Magia Confeiteira

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Jeongin, Felix e Yongbok estavam sentados sobre um tronco caído naquele lindo jardim interno da floresta, o Yang apenas observava o chão repleto de flores enquanto Felix e Yongbok conversavam sobre as diversas possibilidades de magias que Jeongin poderia possuir, Felix acreditava que a mais provável seria alguma magia elemental devido a cor de seus olhos negros, já Yongbok acreditava que JeongBin seria um bruxo não-elemental graças ao seu jeito tímido e ao mesmo tempo decidido.

– Me perdoe por interferir mas... Qual seria a lógica decidir minha magia pelo meu jeito ou cor dos olhos? – Jeongin perguntou confuso, atraindo a atenção de pai e filho na sua direção – Desculpa se a pergunta é tosca, mas eu definitivamente não entendo.

– Não há necessidades de temer o desconhecido contando que queira torna-lo conhecido. – Yongbok disse filosoficamente, enquanto Jeongin apenas criava um enorme ponto de interrogação em sua mente – Se quer conhecer o desconhecido, tornando-o familiar, não há necessidades de se envergonhar de sua curiosidade.

Jeongin definitivamente não entendia nada que esse homem dizia, parecia algo filosófico, mas tão óbvio ao mesmo tempo, que parecia a lei de Newton... A primeira para ser exato.
Seu cérebro pareceu tiltar por alguns segundos, até conseguir juntar os pontinhos e entender o que ele queria lhe dizer.

– Ah... Está dizendo que não devo ter vergonha de querer aprender? – perguntou o Yang, recebendo uma confirmação vinda do mais velho – Ah... Obrigado?

– Não há de que. Enfim, vamos te explicar. Os bruxos são difíceis de serem pegos pelos humanos devido a aparência idêntica, porém só nos descobrem quando nos vêem usando magia. Porém... Nós bruxos, sabemos nos destinguir perfeitamente. – explicou o mais velho, se ajeitando sobre o tronco antes de se espreguiçar – Os bruxos elementais são fáceis de humanos os notar, já que os notam quando usam a magia e é fácil os ver usando seus poderes com facilidade, então isso trouxe a quase extinção deles por uns anos, mas sempre nascem novos elementais, isso é fato. Nós bruxos por outro lado não conseguimos os diferenciar de humanos, já que suas energias são idênticas aos humanos e seus olhos são extremamente negros, não ha um traço sequer de algo místico em sua existência, só os descobrimos quando vemos sua magia, porém eles sabem que somos bruxos então eles nunca usariam suas magias perto de bruxos não-elementais...

– Qual razão disso? Há alguma rincha ou algo assim? – Jeongin questionou confuso.

– Algo assim. – Felix respondeu dando os ombros.

– Continuando... Os bruxos não-elementais, estamos nos referindo aos Cotidianos. Magia da beleza e Magia arrumadeira é famosa no mundo da Magia, entende? Muitos bruxos querem controlar os móveis de sua casa para evitar esforço físico e muitos bruxos querem a beleza estonteante de um bruxo tão belo quanto o bruxo da Beleza... Esses já são um pouco mais raros, porém humanos conseguem os notar se observar em excesso suas rotinas, já bruxos os diferenciam pela personalidade.

– Exato, papai... bruxos Arrumadeiros geralmente são tímidos, por isso meu pai pensou que você seria um. Já os bruxos da beleza são extremamente narcisistas e isso irrita. – Felix revirou os olhos, era um bruxinho bem irritadinho.

– Pois é... Porém quando eles estão na fase superior do uso da magia, bruxos Arrumadeiros tomam a coloração marrom nos olhos, como uma avelã da mais pura e natural, com o tom mel se mesclando nas pontas das Íris. Já os bruxos da beleza tomam a coloração roxa quando estão no pódio de seu poder, os tons de roxo são infinitos, então é fácil os notar. – explicou o mais velho, olhando para um coelhinho que saltitava empolgado como um filhote de cabra. – Além desses, há os bruxos padeiros e os bruxos confeiteiros. Eu por exemplo, meu pai era um, minha mãe outra, meu avô outro e juntou comigo.

O cérebro de Jeongin explodiu, ele de fato não entendia as filosofias desse homem.
O melhor a se fazer seria ignorar suas dúvidas por hora e apenas fingir que entendeu.

– Porém... Mesmo que eu seja descendente de tantos não-elementais, eu só adquiri a magia arrumadeira, magia padeira e magia Confeiteira, sendo as duas últimas quase a mesma coisa, então alguns bruxos não gostam de tratar como magias diferentes, mas são sim. Felix por sua vez, não sabe qual é sua magia... – o mais velho explicou apontando ao filho, este que estalou a língua em descaso.

– Mas ele voa em vassoura... Não é um bruxo elemental do ar? – Jeongin questionou inocentemente, mas arrancou uma boa risada do mais velho.

– Meu jovem não é apenas por ser um bruxo do ar que se voa em vassoura, quase todos os bruxos voam em vassoura, bem... Talvez em alguma dimensão isso não aconteça, mas aqui, nesse mundo, sim. Felix sabe todos os passos primários da bruxaria, sabe conjurar proteções, abrir portais de teletransporte, voar em vassoura, é um verdadeiro prodígio da bruxaria, já que descobriu todo seu talento básico com apenas nove anos... Coisaz que bruxos comuns levam quase vinte anos para aperfeiçoar ele sabia fazer com maestria tão novinho... Porém isso teve seu lado negativo... Bruxos prodígios nos ensinamentos básicos não conseguem descobrir suas magias até seus trinta anos, isso pode ser algo com algumas excessões, mas é necessário muito esforço.

Jeongin observou Felix, suas feições irritadas não pareciam algo superficial, aquele assunto era sensível a ele e isso era notável a qualquer um, principalmente quando cruzou as pernas e virou o rosto para qualquer canto que não fosse seu pai e Jeongin.

– Por fim, temos os bruxos Lendas... As Lendas são famosas e ao mesmo tempo, são tão raras que consideramos algo impossível, uma verdadeira Lenda... As magias consideradas lendárias são Magias Animalescas, Magias Frutifinha, Magia Emocional, Magia Draconiana, Magia Sirenica, Magia Fantasia, Magia furtiva e Magia Nula. São as magias lendárias que encontramos até os dias de hoje e foram anotadas em grimórios antigos, passados de geração em geração, tentando nos dar um pingo de conhecimento sobre tais lendas. Temos nossos meios de os reconhecer. – explicou o mais velho, arrancando uma expressão surpresa do mais novo. – Magia Animalescas tem a ver com animais e isso é tudo o que sabemos, Magia Frutinha provavelmente tem algo a ver com frutas e isso é uma icognita até os dias de hoje, Magia emocional é outra que não sabemos... Bem... Nenhuma temos conhecimento básico, nem cor de olho... Nada... Seus nomes são óbvios também, então não ajuda em muita coisa.

– Pai, há também as Magias Proibidas e as Magias Mitológicas. – Felix lembrou, fazendo o mais velho estapear a própria testa.

– Eu esqueci... Enfim, magia proibida é proíbido, sendo a magia de sangue e guerra, a única existente foi assassinada cruelmente pelos mortais, pois seu próprio nascimento causou a primeira guerra entre grandes potências mundiais. Agora magia Mitológicas não tem a ver com mitologia, mas é por ser tão raro que consideramos mitos, nunca foi registrado um sequer na vida, porém dizem que elementais de luz e trevas existem em algum canto... Assim como os elementais espaciais, que controlam estrelas e planetas em sua órbita.

Jeongin arregalou os olhos, a lembrança perfeita da sua infância veio com tudo a sua frente, a imagem do pai de Yongbok estava cravada em sua lembrança, se recordando perfeitamente de ver o homem controlar diversas estrelas com tamanha facilidade, causando uma bela chuva de meteoros.
Se lembrou de ver as estrelas, chamadas sardas, dos rostos de Yongbok e Felix se movimentando, brilhando, como estrelas reais, sua cabeça rodou, estava confuso.

– Como assim magia espacial? Vocês não conhecem nenhum mesmo? Não sabem reconhecer? – Jeongin perguntou, estava confuso demais para o seu gosto.

– Claro que não, se conhecesse eu não diria que não há registros. – disse Yongbok, atraindo a atenção do Yang para si, mas... Jeongin via ali, as estrelas se moviam em sua face.

Jeongin apenas se sentia cada vez mais confuso.

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora