usar uma varinha errada, pode acabar errando seu feitiço. – Felix respondeu em um sussurro.

– Não brigue com o rapaz, ele só quer aprender. – a voz da senhorinha ecoou e mais uma vez ninguém achava ela, o jeito era esperar ela voltar – Eu encontrei a varinha de todos os bruxos e nunca errei uma. Não será agora que isso vá acontecer.

– Eu até agora não entendo como ela encontrou a minha varinha se nem eu sei o que eu preciso... – Felix gruniu.

– Qual é a magia dela? – Jeongin questionou confuso, atraindo o olhar de ambos irmãos em sua direção.

– Achei que desde o início estava óbvio. Ela é uma bruxa Lenda de magia Nula e se formou na faculdade de magia como bibliotecária Mística. Por isso ela tem essa loja fiscalizada e legalizada pelo Governo Obrigatório da Zona Oeste. – Minho explicou rápido, Jeongin por alguma razão acreditou que o nome era pior do que o outro que lhe lembrava um palavrão – Ela tem até o certificado de legalização assinada a mão pelo melhor membro do GOZO.

– Meu Deus! – Jeongin gritou de nervoso, temia o que mais existiria no mundo. Talvez um Esperma e um Sexo? Quantos nomes assim existiam?

– Minho... Isso foi ridículo. – Felix revirou os olhos – O nome certo é Vigilância Anuaria de Gestão Internacional e Nacional de Ativos. Sendo os ativos o nome dado a produtos.

– Sim, mas gostamos de chamar de Gozo. – o Lee mais velho teimou com um sorriso ladino nos lábios.

– Não gostamos não. – Felix franziu a sombrancelha. Com toda certeza eles não chamavam assim – Chamamos é de Vagi-

– Achei! – gritou a senhorinha, surgindo com duas cestas cheias de produtos da lojinha e uma caixinha retangular flutuando a sua frente – Vamos! Peguem!

Minho e Felix pegaram cada um uma cesta, enquanto o mais velho já entregava a senhorinha o frasco repleto de escama de tritão.
Jeongin lentamente pegou em mãos a caixinha retangular, a abrindo com expectativa, enquanto recebia o olhar atento de Minho e Felix.

A varinha era completamente preta, com pequenas pedrinhas brilhantes de rubi, do tom quase escarlate.
Os olhos do Yang brilharam em empolgação quando pegou a varinha em mãos e a mesma brilhou, surgindo na sua frente um caderno da mesma cor da varinha e ao invés de pedras pequenas, havia uma enorme pedra de rubi laptada sobre o centro da capa.
As páginas de esfoleavam rapidamente, letras pretas eram grifadas magicamente contra cada folha, até a página se abrir fixamente em uma expecifica.

– 1 Ponto de Experiência por ler o livro de bruxaria por espontânea vontade, 1 ponto de experiência por ter sucesso em sua primeira poção, 1 ponto de experiência por iniciar a viagem de aprendizado em grupo, 1 ponto por obter a primeira varinha mágica e o primeiro grimório. – o Yang leu boqueaberto, exclamando sua dúvida em um tom escandaloso, porém Minho e Felix gritaram juntos sua dúvida.

– Você já leu o livro de magia?

– Eu consegui ter sucesso na primeira poção?

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora