Magia de Brownie

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" Antes de mais nada, um bruxo primeiro deverá fazer os testes básicos da magia, começamos com porções. Você deverá ir em uma jornada com meu filho até que consiga entender por conta própria o que de fato te faz ser um bruxo e o que é a Magia. Deverá conhecer o mundo como um todo e crescer com o mesmo."

Olhando para aquele lindo céu azul, refletindo seu calor nas vestes brancas peroladas, Jeongin suspirou pela 'pilésima vez, de fato não entendia nada que Lee Yongbok falava, suas palavras por si só eram complicadas e difíceis, como entenderia algo assim? Parecia que conversava com um ser centenário com sabedoria e conhecimento que voava até o além do infinito.

Seu jeito de ser era curioso, parecia sempre estar tão em paz, mas como ele conseguia falar de forma tão... Complicada? Além de tudo, como um pai tão calmo e tranquilo, conseguiu dar a vida para um filho tão grosseiro e rude como Felix? Yongbok era tão bondoso, mas seu filho era seu contrário, se fosse um mundo de heróis e vilões, esse Felix com toda certeza seria um vilão... Pelo menos é o que Jeongin pensa.

Seus olhinhos curiosos da infância lhe trouxeram tantas lembranças, Yongbok é realmente idêntico ao pai dele.
Pensando nesse ponto, Yongbok era idêntico até demais, estava confuso demais com tudo.

Sua cabeça estava confundindo algo? Não é possível.

– Se continuar andando olhando para cima, vai cair. – Felix murmurou, quebrando a linha de pensamentos do Yang, que o encarou assustado.

Jeongin havia esquecido que estava andando com Felix na tal jornada e nem acreditava nisso, agora parando para pensar, seus pais iriam ficar furiosos... Mas não é como se o Yang não planejasse fugir mais cedo ou mais tarde.

Mas agora parando para pensar... Felix estava ali, sem o pai, sem o homem que lhe cortou quando perguntou algo tão óbvio e Felix pareceu incomodado com tudo aquilo.
Será que...

– Felix-ssi... Posso te fazer uma pergunta? – questionou o Yang, vendo o mais velho que caminhava mais a frente confirmar com a cabeça, talvez ele acreditasse ser dúvidas sobre a viagem, ou sobre magia – Sam era seu avô, o padeiro, certo? Aquele homem de cabelos negros que desapareceu de Elaila...

Felix afirmou novamente com a cabeça, pelo visto ele evitaria falar, talvez para poupar esforços... Afinal, Jeongin nem sabia aonde que estavam indo.
Mas a afirmação, mesmo que superficial e séria, fez o Yang se sentir mais seguro na próxima pergunta.

– Sua avó era a dona Luna, certo? – o Yang questionou calmo e suave, Felix novamente afirmou com a cabeça – E todos os bruxos são arquivados nesse tal grimório mágico?

– Uhun. É uma obrigação praticamente, apenas Bruxos Lendas são raramente arquivados nele e não se arquiva os Bruxos Mitos também. – Felix respondeu sem pestanejar, então não custaria perguntar de uma vez, certo?

– E vocês são uma família de bruxos lendas e por isso não podem ser arquivados? Exceto seu avô... Não há registros seus e de seu pai... Nem de sua avó. – Jeongin travou quando o rosto irritado lhe fitou por cima dos ombros, talvez não deveria ter exagerado...

– Quando um bruxo é morto por razões bruxescas, ele é apagado do livro. Minha avó deu seu grimório a um humano e isso é traição. Não tem nada de lenda na nossa vida! Tire essa idéia de girico da sua...

– Eu vi seu pai quando eu era criança... Naquele mesmo jardim de hoje, eu o vi movendo as estrelas... As luzes do seu rosto são como as dele. – Jeongin rebateu antes de se sentir pior, Felix estava o chamando de mentiroso indiretamente.

– Que luzes? São sardas, cara. Sabe? Sardas! Alguns humanos também possuem, é normal. – o Lee revirou os olhos e voltou a caminhar.

Mas Jeongin não aceitaria assim, ele voltaria com esse assunto mais cedo ou mais tarde, ambos sabiam disso, mas no momento o melhor a se fazer é se aquietar e voltar a caminhar, pois como foi dito tantas e tantas vezes... Eles não sabiam quanto tempo haveria de caminhada por floresta a fora.

[...]

O dia se passou, a noite cobriu o céu com suas estrelas brilhantes e inquietas.
Felix criou um véu mágico rapidamente entre galhos e arbustos, formando uma tenda no qual por fora apenas veriam mais floresta, mas por dentro, era uma casa completa.

Jeongin estava sem palavras, apenas observou curiosamente todo o interior espaço de boca aberta. Entrar naquela tenda lhe transportava a uma casa, uma casinha bonita, espaçosa para caramba e bem organizada.
Havia um quarto com duas camas de solteiro e uma rede no canto do cômodo, uma sala com direito a sofá e uma estante cheia de livros, uma cozinha grande e agradável e um banheiro, até simples comparado ao resto daquela casa, já que era apenas o chuveiro, pia e vaso, não cabia muita coisa nesse banheiro.

– Escolhe sua cama enquanto isso eu faço a janta. – o Lee se virou e saiu da casa, provavelmente buscaria ingredientes.

Jeongin não imaginou que ele demoraria tanto, ainda mais ao ponto do Yang desmaiar na cama que escolheu e quando acordou ainda de madrugada, não havia ninguém na casa.
O Yang se retirou lentamente da tenda mágica, marcando a direção com pedras e mais galhos, só torcia para que enxergasse isso na volta, pois do jeito que era míope e ainda estava tudo escuro... Já prevemos um Yang perdido futuramente.

O Yang caminhou entre arbustos, porém antes de dar mais um passo, uma luz forte tomou o céu, o sol começou a nascer e o Yang observou o tom alaranjado que aos poucos formava um amanhecer agradável, o contrário do clarão interior.
Jeongin abriu a boca surpreso ao ver, mesmo com dificuldades devido a visão e as folhas das árvores, que nos céus estava Lee Felix em sua vassoura, a ponta de sua varinha brilhava um branco capaz de remover a visão de alguém.
Felix apontava sua varia em direção ao sol e suas sardas brilhavam tanto, mas tanto quanto sua varinha.

Jeongin estava pasmo outra vez, era um Bruxo Mitológico na sua frente, Felix possuía Magia de Luz, então não foi uma mentira que ele não era uma Lenda, mas seu pai... Não apenas isso, ele têm uma magia e mentiram para si! Então... Até aonde a mentira iria?

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora